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Quarta-feira, 4/2/2009
Andaime, de Sérgio Roveri

Julio Daio Borges




Digestivo nº 401 >>> Depois de uma temporada de elogios — que teve o seu "start" num sim de Claudio Fontana, a Sérgio Roveri, numa manhã de Natal de 2005 — Andaime retornou ao teatro João Caetano, no aniversário de 455 anos de São Paulo. Estruturada sobre a bem-sucedida idéia de colocar os personagens de Fontana e Elias Andreato (que igualmente dirige) num andaime, a peça dá voz a dois limpadores de vidros, no alto dos grandes edifícios, enquanto a vida acontece lá embaixo ou, ao seu lado, nos escritórios. O argumento insiste na "invisibilidade" desses e de outros trabalhadores das grandes metrópoles — mas profissionalmente falando, e sempre em algum nível, quase todo mundo é "invisível" como pessoa. Embora exista uma ambição até filosófica por trás do texto (de revelar, por exemplo, a "visão de mundo" dos andaimistas), o que fica mesmo é o humor da dupla, numa compreensão simplificada da realidade em volta, nas limitações que às vezes irritam e na aceitação resignada da existência. A platéia, como de costume, ri dos palavrões e das palhaçadas mais infantis, mas o grande momento, e a grande sacada, é a aula de ginástica, de que Mário e Claudionor "participam", ainda dentro do andaime, acompanhando a professora e os alunos da academia, com vista panorâmica. Naquela linha mais leve, que busca, ainda assim, infundir alguma conscientização, Andaime cumpre o que promete e se revela um programa despretensioso para o fim de semana. Claudio Fontana se afirmou como uma boa escolha de Roveri, rendendo bem mais que na televisão.
>>> Andaime
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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