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Quinta-feira, 13/6/2002
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Julio Daio Borges




Digestivo nº 86 >>> Infidelidade. Com Richard Gere. Ato contínuo, pensamos no galã de Pretty Woman (1990) fazendo das suas, pulando a cerca no casamento. Caímos do cavalo, no entanto, porque o traído, dessa vez, é ele; e a “traidora”, Diane Lane, uma loira enxutona que fez, dentre o que podemos lembrar, Chaplin (1992) e The Cotton Club (1984). A idéia é a seguinte: mulher atrasada para o trabalho, num dia de extrema ventania, tromba com um livreiro, em plena Nova York, machuca o joelho, sobe para fazer um curativo e – como diria Machado – ... O dono do apê é um francesinho de menos de trinta anos, o sonho de consumo das quarentonas que freqüentam o Soho. Para completar, tem um apelo irresistível, trocando de namorada a cada semana. Tudo às mil maravilhas nos primeiros encontros: mentirinhas esparsas, longas horas de prazer, sentimento à flor da pele, cabeça nas nuvens, perdição no tempo e no espaço. De repente, porém, a realidade chega para prestar contas; a vida cobra o seu preço. Alto demais no caso do filme, tornando-o desnecessariamente trágico e jogando fora todo o “appeal” inicial. Para resumir a ópera: o marido, Richard Gere, resolve seguir os passos da esposa, acaba descobrindo o que já estava óbvio e... termina num duelo de vida e morte com o sedutor da França. Basta ter em mente que Adrian Lyne, o diretor, foi o mesmo que se consagrou com Atração Fatal (1987) e Nove e Meia Semanas de Amor (1986). O homem sabe registrar cenas de pura irresponsabilidade e, em seguida, de arrependimento amargoso. Tudo bem que a originalidade passe longe, no que se refere a Infidelidade, e que ele não pareça muito disposto a inventar uma nova fórmula. Vale, contudo, para quem quer se abanar – de calor – ainda no embalo do Dia dos Namorados.
>>> Infidelidade
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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