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Segunda-feira, 28/5/2007
Exceção e regra
Eduardo Mineo
+ de 6600 Acessos
+ 23 Comentário(s)

É curiosa a idéia de um estudante de universidade pública entrar em greve. É como se alguém recebesse todo dia leite de graça e, para protestar contra alguma coisa, a solução mais contestadora que lhe ocorresse fosse a de não aceitar mais o leite. Por que o leiteiro se sentiria ameaçado com esta atitude? Não faz sentido, não faz o menor cabimento. Os estudantes são os maiores beneficiários e quem sai perdendo são eles. E não vejo como uma greve de estudantes pressionaria o governo. Talvez afetasse a opinião da sociedade, mas acontece que a maior parte da população acha razoável cortar verbas das universidades públicas, pois acredita que só vagabundo rico estuda lá. E qual seria a barganha de uma greve de estudantes? Imagine o secretário entrando todo afoito no escritório do governador aos gritos "São os alunos da USP! São os alunos da USP! Eles estão em greve!" e o governador "Foda-se, ué. Um gasto a menos." Provavelmente foi o que o José Serra pensou até agora.

Bom, essa foi minha impressão ao ler os jornais. Senti até ódio dos alunos da USP, badernando e vandalizando o patrimônio público. A questão é que não são os alunos da USP. Tampouco a USP quer greve. Das 66 unidades que a compõem, apenas parte de 3 aderiram. Não chega nem a 5% da USP. E a ADUSP (Associação dos docentes petistas da USP) insiste em agitar uma greve de professores baseada numa votação realizada por apenas duzentos professores, sendo que a universidade tem mais de cinco mil. Houve ainda aquela mega assembléia contra os decretos do governador que contou com exorbitantes 1.500 alunos. É 1% e quebrados do total de alunos da USP. Então, que papo é este de "alunos da USP"? Os sujeitos que invadiram a reitoria estudam na USP, mas estão longe de representar os alunos. Aluno da USP tem mais o que fazer; tem que estudar porque é para isso que a população paga imposto, não para ficar perambulando pelas faculdades vestido de palhaço. Aluno da USP tem que estudar, se não reprova. Reprova porque professor da USP dá aula em vez de ficar se imaginando um carvoeiro do início do século todo zangado com o capitalismo. São exceções virando regra.

Querem fazer greve por causa dos decretos do governo do Estado de São Paulo, que dizem diminuir a autonomia das universidades públicas. Mas onde viram nos decretos alguma ameaça à autonomia das universidades? O assunto estaria encerrado nos primeiros dias se não fosse por causa de uma pessoa: Pinotti, o presidente do Conselho de Ensino Superior. Meu Deus, alguém precisava parar aquele sujeito. Com suas entrevistas inconsistentes, ele comprometeu o governador, os reitores, os alunos, todo mundo perdeu credibilidade e deu espaço para acontecer a invasão da reitoria da USP. E a reitora (Suely Vilela) também não contribuiu em nada, pois quando ela cedeu algumas reivindicações, ela validou a invasão, como se ela tivesse liberado verbas do fundo para melhorias, não porque elas eram necessárias, mas porque invadiram seu prédio. É só invadir a reitoria que se consegue tudo.

Os principais pontos nos decretos que os invasores alegaram influenciar na autonomia das universidades dizem respeito à subordinação da USP à Secretaria do Ensino Superior e à prestação de contas ao Siafem, o órgão responsável por isto e que também recebe prestação de contas do Legislativo e Judiciário, instituições cuja autonomia é consagrada. E como era de se esperar os três reitores das universidades do Estado de São Paulo (Unicamp, Unesp e USP) desmentiram a influência na autonomia de suas universidades de forma sucinta e ainda esclareceram que a USP já prestava contas ao Siafem mensalmente desde 1997. Com os decretos, esta prestação de contas passou a ser diária. Apenas isso. Sobre a subordinação das universidades à Secretaria do Ensino Superior, não há por que acreditar que isto influenciará a autonomia, pois a USP, desde 1989, sempre esteve subordinada a alguma secretaria, seja a da Casa Civil, seja a da Ciência e Tecnologia. E nunca houve qualquer ameaça de interferência do governo na universidade. Por que agora existiria tal ameaça?

