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Quarta-feira, 1/4/2009
Los Hermanos e Radiohead no Just a Fest

Julio Daio Borges




Digestivo nº 409 >>> Foi triste a "volta" do Los Hermanos, no festival Just a Fest (pardon my rima), orquestrada para turbinar a venda de ingressos que, só com Radiohead e Kraftwerk, terminaria não fechando a conta. Tocando um repertório que tem, no mínimo, 4 anos sem novidades, cada membro executou sua parte com a cabeça em seu próprio projeto (paralelo). Como Berlioz disse a respeito da Segunda Sinfonia de Beethoven, Camelo, Amarante, Medina e Barba "não estavam presentes". Se o anunciado recesso deixou a banda "em suspenso", respirando por aparelhos desde 2007, esse show, apenas para cumprir tabela, foi a pá de cal em cima de uma possível reunião do grupo, num futuro. Mantendo uma comparação útil: Cazuza voltaria com o Barão Vermelho por algum dinheiro no mundo? (Qualquer conhecedor de rock brasileiro sabe a resposta.) O Kraftwerk, igualmente, não estava presente — mas ninguém esperava nada de um show que transcorreria como um programa de computador (sem qualquer interferência humana). Já o Radiohead confirmou todas as expectativas a seu respeito e o Brasil teve, como poucas vezes antes, um show de uma banda no auge — como talvez, num passado recente, só o Nirvana, em 1993, num delírio antes da queda de Kurt Cobain (em 1994). Além da execução impecável de Thom Yorke e seus asseclas, e de um set pra lá de generoso (com três bis), foi impressionante a sintonia com os fãs brasileiros, cantando em uníssono, quase como num transe religioso (no bom sentido). Tudo isso se formos considerar que o Radiohead praticamente não toca no rádio, no Brasil. A internet, ainda que massacrando a indústria do disco (através do download), colocou o País na rota das turnês como jamais o mainstream conseguiu.
>>> Just a Fest
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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