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Terça-feira, 26/8/2003
Que filme vamos ver hoje?

Julio Daio Borges




Digestivo nº 142 >>> Marcel Plasse. Quem leu mais atentamente sobre cinema ou música, nestes 10 ou 15 anos, conhece o nome. Foi ele um dos criadores da revista “Set”; escreveu críticas antológicas no “Estadão” e na “Folha”; hoje colabora com o “Valor Econômico”. Plasse, no entanto, apesar de ser uma assinatura na grande imprensa, tem uma visão muito peculiar da crise que afeta o setor – e decidiu partir para uma empreitada inovadora, e solo. Sua editora, a Caffeine, está produzindo a revista “Pipoca Moderna”, sobre lançamentos em DVD. Com ela, Marcel derruba alguns paradigmas – ou digamos que, simplesmente, leva algumas tendências atuais dos impressos ao limite. Primeiro: a “Pipoca Moderna” é grátis e não passa por distribuição em banca. Plasse acha que o sistema está falido e culpa-o pelo encolhimento das principais redações. Sua revista pode ser encontrada em locadoras, lojas especializadas e estabelecimentos afins (livrarias, cafeterias, etc.). Quem financia o empreendimento, portanto, são as promoções e os anúncios. Segundo: “Pipoca Moderna” fala evidentemente de sétima arte mas ignora solenemente a programação das salas de cinema e, obviamente, o moribundo mercado de VHS. A escolha é consciente e o foco setorizado no DVD é uma aposta pessoal do editor, que assistiu à derrocada do comércio de CDs (pelos piratas) e à migração das próprias gravadoras (de música) para o universo dos Digital Versatile Discs. Terceiro: “Pipoca Moderna” tem 16 páginas, textos exemplares e diagramação corretíssima – sendo, de ponta a ponta, o que poderíamos chamar de “one-man show”. Plasse, ao mesmo tempo em que “vende espaço” (para a publicidade), assina matérias; ao mesmo tempo em que cuida da “arte”, monta o site da publicação na internet; ao mesmo tempo em que fala ao telefone, atende à campainha e responde ao e-mail. A pergunta crucial é: – Tanto esforço vale a pena? Segundo o próprio realizador: é verdade que tomou prejuízo no primeiro número, mas já empatou a partir do segundo e espera lucrar, sem falsa modéstia, depois de alguns meses. “Pipoca Moderna” já vende assinaturas semestrais e circula com tiragem ambiciosa de 30 mil exemplares. Oxalá continue confirmando as teorias de Marcel Plasse.
>>> Pipoca Moderna
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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