Houve ainda duas reclamações dos invasores quanto a uma contingência de verbas e sobre a alteração no Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades de São Paulo). Hoje, o Cruesp é formado por dois secretários e pelos três reitores das universidades de São Paulo. Com a mudança, o presidente da Secretaria do Ensino Superior passaria a presidir o conselho e seria incluído mais um secretário. Com os protestos, esta medida foi prontamente cancelada e o Cruesp não foi alterado. Mesmo se tivesse sido alterado, as universidades são autônomas e o conselho não interfere em suas decisões. É apenas um mecanismo de diálogo entre as universidades e o governo. Cada reitor continua sendo o responsável por sua universidade. De qualquer modo, isto não importa mais: o assunto morreu.

Já a contingência de verbas que ocorreu no começo deste ano foi uma questão técnica. As três universidades têm direito a 9,57% do ICMS (principal imposto recolhido no Estado de São Paulo) e quando acontece de o governo arrecadar mais do que o previsto, a diferença precisa ser aprovada pela Assembléia Legislativa. Foi o que ocorreu. Em dezembro, a arrecadação foi maior do que o previsto e o Orçamento precisava de aprovação antes de ser repassada às universidades. O Orçamento foi aprovado e pronto. Outro assunto que morreu.

Entretanto, não vejo os decretos como algo bom pois eles causam um aumento desnecessário de burocracia. A prestação de contas ao Siafem mensalmente me parece o suficiente. Uma prestação diária aumentaria gastos ao invés de diminui-los. É a mesma questão com as mudanças do Cruesp. Não vão melhorar em nada. Talvez, com uma secretaria específica para o ensino superior, algumas questões sejam agilizadas, porém nada que justifique os gastos. Mas mesmo assim, mesmo não concordando com estes decretos, não vejo motivo suficiente para sustentar uma greve ou uma invasão à reitoria. É desproporcional.

E conforme as questões que levaram à invasão da reitoria foram caindo, os invasores passaram a procurar outras motivações para validar sua baderna, como falar em reformas estruturais na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e no CRUSP (centro de moradia universitária). Tenho amigos que estudam na FFLCH, freqüento aquela instituição e sei de seus problemas, mas tenho de falar que foi uma opção da FFLCH. Na semana passada, um grupo invadiu uma aula da minha turma, na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), para fazer o discursinho fajuto de acesso universal ao ensino superior, o mesmo discurso que está arruinando não só a estrutura da FFLCH, mas também seus cursos. É uma política que apela para a democratização do ensino, mas que acaba generalizando o analfabetismo, diminuindo a qualidade dos alunos (se um aluno cotista tem a mesma capacidade de acompanhar um curso superior, por que não teria a mesma capacidade de passar no vestibular?), ou aumentando a quantidade de vagas para um número acima do suportável (só a carreira de Letras recebe 850 novos alunos por ano), o que demanda gastos fantásticos e que precisa sair de algum lugar do orçamento, ou seja, das reformas e da manutenção dos cursos.

A proposta de acesso universal ao ensino superior tem uma boa intenção, mas o Estado não tem capacidade de atendê-la e forçá-la apenas prejudicará ainda mais o nível das instituições. Nem nos países desenvolvidos acontece desta forma. E também a resistência às fundações (entidades privadas vinculadas às faculdades) contribui para este colapso da FFLCH, numa crença caipira de que dinheiro limpo é dinheiro do Estado, embora a FFLCH tenha muito potencial para ser usado por fundações, como sugeriu o Reinaldo Azevedo, por exemplo, uma parceria entre o departamento de sociologia e o IME (Instituto de Matemática e Estatística) que desbancaria qualquer Data-Ibope por aí.

O cômico é que esta parcela da USP contra as fundações argumenta que as faculdades seriam guiadas pelo mercado, mas eles não se encabulam com faculdades guiadas por partidos políticos, por ideologias políticas, guiadas por qualquer coisa que não o mercado. De qualquer forma, as faculdades não trabalham em função destas entidades, mas o contrário. As fundações são uma importante ferramenta para a manutenção do funcionamento das instituições de ensino sem a dependência exclusiva do Estado. É assim nos Estados Unidos, onde as universidades públicas cobram mensalidades, são apoiadas por fundações e são as melhores do mundo. Que mais vocês querem?


