Digestivo nº 177 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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>>> Crônicas De Um País Bem Grande de Bill Bryson pela Companhia Das Letras (2001)
>>> O Pensamento Vivo de Maquiavel de Conde Carlo Sforza pela Livraria Martins (1975)
>>> Cultura, Substantivo Plural - Ciência Política, História, Filosofia, Antropologia, Artes, Literatura de Luiz Costa Lima pela 34 (1996)
>>> Crescendo - Hush, Hush - Vol. 2 de Becca Fitzpatrick pela Intrinseca (2011)
>>> Cuba - Guia Visual Folha De São Paulo de Folha De São Paulo pela Publifolha (2010)
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DIGESTIVOS

Quarta-feira, 2/6/2004
Digestivo nº 177
Julio Daio Borges
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Literatura >>> O receio de fisgar alguém submerso
“O homem escreve como quem grita./ A mulher escreve baixo, em prece” – são versos do novo livro de Fabrício Carpinejar, esse poeta de gênio que, além de tudo, é um “gentleman”. (Se Nélson Rodrigues estivesse vivo o chamaria de “o mais inglês dos ingleses”, e talvez até Antonio Callado perdesse na comparação.) O fato é que, segundo Daniel Piza, um dos últimos críticos literários dessa nossa época, “Cinco Marias” (Bertrand Brasil) é o livro mais importante no gênero desde “Muitas Vozes” (José Olympio, 1999), de Ferreira Gullar. É uma passagem de cetro, visto que Gullar foi visitado por Oswald de Andrade na mocidade, um fã ilustre, e agora dá as mãos a Carpinejar, de pouco mais de 30 anos. “Cinco Marias” conta, em versos, a história de cinco mulheres que enlouquecem progressivamente, em torno da morte do patriarca e em torno de uma biblioteca. Registram seus pensamentos num diário em conjunto; diário este forjado por Carpinejar. “Depois que inventaram o inconsciente,/ a verdade fica sempre para depois”. “Experimento tantas roupas/ antes de sair porque/ meu corpo não me serve”. “Na infância, vive-se a medida natural./ Depois, o desequilíbrio./ Ou sobra ou falta amor”. Mãe e filhas, todas Marias, se misturam nesse universo de feminilidade, ao qual pouquíssimos homens têm acesso. Carpinejar, o escolhido, acredita que uma mulher contém em si todas as idades: a menina, a moça, a mãe, a avó. Proclamou sua filosofia sábia, na noite de lançamento, em plena Livraria Cultura. “Quando ficamos surdos/ escutamos tudo, menos o silêncio”. “Cinco Marias” é finalmente o “Poema de Sete Faces” de Fabrício Carpinejar. Se antes faltava alguma coisa, agora não falta nada. “Na maioridade, virei minoria./ Sacrifiquei a confiança das palavras”. [Comente esta Nota]
>>> Cinco Marias - Fabrício Carpinejar - 123 págs. - Bertrand Brasil
 



Música >>> Sinhazinha (Despertar)
Mônica Salmaso era uma voz densa e turva que entoava Dorival Caymmi ainda no século passado. Tinha ligações com as artes cênicas, e foi musa dos amantes do teatro, embora não tivesse uma presença de palco das mais cativantes (ao menos, para o público de sua música). Mas, abandonando a faceta “underground” e “cult”, Mônica Salmaso assinou com a Biscoito Fino e virou “mainstream”, como se diz. Não é ainda o “popular” de Regina Casé (que vaticinou o televisivo DJ Zé Pedro e o vaticínio pegou), mas a sua “Onde ir” está em toda parte. A composição, em realidade, é de Vanessa da Mata, mais uma “afilhada” de Nelson Motta, que também, sutilmente, está “em todas” (ainda em sua encarnação “cool”; vamos ver quanto dura...). Ocorre que Mônica Salmaso amadureceu como intérprete e deixou de ser mais um rosto bonito (ou nem tanto) na constelação de astros e estrelas da “Nova MPB”. Seu recente CD, “Iaiá”, é a maior prova. Salmaso está mais solta, menos soturna, e se arrisca com mais “ginga” em peças como “Menina, amanhã de manhã” (de Tom Zé e Perna). Não abandonou o tom dramático, em momentos como “Por toda a minha vida” (Tom e Vinicius), ainda que não acrescente muito mais ao que já apresentou em outras toadas tristes. Sua pose faceira, uma novidade como em “Cidade lagoa”, agora interessa mais. Além de cercá-la de bambas como Maurício Carrilho, Luciana Rabello, Teco Cardoso e Benjamin Taubkin, a Biscoito Fino deu um “banho de loja” em Mônica Salmaso – que está mais colorida e menos envolta em panos sérios e escuros. A flor, que antes era mais uma promessa, desabrochou. Continua achando que “É doce morrer no mar”, mas já foi aceita “Na aldeia”. [Comente esta Nota]
>>> Iaiá - Mônica Salmaso - BF | Somlivre.com
 



