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Segunda-feira, 29/4/2002
Avassalador

Julio Daio Borges




Digestivo nº 79 >>> Presença da prefeita. Discurso do ministro. Autoridades. Escritores. O que é a Bienal do Livro senão uma festa para quem movimenta as engrenagens da indústria editorial? Interessante observar como, logo na abertura, tudo corria bem, dentro dos conformes, já que sem a incômoda presença dessa abstração para quem, supostamente, se objetiva toda a festa: o público. Machado dividia o Brasil em dois: um oficial e um real. Ambos os Brasis continuam existindo, sendo que o “primeiro” continua organizando solenidades e acontecimentos onde o “segundo”, se não é convidado, entra apenas como “detalhe”, sem consulta prévia, tendo suas vontades e seus desejos todos adivinhados. Mas é importante que os nossos escrevinhadores estejam na mídia, embora ainda não saibam lidar com ela. Nesse sentido, uma das iniciativas mais louváveis desta 17ª edição do evento é o dito Salão de Idéias, em que escritores, jornalistas e artistas vão falar de suas vivências e influências – mostrando que a literatura não é coisa de dinossauros ou do homem de Neandertal, perfeitamente conciliável, inclusive, com as necessidades do dia-a-dia e da chamada “vida moderna”. O Centro de Exposições Imigrantes, onde a Bienal foi montada, é de uma vastidão admirável, provando que ainda é possível encher 45 mil m˛ com livros e com gente interessada neles. O gigantismo começa já no estacionamento, o qual se deve atravessar de trenzinho, e termina na praça de alimentação, ao fundo, depois que todos os estandes já se foram. Se a leitura fosse uma coisa mais presente e os escrevinhadores pessoas menos ausentes, não precisaríamos de tudo isso. Mas já que temos a 17ª Bienal do Livro, desfrutá-la é quase um imperativo.
>>> Bienal do Livro
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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