Eduardo Mineo
São Paulo, 28/5/2007

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
24/5/2007
17h35min
Concordo! Acho que tem muita gente que quer aproveitar a ocasião sim, e brincar de fazer revolução! Tem questões a ser debatidas e protestadas? Sim, mas, como você mesmo disse, não ao ponto de fazer tal paralização! E quanto ao fato de que "eles não se encabulam com faculdades guiadas por partidos políticos, por ideologias políticas, guiadas por qualquer coisa que não o mercado", só mais uma observação: eles se esquecem de que tais partidos só usam uma máscara diferente da dos outros, mas que estando na "posição", acabam se voltando aos interesses do temido "mercado". Só espero que meu comentário não se pareça com uma apologia às políticas neoliberais...
[Leia outros Comentários de Débora Costa e Silva]
24/5/2007
21h04min
Eduardo, não há palavras a acrescentar em seu excelente (e coeso)texto.
[Leia outros Comentários de Luciana Bernardo]
27/5/2007
09h36min
Ridículo!!! Lambendo as botas dos neo-liberais... No fundo, é a preocupação de sempre: "o deus mercado". É por causa de pseudo-educadores como vocês que a educação deste país está como está.
[Leia outros Comentários de Rose]
27/5/2007
10h47min
Rose, a educação não está como está por causa de "pseudo-educadores" como eu porque, se eu fosse o responsável pela educação, as pessoas jamais usariam num texto um estilo tão feiosinho, tão tacanho como o seu. "Lambendo as botas", "Deus mercado"? Faça-me o favor. Uma pessoa que usa "Lambendo as botas" simplesmente está errada. Por sorte, pode até ter dito alguma verdade, mas a partir do "Lambendo as botas" ela invalidou tudo que disse.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
28/5/2007
09h01min
Eduardo: pode-se debater a greve da USP, mas seu texto começa com pressupostos de "banana de pijama", reacionários apenas ficam de longe criticando as greves e os movimentos. Os pressupostos com que você inicia o texto são preconceituosos; não dá para debater assim. A USP é paga pelos impostos do povo. Não é o leite burguês que o papai lhe dá na faculdade para você aprender a repetir dogmas neoliberais. Como disse o Marcelo Coelho, se não houvesse a invasão, ninguém daria atenção para a greve.
[Leia outros Comentários de Lúcio Jr]
28/5/2007
09h41min
Lúcio, em primeiro, fico longe, sim, porque a invasão foi criminosa. O contra-argumento é que os decretos também foram criminosos, o que é discutível, mas uma coisa não anula a outra. Quando lhe roubam a carteira, significa que você pode sair por aí roubando carteiras? Em segundo, fico longe porque o motivo para a greve e para a invasão não existe. Expliquei bem isto no texto. E o que tem de preconceituoso alí, no começo? Ou você pensa que a população acha tranquilo bancar a USP e não ter acesso? "A USP é paga pelos impostos do povo." Não foi o que eu disse? Os alunos são bancados pelo imposto do povo para que estudem, não para passarem o dia brincando de movimento estudantil.
[Leia outros Comentários de Eduardo Mineo(Bloom)]
28/5/2007
09h41min
"se não houvesse a invasão, ninguém daria atenção para a greve." É o papo de que os fins justificam os meios. Levado adiante, este tipo de pensamento valida um estupro, um massacre. E daí que a revolução de Lenin matou em 6 meses mais gente que a família do Tzar em 100 anos? O importante é o ideal, né?
[Leia outros Comentários de Eduardo Mineo(Bloom)]
28/5/2007
13h40min
Quanto ao seu "...acredita que só vagabundo rico estuda lá...", este lá, para quem tem um mínimo de discernimento sobre a situação, deve entender que não faz parte dele os cursos noturnos da FFLCH e de outras faculdades, onde estudam os filhos de uma classe trabalhadora explorada pelas "leis do mercado" e suas aplicações inconsequêntes em nossa sociedade, representadas pelo modelo de estado neoliberal, responsável pelo atual estado de coisas que aqui vivenciamos. Quanto às fundações citadas pelo autor da matéria, estão em bom lugar dentro da FEA, devem mesmo injetar recursos financeiros em seus famosos cursos de M.B.A., pois assim garantirão a reprodução e perpetuação de seus ideais burgueses capitalistas. Sujeitos com esse tipo de opinião sofrem de lavagem cerebral durante seu curso, se maravilham com as oportunidades de lucro que terão se aceitarem o modelo econômico como aí está. Se eu fosse ele também sairia em defesa da burguesia...
