busca | avançada
84380 visitas/dia
2,0 milhão/mês
Sexta-feira, 1/10/2004
Velha Roupa Colorida

Julio Daio Borges




Digestivo nº 195 >>> Se o mercado fonográfico apresenta hoje baixos sinais vitais, ensaiando alguma recuperação com a venda de faixas (pela internet) e com o bom desempenho (ainda) do formato DVD, o mercado de instrumentos musicais vai de vento em popa. Basta circular pelos corredores da última Expomusic, que chacoalhou a cidade no Expo Center Norte. E pensar que, pouco mais de dez anos atrás, a pioneira Feira da Música se espremia em espaços exíguos no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Um tempo em que, para se adquirir instrumentos importados, era preciso apelar para o contrabando (ou para a uma única loja que importava na Teodoro Sampaio), pois havia poucos fabricantes nacionais e a qualidade deixava muito a desejar. Havia, na verdade, poucos consumidores. Na Expomusic 2004, praticamente todos os principais fabricantes estrangeiros marcavam presença, e os brasileiros disputavam de igual para igual. Se na antiga Feira da Música era preciso aguardar horas para assistir a uma apresentação, num cubículo, de Viper ou Sepultura (ainda com Max, mas, na ocasião, especialmente desfalcado – com Andreas no vocal), atualmente, na Expomusic, são dúzias de clones de Joe Satriani, Jimi Hendrix e Steve Ray Vaughan: gente que sem ser obrigatoriamente virtuose, nesse meio tempo, aprendeu a tocar. E o Brasil não nega sua vocação musical. Além de fabricantes, publicações como a revista “Jazz+”, gravadoras como a Hellion Records e emissoras como a Brasil 2000 FM. E quantidades industriais de visitantes. Na casa dos milhares. A maioria jovem, assistindo às “performances” num misto de admiração e atenção didática. Foi uma revolução silenciosa. E não-televisionada. Principalmente depois dos anos 90, em que o rock foi considerado morto e a era eletrônica ameaçava reduzir toda instrumentação a “pick-ups” e cabines de mixagem. Sem demérito para os DJs, que abriram uma frente completamente nova – e só deles –, os instrumentistas, no sentido clássico (guitarra, baixo e bateria) parece que ensaiam agora uma volta. Será?
>>> Expomusic
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

busca | avançada
84380 visitas/dia
2,0 milhão/mês