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Segunda-feira, 17/9/2007
Aida, com Lorin Maazel e a Symphonica Toscanini

Julio Daio Borges




Digestivo nº 345 >>> A ópera que vemos hoje é no cinema, ou na televisão. Trechos de ópera. Mesmo "ao vivo". Nossa atenção parece se dispersar depois de mais do que um trecho. É a "medida" exata para a nossa atual capacidade de processar sons, e até para a nossa sensibilidade musical. Então é, no mínimo, um acontecimento quando uma ópera inteira desembarca no Brasil. E é um luxo passar algumas horas no que soa como um tour de force entre orquestra, maestro, cantores, e, no presente caso, até coro. Estamos falando da apresentação da Aida, de Verdi, pela Temporada 2007 do Mozarteum Brasileiro, na Sala São Paulo, no final de agosto - sob direção de Lorin Maazel, à frente da Symphonica Toscanini, acompanhado pelo Coro del Maggio Musicale. Maazel, sempre incansável nos bons serviços prestados à música, trata de consolidar ainda mais sua Toscanini - e é, obviamente, um privilégio assisti-lo em plena ação, depois de ouvi-lo regularmente pelo rádio, numa carreira iluminada entre os maiores e as maiores do mundo. Já entre as vozes, o destaque foi, claro, para Maria Guleghina, como Aida, e para Juan Pons, como Amonasro; produzindo, ainda, um empate técnico entre Walter Fraccaro, como Radamés, e Ana Smirnova, como Amnéris. Contrariando a previsão de quem, volta e meia, prega o fim da ópera, esta manteve a capacidade de emocionar - mesmo àqueles que não conheciam profundamente os trechos, simplesmente porque a interpretação trazia sua dose particular de verdade. Sala lotada, público respeitoso, concentração até o final, palmas de satisfação. É um sinal de que a ópera ainda vive entre nós; e de que iniciativas assim devem continuar.
>>> Mozarteum Brasileiro
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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