[Leia outros Comentários de Marcos Leite]
28/5/2007
14h00min
Marcos Leite, eu falei de opinião geral da população, que é o que vale para a política. A maioria da população nem sabe o que é FFLCH, mas eu sei e conheço o estacionamento de lá e jamais o classificaria como um estacionamento de "filhos de uma classe trabalhadora explorada pelas leis do mercado". Mas você diz que o responsável pela atual situação das coisas é o modelo de Estado neoliberal. Acontece que o modelo de Estado atual é um modelo de interferência no mercado, de funcionalismo público, de aparelhamento, de alta taxa de imposto que trava a iniciativa privada e a classe trabalhadora, um modelo de grandes estatais, de grandes estruturas burocráticas com dezenas de ministérios, secretarias, etc., portanto, onde você enxerga neoliberalismo aí? Neoliberalismo é demissão de funcionário público em massa, privatizações, diminuição da estrutura burocrática, o que deixaria o Estado em situação favorável de administração e, conseqüentemente, de eficiência. Cadê o neoliberalismo?
[Leia outros Comentários de Eduardo Mineo(Bloom)]
28/5/2007
14h05min
Sobre as fundações, é o inverso do que disse o Marcos Leite. O MBA é pago e injeta dinheiro nas fundações, sendo uma parte dele repassado para a USP inteira, incluindo aí, a FFLCH. Não é gozado os "ideais burgueses capitalistas" ajudarem a pagar o salário da Marilena Chauí?
[Leia outros Comentários de Eduardo Mineo(Bloom)]
28/5/2007
15h08min
Olá, Eddie. Só trocaria "o leiteiro", no primeiro parágrafo, por "a vaca". Porque é basicamente uma greve contra a vaca. Mas não é a vaca que importa, é mostrar para a vaca que ela pode mugir, chutar o balde, chamar o boi, que não não vamos tomar leite, não senhor. Eu só achava que, beleza, não gostou do Decreto? Elege outro Governador, outros deputados, da próxima vez, pô. O Decreto é legal e legítimo, não é? Pode não ser agradável, pode até não ser bacaninha, mas foi promulgado nos conforme, né não? E não gostou da ordem judicial de desocupação? Foda-se, ordem judicial não é para agradar ninguém, não - é para cumprir, mesmo. E vai o estado-de-direito para o saco...
[Leia outros Comentários de mauro]
28/5/2007
15h31min
Eduardo: pensei que viria coisa melhor de seus argumentos, uma resposta. Mas, não. É queixa contra o estado... Vai se queixar para o Serra! Respeite as opções dos colegas que se arriscam contra o pelotão de choque na reitoria, se não comunga delas. Você é está brincando de criticar. Desobecer ordem judicial... A cada parágrafo o sujeito repete: o assunto morreu, morreu, etc. Se morreu, se você assume o ponto de vista da massa alienada, não dá para negar que a Marilena ainda precisa ganhar muito dinheiro da burguesia (uma fábula!) para poder suportar uns alunos como você. Criminalizando movimentos sociais, observando tudo de longe e reclamando, reclamando. Pior que o PT de antigamente. Você precisa rever seus conceitos. O PT para você é esquerda? E ainda russifica a discussão. Que ilusão achar que basta implantar o modelo norte-americano aqui e tudo fica bem. Onde mataram o Czar escreveram, tirado da Bíblia: "O Rei Baltzar (sic) não respeitava Deus nem os judeus e foi morto pelos seus..."
[Leia outros Comentários de Lúcio Jr]
28/5/2007
13. Mauro
15h32min
Olá Mauro! Sim, sim, e este questionamento dos decretos não existe, nem reivindicações. Até as reclamações da infra-estrutura precária de algumas faculdades dá pra questionar a responsabilidade do governo, uma vez que isto é um assunto interno da USP, por causa da autonomia. E verba a USP tem, para todas as faculdades. 10% da principal fonte de renda do Estado de São Paulo é grana pra burro, aliás. Agora, o que cada instituição faz com sua verba já é outro assunto. Não que eu defenda o Serra, credo, mas esta coisa toda foi mesmo jogada política do Sintusp pra conseguir matéria para a próxima eleição "ó, o Serra oprimindo os universitários." Usam o nome da USP pra este tipo de coisa e querem que a gente apóie.
[Leia outros Comentários de Eduardo Mineo(Bloom)]
28/5/2007
14. Oh God
16h45min
