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Sexta-feira, 21/2/2003
Feitos um para o outro

Julio Daio Borges




Digestivo nº 122 >>> Há muito tempo se pergunta por que a tradição das telenovelas, no Brasil, não rende filmes. Traduzidos em dezenas de países, consagrando nossos atores e atrizes. Essa pergunta começa a ser respondida, e bem, por comédias românticas. Com "Cristina quer casar", que estréia este mês, pode-se dizer que esboça-se uma contribuição brasileira para o gênero. É aquele de Meg Ryan e Sandra Bullock, portanto, não valem os maiores rigores críticos - e o espectador, obviamente, assiste por simpatia. A nossa equivalente, que ameaçou com Carolina Ferraz e Giovanna Antonelli, parece ser mesmo Denise Fraga, a Cristina do filme. Não é uma musa (ao contrário talvez das suas concorrentes norte-americanas) mas se afirma como uma das atrizes mais versáteis de sua geração - por comediante. Contracena com um ascendente Marco Ricca (depois de "O Invasor") e com um habilidoso Fábio Assunção (bancando o tímido, não o galã). Cristina é uma "dura", devendo para Deus e o mundo, ainda na casa da mãe, que procura um casamento para se salvar. Ricca é o dono da agência matrimonial, e Assunção, o pretendente de Cristina. As situações se desenvolvem a partir da falta de jeito do conquistador, dos dilemas da protagonista (sem opção) e da ambigüidade do agenciador (fechando o triângulo amoroso). Temperam ainda a mistura, Rogério Cardoso (o dono do bar) e Suely Franco (a mãe de Cristina). Tal como nas telenovelas, o começo é absorvente, o meio, um pouco arrastado, e o final, feliz até não poder mais. "Cristina quer casar" não renova a estética da sétima arte, nem dá margem a grandes interpretações - mas completa a cinematografia de qualquer país que queria, perante o mundo, se afirmar.
>>> Cristina quer casar
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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