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Quarta-feira, 15/10/2008
Samba Meu, o DVD de Maria Rita

Julio Daio Borges




Digestivo nº 385 >>> Desde os primeiros discos da filha da Elis, nunca existiu nada de mal em torcer por Maria Rita. Afinal de contas, era "a voz" ressuscitando, depois de morta, e quem disse que a carga genética, de outrora, não poderia realizar um trabalho genial, outra vez, para o cancioneiro da nossa música? Mas, do mesmo jeito que é falsa a afirmação de João Marcelo Bôscoli, de que não ouve os discos da própria irmã (desde que eles não se entenderam na Trama), é falsa a afirmação, da própria Maria Rita, de que não sente o peso do "fantasma" da mãe. Samba Meu, o disco, talvez tenha sido, então, uma resposta, para aqueles que exigiam dela um "engajamento" maior em relação aos ritmos brasileiros (como o samba), a fim de que abandonasse, temporariamente, aquela "mistura" meio jazzy, meio pop, meio MPB, meio bossa nova de Maria Rita (2003) e Segundo (2005). Ela, entre a concordância com os "maestros" das grandes gravadoras (pelas quais se lançou) e a rebeldia (contra o fã clube de sua mãe), gravou, sim, um disco de sambas, mas fugiu da benção dos velhos sambistas, experimentando um repertório quase que totalmente novo (em termos de mainstream). No DVD, sentimos que Maria Rita está mais à vontade com a embocadura exigida pelo samba, porém, parece que os grandes momentos ainda são do repertório que já passou e repassou, o dos primeiros álbuns. E, do mesmo jeito que há algo de errado em ela aparecer, de repente, tão magra e loira, há, ainda, arestas a serem aparadas entre Maria Rita e o establishment. Quem sabe se ela não rompesse com o sistema, em vez tentar se entender com ele?
>>> Samba Meu
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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