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Quarta-feira, 13/2/2008
Django Reinhardt na Masters of Jazz

Julio Daio Borges




Digestivo nº 354 >>> O jazz redespertou o interesse, no século XXI, com a série de documentários de Ken Burns. Quando ameaçava virar folclore ― como toda cultura popular, aliás ― ressurgiu com profundidade de alta cultura, num momento em que a televisão (ou a TV a cabo) ainda dava as cartas. Hoje, na era do YouTube, não teria chamado tanto a atenção ― e, no cinema, seria inviável. Disputas entre mídias à parte, o fato é que as coleções de jazz em disco reapareceram, no Brasil, nesse espírito. Primeiro, a do próprio Ken Burns ― provavelmente a mais criteriosa, mas nem por isso a mais bem-sucedida comercialmente. Agora, a dos jornais e outras como a Masters of Jazz. (Na década de 90, quando os periódicos saíam, aos domingos, com todo tipo de penduricalho, houve, ainda, uma coleção que não primava exatamente pela qualidade de som...) A Masters of Jazz não conta com o bombardeio televisivo do marketing dos jornalões, mas num ato de rara coragem abriu o primeiro volume com Django Reinhardt. O guitarrista cigano foi tão influente no seu estilo de tocar e improvisar que virou uma lenda no gênero. Woody Allen transportou Django para o cinema e escalou ninguém menos que Sean Penn para contracenar com ele. O disco abre com "I Got Rhythm", que é uma autêntica trilha de Allen, e passa por outros clássicos como "Jeepers Creepers", "Sweet Georgia Brown" e "Just One of Those Things". Como Django morreu no início dos anos 50, as gravações são antigas, mas não cheiram a mofo e soam aprazíveis mesmo aos ouvidos acostumados ao MP3. E, independentemente da sobrevivência das coleções de jazz, Django Reinhardt justifica qualquer celebração.
>>> Masters of Jazz
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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