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Quarta-feira, 16/5/2001
Suspeito que estejam sempre conspirando para me fazer feliz

Julio Daio Borges




Digestivo nº 32 >>> Todo grande escritor tem uma obsessão pessoal que transforma em livro. Não foi diferente para J. D. Salinger que, além de criar um alter ego (Buddy Glass), forjou um irmão mais velho: Seymour Glass. "Carpinteiros, levantem bem alto a cumeeira" e "Seymour: uma apresentação" fazem parte da edição mais recente, no Brasil, do recluso autor de Cornish. O primeiro conto narra, primorosamente, os contratempos em torno do casamento de Seymour; o segundo esboça um perfil dessa personalidade irreproduzível em papel. Aos olhos do irmão mais novo, Seymour foi um poeta, um iluminado, um vidente (é proposital a alusão sonora a "see more"). Muitos suspeitam que ele foi também Holden Caufield, o protagonista de "O apanhador no campo de centeio". Salinger ergue-lhe um totem, mas, muito provavelmente, projeta-se em Seymour. A devoção exaltada a um personagem, a um ser humano, a um ícone, tem tanto de desprendimento quanto tem de egotismo. A história se repete como em Flaubert (Bovary), Machado (Capitu) e Tolstoi (Karenina).
>>> "Companheiros, levantem bem alto a cumeeria e Seymour: uma apresentação" - J. D. Salinger - 182 págs.
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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