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Sexta-feira, 30/11/2007
Comentários
Leitores

Agridoce
A minha sensação é a de que atingimos um grau tal de ruptura dessa teia social, onde nada mais é solução. Somente a vingança. A catarse. Queremos justiça vindicativa, mesmo no plano de um filme de ação, não resta mais nada a esperar, a não ser um herói. Ainda resta um portador da esperança, caso contrário nós viveríamos no Inferno de Dante. A nossa crítica literária vai se extinguindo com o passar do tempo, a de cinema parece seguir o mesmo caminho. Ninguém ousa contradizer o sucesso. Ele se basta. Ele é o maior argumento. Triste e ilógico é remar contra a corrente. Como a história é boa, tem dinâmica, o mocinho vence no final, a música soa bem, os diálogos rápidos, incisivos. O conjunto não aponta para nenhum lugar. É uma visão agridoce da realidade. Deixando a fantasia de lado, o bandido - quase sempre - mata o mocinho. Não estamos no momento de legalizar o consumo das drogas? É melhor o governo administrar essa coisa, do que os atuais detentores desse oligopólio.

[Sobre "Tropa de Elite, de José Padilha"]

por Djabal
30/11/2007 às
11h35

A liberdade é o princípio
Olá, Luis! É complicado dizer o que é bom ou ruim em um texto literário, pois existem gêneros e, principalmente, "gosto" para tudo. Um romance policial ruim "pra você", pode ser excelente para outra pessoa e tudo depende do ponto de vista de cada um. Você é escritor e já tem um bom grau de conhecimento, mas quem não tem pode se deliciar com uma obra pessimamente estruturada "no seu ponto de vista". Não sei, mas acho que não existem "regras" e, se destacam os que fogem delas, é só rever a história da maioria dos grandes escritores, pois só foram "grandes" porque fugiram das regras. Uma obra sem estrutura pode ser legal, afinal, por que seguir uma estrutura? A liberdade é o princípio para uma boa obra "no meu ponto de vista". Abs

[Sobre "Armadilhas da criação literária"]

por Edgar A. Penski
30/11/2007 às
11h07

Usando o Orkut
Eu sabia que o Orkut devia servir pra alguma coisa. Muito legal o texto, Mineo. Abraço!

[Sobre "A comédia de um solteiro"]

por Guga Schultze
19/11/2007 às
13h51

O prazer de escrever
Sei bem pela sua trajetória e direção que seus artigos publicados apontam que não há nenhum desejo de assassinar nenhuma vocação, que se fosse tão frágil vocação não seria. Entretanto, existem as criações de caráter amador ou de pretensões menos literárias, que são necessárias em qualquer cena cultural. É preciso desmistificar a trajetória do autor e é igualmente necessário regar alguns novos talentos, talvez carentes de consistência que só o intercâmbio e os exercícios continuados via crítica sejam capazes de maturar. Ainda não li em lugar algum uma receita confiável para produzir escritores, proliferam oficinas literárias, como nunca e poucas obras se destacam no cenário atual. Cada novo livro me parece um dejavu tamanha as redundâncias - ou quem sabe seja a formulação das encomendas de editoras. Quero uma escrita madura, mas que reflita o prazer do autor em apresentar aquela obra e que ela se apresente um tom acima da diversidade, pois é só assim que vejo um diálogo com os clássicos.

[Sobre "Armadilhas da criação literária"]

por Carlos E. Oliveira
19/11/2007 às
08h31

Mundo (mercado) cultural
Ana, gostei muito do tema, tenho uma grande preocupação com a formação do leitor e vejo que isso resulta da forma como consumimos nossos bens culturais. Como a nossa platéia de teatro está envelhecida, o nosso público de cinema é de infantis ou blockbusters; nossos leitores compram auto-ajuda e congêneres; se utilizarmos esta mesma escala para artes plásticas e mesmo dança ficará bem claro o percurso que estou descrevendo. Vivemos num tempo hedonista onde as pessoas estão buscando sentir e este processo conduz a experimentações, quando a nossa literatura é reflexiva e se presta as múltiplas interpretações possíveis para cada leitor. A felicidade como valor literal já foi substituída pelo sucesso o estatuto moral já caducou em razão destes mesmos valores. Estamos diante de alterações profundas, diante de uma sociedade segmentada, cheia de especialistas distantes do contexto. Sabem tudo sobre alguma coisa e nada sobre o restante. Haverá alternativa? Abraços.