Lúcio, eu realmente não respondi nada porque não havia o que responder. Eu lhe corrigi, foi diferente. E devo respeitar aquela gente por quê? Porque quando eles são contrariados, eles aplicam sua "democracia" no braço? Os motivos que eles usaram como desculpa foram desmontados. Os três reitores afirmaram que não há intervenção na autonomia (o assunto morreu) e as universidades já receberam as verbas que foram suspensas no começo do ano (o assunto morreu). Que mais? E é uma fábula não só a Marilena, como todos da USP serem sustentados pela burguesia, pela iniciativa privada, pelo mercado, enfim? Como você acha que a verba aparece na USP? O Estado inventa o dinheiro e dá para a USP? É não é ilusão acreditar no modelo neoliberal, meu filho. É o pensamento econômico nos principais países emergentes e foi o modelo que salvou os EUA e a Inglaterra na década de 80. E foi justamente a abertura comercial que salvou a China e a colocou em franco desenvolvimento. E... chega por enquanto.
[Leia outros Comentários de Eduardo Mineo(Bloom)]
28/5/2007
23h20min
Na boa? Quando entrei na faculdade eu tentei me "engajar no movimento", mas de tanto ouvir absurdos e conhecer pessoas com uma mentalidade tão pequena, deixei isso pra lá. Mal sabia eu o que estava por vir. Fui profundamente prejudicado por uma greve de estudantes sem razão nenhuma. Sempre fui contra greves, e depois dessa fiquei mais contra ainda. Movimento estudantil, como disse um professor daqui certa vez, tem que ser um só: da sala pra biblioteca e da biblioteca pra sala. Estudante tem é que estudar, e não ficar enchendo o saco dos outros com greve idiota. Parando o trânsito por causa do aumento da passagem, atrasando gente que tem que trabalhar e cuidar da família. Se quer protestar, que proteste direito, sem prejudicar ninguém ou fazer baderna.
[Leia outros Comentários de Rafael Rodrigues]
28/5/2007
23h56min
Ótimo texto. Eu acho que caímos naquele velho papo de que já se fala faz tempo: não interessa prestar contas porque o dinheiro não é gasto de forma correta... Você não imagina os "benefícios" e as trambicagens que rolam soltas nos campi estaduais e federais, todos patrocinados com dinheiro público. Claro que para aproveitar você tem que fazer parte do corpo politizado, e membro de uma das N associações de estudantes... Desde beber cerveja patrocinado pelo imposto dos outros a viagens e até, pasmem, compra de drogas (coisa que eu já presenciei na UFRJ). O mesmo vale para muitos destes professores, que além de patrocinar obras privadas que não trazem benefício público algum, também usam o dindim público para fazer aquela viagem, para lançar livro em Paris, comprar um sofazinho para sala, e um uisquinho, porque ninguém é de ferro... Por isso a baderna. Esta mesma história acontece em muitas "produções" (cinematográficas) nacionais...
[Leia outros Comentários de Ram]
29/5/2007
01h23min
Eduardo, vou dizer com bastante serenidade, tentando não ser rude. Veja bem: você discorre sobre uma dúzia de assuntos polêmicos no seu texto sem nenhuma cautela, muito embora sejam claramente assuntos de que você possui domínio apenas parcial. Um estudante, é o que você é, não se esqueça. Se houvesse dito essas coisas num bar, não haveria problemas, mas creio ser inaconselhável posições tão extremas a alguém que se expõe tanto e sabe tão pouco (pelo menos ainda, ok?). Repare que, sem exceção, os seus argumentos estão incorretos ou no mínimo duvidáveis, a ponto de configurar erro serem colocados em termos tão extremos. Cuidado com as palavras, meu caro, elas têm vida própria. Mas vou falar só da parte que achei mais grosseira: você, ao se olhar no espelho, acha-se realmente mais bem preparado do que quase todos os outros brasileiros para o ensino superior? Seria a prova de química do vestibular indicador irrefutável da inteligência de uma pessoa, ou de seu senso crítico? (continua)
[Leia outros Comentários de Víktor Waewell]
29/5/2007
01h23min
Ou não seria isso prova de que você (assim como eu, para ser honesto) estudou em escola particular? Você certamente responderá, do alto de seu direitismo, que é a melhor maneira que encontraram para fazer a seleção, não cabe todo mundo na USP, e que você se deu bem. O mundo é seu. Respondo eu: de fato, Moisés recebeu as instruções para o nosso vestibular diretamente de Deus, há milhares de anos - e assim sempre se fez, sempre se fará. Apenas existe a coincidência de que pessoas como nós dois tenhamos nos saído melhor. Geneticamente, a nossa estirpe deve ter sido favorecida, não é isso? Não é isso que você ia dizer?
[Leia outros Comentários de Víktor Waewell]
29/5/2007
