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Quinta-feira, 24/5/2007
BarCamp, Florianópolis - I
Fabio Silvestre Cardoso

E o Andre de Abreu, sempre ele, vivia a me convidar para um tal de BarCamp, uma espécie de encontro, dizia ele, em que as pessoas apresentam seus temas, sempre ligados às novas mídias, ao jornalismo e à internet, em um painel aberto para a discussão de quem lá estiver. "É como as boas aulas da faculdade, aquelas em que podemos debater não só com os professores, mas uns com os outros". O "evento", e não sou lá muito justo ao chamá-lo assim, teve sua terceira edição em Florianópolis neste último fim de semana, dias 19 e 20, em uma das salas da UFSC. A despeito das semelhanças com a FFLCH, o prédio da Filosofia e Ciências Humanas da UFSC não está interditado pela presença de jovens revolucionários em busca da autonomia perdida. Em vez disso, os presentes optaram por debater e refletir as propostas existentes em virtude das novas tecnologias. Só para que o leitor tenha uma idéia, eis algumas das tags: Propriedade Intelectual vs. Direito Autoral; Gestão do Conhecimento; Jornalismo Colaborativo; Ciência 2.0. E tudo começou com uma reunião no auditório, conforme se lê no parágrafo a seguir.

No auditório, cujo nome me esqueci de anotar, Andre Avorio apresentava a proposta do BarCamp: Formato desconferência. Aos interessados, portanto, era fundamental que colocassem no painel o assunto que gostariam de debater. Do mesmo modo, os demais poderiam colaborar (essa era a idéia central) trazendo novas discussões ou remetendo a outras tags sucessivamente. O objetivo era explorar cada uma dessas tags em uma hora, abrindo espaço para as outras já previamente agendadas no painel. E isso ocorreu em boa parte dos casos no sábado, porém algumas discussões ganharam mais fôlego e absorveram as subseqüentes. Como este era meu primeiro BarCamp, foi só então que eu entendi o formato de "desconferência". Num evento, digamos, oficial, como o Proxxima, as exposições e as palestras têm hora certa para acabar, sem contar que a participação é limitada a algumas poucas questões que jamais são respondidas a contento. Num BarCamp, não só as questões são respondidas, como também é possível ouvir às opiniões dissonantes que, em vez de encerrar a discussão, abrem outros caminhos. Pode parecer confuso, mas, como ficou claro no debate sobre Jornalismo Participativo, existe uma tendência de as coisas se organizarem à medida que o debate toma forma - obviamente que nem sempre da maneira planejada no início (nem tudo é perfeito, afinal. Continua no próximo post...).

Fabio Silvestre Cardoso
24/5/2007 às 16h28

 

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