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Domingo, 1/12/2002
A importância de ser Fiel
Eduardo Carvalho

No deserto em que vivemos, uma montagem como A importância de ser Fiel, em cartaz no Sesc Vila Mariana, é indispensável. Há quem diga ser a obra-prima de Oscar Wilde ("Ah, é do Oscar Wilde", comentou o sujeito atrás de mim, depois de anunciarem pelo microfone - "Dizem que ele é bom"). Provavelmente há muito tempo o público paulistano não era tratado com tanto respeito. Só o que pode incomodar é a preferência por Fiel em vez de Prudente, que é mais adequado (mas não tem a mesma insinuação à baixaria, fundamental para atrair o público "de alto nível"). A tradução, como dizem, é mesmo exata, com ritmo e graça. E não há nenhuma referência a banalidades pop, o que é muito comum. Nenhuma adaptação ao estilo de vida contemporâneo, o que - apesar de irresistível para muitos diretores - é absolutamente desnecessário. Os atores são competentes. E, o que é incrível, conseguem fazer o público rir, do começo ao fim, sem deixar escapar um único palavrão. Fiquei, confesso, chocado. Não sabia que isso era possível, na mesma cidade em que Cócegas faz tanto sucesso.

Eduardo Carvalho
1/12/2002 às 09h52

 

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