[Sobre "Livros de literatura podem ser objetos de consumo?"]

por Carlos E. Oliveira
19/11/2007 às
08h14

Literatura infanticida
Ótima esta sua revisão desta fábula medieval, que era como naqueles tempos se vendia a moral dominante e assim propagavam medos que demandavam tutelas. Ainda o mesmo dispositivo usado nestes nossos tempos... Entretanto, achei um tanto carregado na questão do gênero, parecia realmente uma análise freudiana com tudo que isto possa suscitar. Diante do inexorável todos estão frágeis, nus e o que se propaga como potência masculina carece de um contraponto e talvez não tenha sido descoberto um outro adjetivo e só por vício seja descrito como feminino. Quanto ao restante, estamos como sempre buscando uma justificativa para nós mesmos, devotamos um fervor para o equilíbrio cartesiano e materializamos nossas angústias numa expressão diante de uma figura divina. Somos todos Chapeuzinhos e lobos também, agora a floresta esta dentro de nós. Êta literatura infantil arretada...

[Sobre "Pela estrada afora"]

por Carlos E. Oliveira
19/11/2007 às
07h38

Salinger seminal
O apanhador é sobretudo um livro de autor. Destaca-se pelo caráter seminal onde uma narrativa moderna disseca de forma até então inédita as instabilidades e inseguranças das fronteiras da adolescência. Salinger compõe uma obra compacta onde, mais que a primeira pessoa, o fluxo de consciência tornou real e universal sua personagem. O espaço-tempo em que se sucedem os fatos é o mais curto possível, deixando os leitores sem fôlego num exercício inusitado de leitura. A força deste livro é tal que talvez Holden tenha encarcerado Salinger numa expectativa insuportável. Tivemos ainda vários ecos do Apanhador, um personagem como Chapman em "A teoria da Conspiração" e um roteiro filmado por Scorcese, "After Hours" em 1985. Apesar de tantos sub-produtos é de Robert Burns e da canção "Comin thro the rye", de onde Salinger trouxe a tensão em que sustentaria o seu romance, que prefiro recordar; Chapman é só um fragmento perdido numa perspectiva de possibilidades infinitamente promissoras.

[Sobre "O engano do homem que matou Lennon"]

por Carlos E. Oliveira
19/11/2007 às
07h11

Perfeito, Luis
Luis, perfeito, sem comentários. Realmente, é preciso uma dose elementar de auto-crítica antes de qualquer pessoa se aventurar pela literatura, principalmente para quem acha que criança e adolescente é besta e que gênero policial é fácil. Desculpe pela gíria, mas você "matou a pau". Um grande abraço...

[Sobre "Armadilhas da criação literária"]

por Carla Borges
19/11/2007 às
02h56

Eu não estava enganada
Nunca entendi muito bem o porquê do assassino de Lennon ter se comparado a Holden Caulfield. Nunca! Sempre achei que eu tinha uma capacidade de abstração da personagem e das metáforas do livro muito limitada, de que eu não havia interpretado as entrelinhas de Salinger de forma apropriada. Busquei textos na internet a respeito do livro, e nenhum era capaz de me mostrar nada de que eu já soubesse... Este seu texto me esclareceu algumas coisas, relembrou outras, mas o mais importante foi que com ele eu me certifiquei de que eu não estava enganada. Chapman, sim. Li este romance aos 15, foram necessários 10 anos para eu perceber que não havia o que encontrar de obscuro em Holden. E que não havia nada de errado em me identificar com ele. Obrigada!

[Sobre "O engano do homem que matou Lennon"]

por Fernanda Coelho
18/11/2007 às
18h34

TdE: O que será que será?
É, realmente ninguém sabe o que será feito com o filme Tropa de Elite, que já virou até marca de sorvete. A banalização da violência nos torna reféns do comando marginal. Vemos que a corrupção está em todos os níveis de autoridade. Somente com uma educação transformadora é que conseguiremos melhorar nosso sistema. Eu quero promover uma campanha: Troque o seu três oitão por um violão!!! Abraços, Clovis Ribeiro

[Sobre "Tropa de Elite, de José Padilha"]

por Clovis Ribeiro
18/11/2007 às
13h54

Julio Daio Borges
Editor

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