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Segunda-feira, 24/12/2007
O Romance Morreu, de Rubem Fonseca

Julio Daio Borges




Digestivo nº 350 >>> Embora estivessem na internet — acessíveis no Portal Literal —, as crônicas de Rubem Fonseca não fizeram o mesmo sucesso que seus contos e romances. Também, pudera: um autor tão identificado com a "mídia" livro talvez não tenha tido oportunidade de comunicar que estava igualmente disponível na Web. Enfim: provavelmente pensando nisso, a editora Companhia das Letras transformou as crônicas virtuais de Rubem Fonseca em livro físico, o recente O Romance Morreu. Na internet, quando saíam, pareciam crônicas engraçadinhas, alternando "causos", como o caso de Luma de Oliveira com o bombeiro (essa fora do livro), com histórias ("estórias", se ainda existisse) da literatura e filosofices várias (insights seria melhor?). No livro — na seqüência —, parece que o Rubem Fonseca cronista não pega no tranco: são textos bem escritos, com aquele vocabulário interessante dos demais volumes (contos, novelas, romances), mas: ou o autor desvia do assunto ou não produz uma conclusão 100% satisfatória. No entanto, como que salvando ou justificando o livro, de repente, no final, "José — uma história em cinco capítulos": as memórias despercebidas — pelos resenhistas — de José Rubem Fonseca. É bem possível que o cronista da Web não emplaque a tempo, mas as memórias do escritor Rubem Fonseca deveriam ser continuadas, e concluídas (além desses cinco primeiros capítulos), para o bem da nossa literatura. Nelas estão a vida em família (de origem portuguesa), os primeiros bicos do jovem "José" e, naturalmente, as caudalosas leituras. Aliás, se compararmos com a "formação" de seus colegas escrevinhadores de internet, em termos de literatura, é uma humilhação. Tudo bem que nem tudo que sai, todo ano, tem valor, mas O Romance Morreu merece, nem que seja, uma espiadela discreta na livraria.
>>> O Romance Morreu
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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