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Terça-feira, 30/7/2002
Companheiro dileto

Julio Daio Borges




Digestivo nº 92 >>> Depois de celebrar o centenário do nascimento (em 1998), a Revivendo comemora o cinqüentenário da morte do artista que inaugurou seu catálogo: Francisco Alves. Dono da discografia mais farta da música brasileira em 78 rotações, espraiou-se por tantos ritmos e estilos que foi consagrado como o "Rei da Voz". A efeméride mereceu uma caixa com 4 CDs (92 faixas) categorizando o "velho Chico" justamente entre o "Seresteiro", o "Sambista", o "Carnavalesco" e o intérprete de "Grandes Versões". O encarte ainda conta que Francisco Alves, filho de português de bar, teve como modelo Vicente "O Ébrio" Celestino, embora sua grande chance tenha surgido graças a um convite de José Barbosa da Silva, o Sinhô. Nestes tempos pós-bossa nova, os registros de cantores "com voz" remetem a um Brasil antigo, onde reinavam o rádio, a influência operística e do bel canto nas primeiras gravações. Os erres pronunciados, as vogais estendidas em vibrato - antes de se converter em cacoetes e excessos de, por exemplo, um Cauby Peixoto. Se o álbum "Seresteiro" enfatiza o Francisco Alves compositor, com parceiros como Orestes Barbosa e David Nasser, o "Carnavalesco" guarda surpresas como os duetos com Mário Reis (em "Marchinha de Amor" [1932] e "Formosa" [1933]), confrontando duas eras: a do coloquialismo (que se afirmava) e a da voz empostada (que partiria, caricata). São igualmente representativas as intervenções de Lamartine Babo, campeão de audiência da época com Ary Barroso. No "Sambista", são coroados, além desses, Herivelto Martins e Ismael Silva; nas "Grandes Versões", curiosidades pitorescas como "Beija-me Muito" (sim, a partir de "Besame Mucho"). Completam o trabalho, as indispensáveis notas de Abel Cardoso Junior, junto à Revivendo, a nos guiar, mais de cinco décadas depois.
>>> Cinqüenta Anos Depois - Francisco Alves - Revivendo
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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