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Segunda-feira, 31/5/2004
Sinhazinha (Despertar)

Julio Daio Borges




Digestivo nº 177 >>> Mônica Salmaso era uma voz densa e turva que entoava Dorival Caymmi ainda no século passado. Tinha ligações com as artes cênicas, e foi musa dos amantes do teatro, embora não tivesse uma presença de palco das mais cativantes (ao menos, para o público de sua música). Mas, abandonando a faceta “underground” e “cult”, Mônica Salmaso assinou com a Biscoito Fino e virou “mainstream”, como se diz. Não é ainda o “popular” de Regina Casé (que vaticinou o televisivo DJ Zé Pedro e o vaticínio pegou), mas a sua “Onde ir” está em toda parte. A composição, em realidade, é de Vanessa da Mata, mais uma “afilhada” de Nelson Motta, que também, sutilmente, está “em todas” (ainda em sua encarnação “cool”; vamos ver quanto dura...). Ocorre que Mônica Salmaso amadureceu como intérprete e deixou de ser mais um rosto bonito (ou nem tanto) na constelação de astros e estrelas da “Nova MPB”. Seu recente CD, “Iaiá”, é a maior prova. Salmaso está mais solta, menos soturna, e se arrisca com mais “ginga” em peças como “Menina, amanhã de manhã” (de Tom Zé e Perna). Não abandonou o tom dramático, em momentos como “Por toda a minha vida” (Tom e Vinicius), ainda que não acrescente muito mais ao que já apresentou em outras toadas tristes. Sua pose faceira, uma novidade como em “Cidade lagoa”, agora interessa mais. Além de cercá-la de bambas como Maurício Carrilho, Luciana Rabello, Teco Cardoso e Benjamin Taubkin, a Biscoito Fino deu um “banho de loja” em Mônica Salmaso – que está mais colorida e menos envolta em panos sérios e escuros. A flor, que antes era mais uma promessa, desabrochou. Continua achando que “É doce morrer no mar”, mas já foi aceita “Na aldeia”.
>>> Iaiá - Mônica Salmaso - BF | Somlivre.com
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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