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Terça-feira, 5/12/2000
Because in the musicals nothing dreadful ever happens

Julio Daio Borges




Digestivo nº 12 >>> Dançando no Escuro é tragédia adaptada ao cinema. Fatal, irracional, dionisíaca. Lars von Trier, o homem da revolução, dirige e escreve o roteiro. Björk, a inclassificável, canta, dança e atua no papel principal. À parte a cansativa discussão teórica em torno do filme e das possibilidades que ele explora, Dancer in the Dark convence muito mais pelo seu caráter humanista, universalista, do que por um certo virtuosismo técnico ou pela abordagem inusitada do gênero musical. Varrida a paisagem e a parafernália, resta tão somente a relação visceral, ancestral, antediluviana entre um filho e uma mãe, entre uma mãe e um filho. Selma, a protagonista, carrega um senso de missão que causa calafrios à imensa maioria dos espectadores, entorpecida pelos desejos de felicidade a prazo ou a vista. Selma não é feliz mas dá um sentido à sua existência, à sua vida, ao seu sacrifício. Descontados todos os prazeres e todas as glórias frívolas, quantos seres humanos ainda podem se resignar de terem feito algo realmente grandioso nesta vida (como Selma fez)?
>>> http://www.dancerinthedark.com/
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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