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Quarta-feira, 3/12/2008
Stones Scorsese Shine a Light

Julio Daio Borges




Digestivo nº 392 >>> Keith Richards declara — no livro de entrevistas da Rolling Stone — que Mick Jagger vai sempre dormir tendo de saber, antes, tudo o que vai fazer no dia seguinte, enquanto que ele, Richards, vai deitar sem nem saber se vai, efetivamente, haver amanhã. A obsessão de Jagger por planejamento, muito provavelmente, explica a longevidade dos Stones. Shine a Light, o show-documentário de Martin Scorsese, pisa, inclusive, na tecla da aposentadoria dos sexagenários roqueiros e repete, antologicamente, a pergunta (e as respostas) que não quer(em) calar há décadas: "Até quando???". Até quando eu puder cantar, replica Jagger; até quando eu conseguir ficar de pé, poderia replicar Richards. As resenhas mornas, da época da estréia no cinema, tiveram sua razão de ser — é "mais um" show dos Stones, como eles vêm fazendo desde os anos 60, mas continua imperdível para fãs (aliás, como desde os 1960s). Tirando o choque inicial de ver os velhinhos saltitando desde "Jumpin' Jack Flash", acabamos nos acostumando com o inusitado da cena e seguimos melhor a partir da quarta música, "All Down the Line". Jack White não faz feio em "Loving Cup" e Christina Aguilera, por sua vez, não consegue escapar dos encontrões de vovô Jagger em "Live with Me". O grande momento, de sinceridade, fica por conta de Buddy Guy, o ídolo de Hendrix, tocando Muddy Waters com eles. Também Richards, pra lá e pra cá com seu casaco de pele, em "You Got the Silver". Os Stones não vão reinventar a roda, e nem querem, mas continuam "performando" contra todas as expectativas.
>>> Shine a Light
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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