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Quinta-feira, 17/1/2002
To rule the World

Julio Daio Borges




Digestivo nº 65 >>> Que jovem-bruxo, que nada. A grande aventura cinematográfica deste início de século é o Senhor dos Anéis. Ninguém deve se assustar com os efeitos especiais, nem com as três horas de duração. O mundo criado por J.R.R. Tolkien, e transposto para a tela grande por Peter Jackson, é belo e envolvente. Há tempos não se via heróis realmente cativantes e combates pelos quais o espectador poderia se empenhar. Finalmente uma trilogia infanto-juvenil à altura de suas predecessoras. Recheada com temas muito caros aos adultos também: a disputa pelo poder; a tentações da carne; a finitude da vida; a fraternidade entre os povos; o respeito às origens; o sentimento de impotência. Os dramas do Senhor dos Anéis são dramas humanos; os protagonistas não são o protótipo do “herói infalível”: sofrem baixas e, mesmo habitando um universo inventado, emocionam a platéia. A história por detrás do filme é também de se admirar. Peter Jackson, o diretor, concentrou-se com o elenco principal por oito meses na Nova Zelândia e completou as três partes ao mesmo tempo. Elijah Wood, o hobbit Frodo, que conduz a cena, antes da saga, não era mais que um ator de 20 anos, tendo se juntado a quatro amigos que, fantasiados numa floresta, conseguiram impressionar a Jackson na fase de testes. Liv Tyler, anteriormente desprezada pelos fanáticos do livro, hoje é solicitada em Hollywood para reproduzir falas em “quenya”, a linguagem dos elfos, forjada por Tolkien. Se o argumento do Senhor dos Anéis é forte e consistente, suas paisagens, imagens e cores são de provocar inveja em toda e qualquer superprodução que se preze. A câmera realiza vôos e percorre ângulos como num balé, embriagando até o mais ferrenho detrator da estética. Os cartões postais já valem a incursão pela Terra Média. Felizmente, há mais. No ano que vem, inclusive.
>>> The Lord of the Rings
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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