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Segunda-feira, 18/3/2002
O Show da Vida

Julio Daio Borges




Digestivo nº 73 >>> No Brasil, as instituições sempre foram frágeis e as classes dirigentes, corruptas até a medula. O que havia, no entanto, até bem pouco tempo, no governo FHC, era a preocupação (censurável? escrupulosa? forjada?) de se manter certa urbanidade. [Repetindo: certa urbanidade.] Oito anos, porém, um dia, acabam. A constatação, temporal, de que o fim está próximo, acelera o desmonte da máquina, e a lona do circo vem sendo levantada antes da hora. Como explicar então a súbita falta de classe do chefe de estado? A postura sucessória de quem, partindo para o vale-tudo, resolve jogar baixo? O atual racha é mesmo histórico. O cenário é de guerra de gigantes. Não se sabe, se por maestria ou por inabilidade, o arranjo foi montado polarizando forças seculares em campos diametralmente opostos. Exemplificando: o PFL (varrido do senado, ou convocado pelo "recall" de Roseana), de repente, disputa queda-de-braço com os Marinho (ainda "no barco", com direito a ajuda do BNDES; apostando na entrada de "players" internacionais, no mercado brasileiro de comunicações). A proclamada maioridade de Fernando Henrique Cardoso, José Serra e do PSDB, virando as costas para o passado, vai-lhes custar caro. Ninguém vende a alma ao diabo assim e depois volta atrás na última hora. Ele, em geral, cobra. E cobra alto. Essas eleições prometem, em termos de "reality show"; com o PT, de lambuja, ávido como nunca por escândalos. Quem acha que, com Big Brother, já viu de tudo é porque ainda não viu nada.
>>> O jogo do milhão - Bob Fernandes
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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