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Segunda-feira, 1/12/2008
Elizabeth — A Era de Ouro

Julio Daio Borges




Digestivo nº 392 >>> Cate Blanchett vai começar a entrar para aquela lista de atores cujos filmes assistimos só por causa de sua presença na tela. A continuação do elogiado Elizabeth, de 1998, não foi unânime, mas também não merece o total esquecimento de nossa parte. Durante a estréia na Inglaterra, a grita aconteceu porque Elizabeth — A Era de Ouro aparentemente desrespeita a História em nome do melodrama. Além da guerra contra a Espanha do rei Felipe II, em pleno tempo da Inquisição, tem lugar um triângulo amoroso entre a rainha, um pirata (Clive Owen) e uma de suas damas de companhia (Abbie Cornish). A rainha, a essa altura do campeonato, se tornou uma mulher fria e distante, o pirata aparece para reacender suas paixões de mulher, mas só quem pode consumá-las, literalmente, é a dama de companhia. Em paralelo, o sempre corretíssimo Geoffrey Rush serve de conselheiro na batalha, quando o país parece se dividir, irreversivelmente, entre católicos e protestantes. Shekhar Kapur, o diretor, nega veementemente que tenha querido criticar, subliminarmente, o fundamentalismo cristão da era Bush, mas assume que o personagem encarnado por Blanchett prega a "tolerância". As implicações políticas contemporâneas e a má vontade por conta da distorção da História podem passar uma idéia errônea sobre esse Elizabeth — A Era de Ouro, afinal, no meio da profusão de filmes sobre losers, o longa de Kapur prega, para o nosso alívio, o heroísmo — que, Nietzsche acreditava, havíamos perdido desde os gregos... A Inglaterra, hoje, depende de um acerto ou outro de Gordon Brown, enquanto vê os empregos em Londres se dissiparem por conta da crise financeira, mas teve, até recentemente, seus momentos de grande potência. Elizabeth — A Era de Ouro refresca a nossa memória a esse respeito.
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>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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