Gastronomia >>> A essência do sabor
Se na “Folha” há Josimar Mello, no “Estadão” e no “JT”, o todo-poderoso crítico de gastronomia é Saul Galvão. Além de exercer essa profissão de fé, que é a de avaliar para o bem e para o mal o nosso “grand monde” gastronômico, Galvão ainda dispara seus comentários pelo rádio, interagindo com outras mídias e lançando guias, como o de vinhos, que tem sua edição 2004 pela Códex. O diletantismo em torno da bebida apadrinhada por Baco, nos últimos tempos, cresceu muito. Subitamente, todo mundo entende de vinho: profere juízos; sorve o aroma; promove um festival de caras e bocas. Agora, se você quer pular essa fase, de puro impressionismo sem nenhum conhecimento sobre o assunto, uma das portas de entrada é o “Guia de Tintos & Brancos (e Rosados)”, de Saul Galvão. Nele, o crítico explica, por exemplo, porque a França está para o vinho assim como o Brasil está para o futebol e a Copa do Mundo. Conta como a Alemanha perdeu a hegemonia e a sua fama (que rivalizava com a da França), por causa de Liebfraumilch e quejandos. Diz, sem arroubos de patriotismo, porque nossos vinhos não vão nunca receber todas as estrelas (por uma questão de clima). E aposta, sem entreguismo ou bajulação, na produção norte-americana (pelo mesmo motivo). Como se vê, o “Guia” está dividido por países e ensina a não cair em contos-do-vigário como, antigamente, o nosso Almadén. O leitor vai aprender que existem denominações, como a de “origem controlada”, que – a partir do rótulo – já permitem uma escolha mais acertada. Vai aprender também que expressões como “cabernet sauvignon”, “merlot”, “chardonnay” e “sauvignon blanc”, presentes nas vinícolas de quase todo o mundo, são mais que nomes pomposos para se proferir fazendo bico, são qualidades de uvas, há muitos séculos cultivadas. E se paira alguma dúvida sobre a autoridade de Saul Galvão, basta lembrar que ele edita seu guia desde 1992. Ou seja: é muito anterior à atual “moda”, e está há anos-luz dos “súbitos” entendedores. [Comente esta Nota]
>>> Guia de Tintos & Brancos (e Rosados - Saul Galvão - 440 págs. - Códex
 
>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO RECOMENDA

>>> Palestras
* A infoeconomia - João Antonio Zuffo
(3ª f., 1º/6, 19h30, VL)
* TPM - Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi
(Sáb., 5/6, 16hrs., VL)

>>> Noites de Autógrafos
* Origem dos nomes dos municípios paulistas - Enio Squeff e Helder Perri Ferreira (2ª f., 31/5, 18h30, CN)
* A Faca e o Mandarim - Sinval Medina
(3ª f., 1º/6, 19hrs., CN)
* Parques Nacionais: Brasil - Araquém Alcântara, Sérgio Simões e Reinaldo de Andrade (4ª f., 2/6, 18h30, CN)
* Por dentro da bolha - Paulo Veras
(5ª f., 3/6, 18h30, VL)

>>> Shows
* Música das Nações - Horácio Gouveia
(2ª f., 31/5, 20hrs., VL)
* Marching In: New Orleans II - Traditional Jazz Band
(6ª f., 4/6, 20hrs., VL)
* Espaço Aberto - Duo Viola e Violeta
(Dom., 6/6, 18hrs., VL)

* Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos (VL): Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional (CN): Av. Paulista, nº 2073
*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural


>>> Circuito Erdinger & Kiss FM
Acontece nesta quarta-feira, dia 2/6, a partir das 21 hrs., no bar O Garimpo (Rua da Matriz, nº 136 - Embú - Tel.: 11 4704-6344), onde estará se apresentando a banda Kaleidoscope.

* a Erdinger é parceira do Digestivo Cultural
 
Julio Daio Borges
Editor
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