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Quarta-feira, 23/5/2007
Comentários
Leitores

um roteiro é literatura
Para mim, Pilar, é incompreensível este apego dos escritores. Incompreensível e limitante, uma vez que, a cada nova avaliação, adaptação ou reelaboração de uma obra (por pior que sejam) os artistas lançam diferentes perspectivas sobre ela. Deus, e não será mais rico um trabalho artístico, seja qual for, quantas mais perspectivas suscitar? Há constante e enriquecedora interação entre as artes e, então, por que questionar se vale a pena ou não uma adaptação, ou o que é melhor o adaptado ou o adaptando? E, por último, é óbvio que um roteiro é literatura: mas, por que indagar? Onde acaba o cinema e começa a literatura? E vice-versa? Talvez, confesso, eu não esteja bem inteirado dessa discussão, que deve ter vários desdobramentos que desconheço. Abraço.

[Sobre "Literatura, cinema e adaptações"]

por mauro judice
23/5/2007 às
12h55

Adaptação não é literatura
Adaptação de livro para cinema não é literatura, seguramente. Nem pode ser. É outra linguagem mesmo. O filme pode parecer vagamente com o livro, mas é totalmente desconstruído, por mais fiel que queira ser. Por exemplo, "Benjamim"... O filme e o livro? Em que se tocam? No enredo, nas palavras, no modo como os artistas atuam? Não tem jeito. A impressão visual do cinema nos tira a criação que fazemos dos personagens ao lermos um livro. Mesmo que seja universal como "O Senhor dos Anéis" e populares, quando entramos em um cinema, com um filme adapatado de um livro, temos que destruir o que criamos como imagens subjetivas e únicas. É entrar de peito aberto, cabeça limpa e assistir à película como uma coisa nova. Podemos, depois comparar, e ver se de fato os personagens se parecem com os que criamos, Mas, normalmente, isso não acontece. E o filme pode nos trazer gratas surpresas ou amargas decepções. Depende do modo como entendemos o livro. O que importa é a qualidade: É bom ou ruim?

[Sobre "Literatura, cinema e adaptações"]

por Adriana
23/5/2007 às
12h52

olga, o filme
eu adorei esse filme, baseado numa historia real muito comovente!

[Sobre "Olga e a história que não deve ser esquecida"]

por camila
23/5/2007 às
10h22

Wook e Tarantino
Adorei sua análise e a comparação com os filmes do Tarantino. Aliás, acho que você definiu muito bem o estilo oriental: estética impecável e obscuridade. Ví o Old Boy e deu vontade de ver o resto. Amei!

[Sobre "A trilogia da vingança de Park Chan-Wook"]

por Taís Laporta
22/5/2007 às
15h30

Demasiado foco no autor
Acho que a discussão ainda não se esgotou. Gostaria de salientar um ponto. Há muito foco sobre o papel do autor, se vai ser reconhecido, se vai publicar no blog ou em papel, etc. Mas pouco se fala da dimensão literária dos próprios textos, o fato de se tratar de um processo muito mais amplo, histórico, civilizatório. Em suma, acho que o texto deve ser maior que o autor: o autor é somente cavalo das idéias. Provavelmente serei criticado por dizer isso, mas quem já escreveu uma dissertação ou tese de doutoramento passa a ter outra noção do trabalho de escrever. É preciso dialogar com autores do passado, pesquisar fontes, contrapor argumentos, visões de mundo, etc. É preciso gostar mais das IDÉIAS do que de si mesmo. Quem envereda por esse caminho se sente realizado, mesmo que não seja publicado, pois passa a dialogar com a filosofia, com a literatura universal e com as demais expressões artísticas. Com o tempo, essas coisas, que são maiores do que nós, conspiram a favor do sucesso.

[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]

por Renato Kinouchi
22/5/2007 às
14h08

quero ler
é impossível não querer ler o livro. paulo vieira

[Sobre "Sonata para pandemônio"]

por paulo vieira
22/5/2007 às
11h18

com tanto livro bom...
Guga, eu também tentei ler uma dessas edições vendidas em banca de revista e não consegui ir em frente. Até hoje não sei bem o motivo(tema, linguagem, trama...). Ainda penso em insistir e tentar outras vezes, talvez com outras edições. Mas também fico pensando que com tanto livro bom na estante, insistir em um mesmo, pode parecer estar cumprindo uma obrigação. O Daniel Pennac nos diz que entre o direitos do leitor, além de pular partes, ler capítulos à frente e voltar atrás, temos ainda o direito de "não ler" e encostar um livro que não nos agradou. Parabéns pelo seu texto e pela coragem do desabafo!

[Sobre "Quixote que nada"]

por Áurea Thomazi
22/5/2007 às
10h44

Esforço e competência
As entrevistas publicadas no Digestivo - principalmente as últimas - só reforçam o que muita gente diz, sabe e alguns acham que é conversa fiada: esforço, competência e interesse ainda contam, e muito, para a carreira de qualquer profissional. Parabéns ao Laub, pelas conquistas, e vida longa.

[Sobre "Michel Laub"]

por Rafael Rodrigues
22/5/2007 às
02h58

Parece que fui eu que escrevi!
Cara, você arrasou. Parece que fui eu que escrevi isso, se tivesse tal competência. Tudo isso que escreveu faz tanto sentido para mim, que acho que sou igual a você (rá, rá). Valeu. Adriana

[Sobre "Outsider: quem não se enquadra"]

por Adriana
21/5/2007 às
23h43

não morri não, estou vivo
Outro dia, em uma festa de família, lembramos de "Kafunga" que, em um de seus programas "Papo de Bola" anunciou a morte de alguém que não tinha morrido. Segundo ele, na madrugada seguinte, recebeu um telefonema do pseudo-defundo que disse com voz fúnebre: "Kafunga, não morri não, estou vivo". Kafunga, ao relatar o caso, disse que nunca mais anunciaria a morte de ninguém. E deu gargalhada, daquele jeito gozador, que só ele tinha. Só mais um caso para acrescentar ao seu, que também é delicioso! Abraço. Adriana

[Sobre "O Céu pode esperar"]

por Adriana
21/5/2007 às
23h33

Julio Daio Borges
Editor

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