10h19min
"Repare que, sem exceção, os seus argumentos estão incorretos ou no mínimo duvidáveis." Se é tão claro assim, aponte quais argumentos. E por quê? "Você, ao se olhar no espelho, acha-se realmente mais bem preparado do que quase todos os outros brasileiros para o ensino superior?" Acho. "Seria a prova de química do vestibular indicador irrefutável da inteligência de uma pessoa, ou de seu senso crítico?" Alguma sugestão alternativa? "Ou não seria isso prova de que você estudou em escola particular?" Ou seja, nos dias atuais, quem teve uma boa educação? Sim, é isso mesmo. "Geneticamente, a nossa estirpe deve ter sido favorecida, não é isso? Não é isso que você ia dizer?" Não, nem passou pela minha cabeça, embora lendo este tipo de mensagem seja difícil negar que existam pessoas desfavorecidas intelectualmente. E repare que você não justificou nada, nem tentou, nem ao menos tentou convencer. É preguiça demais. Ou desonestidade.
[Leia outros Comentários de Eduardo Mineo(Bloom)]
29/5/2007
17h40min
Cara, não tenho espaço pra discutir todos os seus argumentos. Fiz um comentário neste espaço disponibilizado pelo Digestivo Cultural - só isso. Acho, no mínimo, pouco elegante da sua parte me chamar de preguiçoso ou desonesto, na posição de colunista que você ocupa. Cabe a você digerir o comentário, que foi feito de boa fé, cara! Na verdade, só quis dizer, com serenidade, que você sabe muito pouco sobre os assuntos pelos quais discorreu com tanto extremismo. Não há como negar. Mas, se você pediu, dou (mais) um exemplo: 1500 alunos podem formar sim uma assembléia representativa, a menos que ela não tenha sido minimamente divulgada. Nunca ouvi falar de uma assembléia com 51% dos alunos da USP, que dá umas 75 mil pessoas (teria que chamar todo mundo pro Morumbi!). Mas, enfim, depois da sua última resposta, creio não ser saudável discutirmos mais, uma vez que você, sem sequer me conhecer, ousou sugerir, durante uma discussão quase técnica, defeitos pessoais em mim.
[Leia outros Comentários de Víktor Waewell]
29/5/2007
18h02min
Viktor, tem bastante espaço, sim. Vai mandando que eu vou rebatendo. Agora, comentário de boa fé? Você vem aqui, coloca palavras na minha boca dando a entender aquilo que você acha, apenas acha, que eu penso e chama isto de boa fé? Deve ser a mesma boa fé dos vândalos que invadiram a reitoria. Se eu sei pouco, se o que eu escrevi está errado, aponte que eu argumento. Pois bem, aquela assembléia pode ter sido representativa dos alunos petistas e variantes, que é o que tem nestas assembléias gerais, não representativa da USP, como deu a entender nos noticiários. Tanto que das 66 instituições, apenas 3 aderiram à greve (por assembléia interna das faculdades). Até a faculdade de filosofia da FFLCH votou contra a greve. Ninguém apartidário participa destas assembléias gerais porque é só isto que tem lá: variações de petistas e sindicalistas que, quando contrariados, aplicam suas vontades democráticas no braço. Então pergunto novamente, que papo é este de opinião dos alunos da USP?
[Leia outros Comentários de Eduardo Mineo(Bloom)]
29/5/2007
19h52min
Fica tranqüilo, meu caro... nossa, não precisa disso! Vamos ficar numa boa? Olha só, apenas pensei que seria saudável comentar seu texto, discordar de você. Peço desculpas, com honestidade, se fui rude, coloquei coisas na sua boca ou te ofendi, ok? Com toda sinceridade, não foi a intenção - mas admito que eu possa ter feito isso (as palavras às vezes fogem do controle!). Fica tranqüilo que você não tem inimigo aqui, ok? (Se é que você se importa, é claro...) Abraço, Víktor.
[Leia outros Comentários de Víktor Waewell]
29/5/2007
22h35min
Viktor, eu sou tão calmo e sereno que dá até vontade de sacudir. E gosto muito de discutir, de ver meus argumentos contestados. Vejo, aliás, um monte de buracos nos meus textos que podem ser rebatidos com facilidade até, e eu teria muito prazer em ver até onde eles se sustentam. Acontece que juízo de valor tem limite. Em todos os comentários contrários, eu tentei jogar pra argumentação. Não concordou e quer comentar? Explica o porquê. Eu acho que estou certo. Se alguém diz que estou errado, eu quero saber o motivo. Quando isto não acontece, fica chato e perde o sentido discutir.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
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