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Segunda-feira, 9/9/2002
Comentários
Leitores

Um bêbado e outro bêbado.
Quase todos os dias alguém me pergunta: por que você não faz uma faculdade? A resposta passa por seu texto, Eduardo. Nunca sequer fiz vestibular e sou visto entre meus próximos como um sujeito excêntrico. Recentemente estive numa festa e reencontrei um antigo conhecido, militante empedernido. Ele insitiu para que eu declarasse meu voto nas próximas eleições. Resisti até a terceira cerveja. Respondi que meu voto seria anulado. Ele me chamou de alienado. Disse-lhe que o conceito de alienado não se restringe ao conceito criado pelas esquerdas, aquele que diz ser alienado o sujeito que por não conhecer a realidade não tem o poder de transformá-la. Disse-lhe que o sujeito que vincula o universo inteiro à política partidária é provavelmente o menos conhecedor da realidade. Disse-lhe mais: ele era o alienado ali, pois suas opiniões eram apenas uma réplica das opiniões de seu partido. Disse-me que eu não poderia, dada a conjuntura atual, ficar neutro, votar nulo é perder uma oportunidade de ver um Brasil melhor. Disse-lhe que meu voto nulo não vai impedir que um candidato se eleja. Ele pediu que eu pensasse nos meus filhos e votasse no Lula. Disse-lhe que é por pensar nos meus filhos que vou votar nulo. Não quero ser tido como incoerente quando tiver de dizer a eles que a classe política brasileira não tem a chave do portão do Éden e que na maioria das vezes ela só atrapalha. Disse a meu interlocutor que me acusar de neutralidade é se utilizar da falácia do terceiro excluído, pois escolher o voto nulo é uma tomada de decisão (vocês perceberam que a propaganda do TRE na TV não ensina o cidadão como fazer para anular o voto?) e que não se submeter à política partidária não é se abster do envolvimento que cada um deve ter com política de uma forma geral. Disse-lhe ainda, paciente que sou, que política partidária é somente uma componente da política em geral. Discussão de mesa de bar, como vêem. E espero que para meu interlocutor tenha sido isso apenas, pois sua promessa no final da discussão me deixou assustado: "quando chegarmos lá você é um dos que vai para o paredão". Toda brincadeira tem um naco de verdade. A cerveja é mesmo estimulante. Em outras ocasiões não perderia tempo em tais discussões redondas. Mas festa é festa, né? E em festa, com muita cerveja na cabeça, até um religioso (aliás, duplamente religiosos, pois meu interlocutor se define neo-trotskista e cristão) pode cogitar o fuzilamento de seu oponente.

[Sobre "Festa na floresta"]

por Rogério Macedo
9/9/2002 às
17h18

Que tempo bom
O que podemos fazer a respeito eu não sei, o seriado passou e se foi em um curto tempo, as pessoas que realmente estavam em sintonia com a época puderam acompanha um dos melhores seriados que já passou na tv, se ele ira voltar não sei responder essa pergunta, a única coisa que posso dizer que nós somos privilegiados por ter tido a oportunidade de ver algo de bom na tv não apenas uma seria para prender as atenções das crianças na época mais uma seria que tratava uma grande verdade de algumas vidas e que muitos homem e mulheres hoje se espelharam pra poder sem uma boa pessoa sei que existe profissional de alto nível no mercado hoje que diz que o que mais se agradam de lembra de suas juventudes é o grande "Anos Incríveis" eu sou um deles, e o que só posso dizer é. O BRIGADO por ter me dado a chance de assistir esse enorme espetáculo que mudo muitas vidas.

[Sobre "Anos Incríveis"]

por robert
9/9/2002 às
18h05

Muito obrigado a todos
Eu também fiquei tremendamente abalado com o conteúdo das cartas, Chico. E não achei graça nenhuma nisso. Só queria revelar o estilo grotesco em que elas foram escritas, com contradições óbvias e cacoetes ridículos. Isto é mesmo assustador, Fred - comunista em 2050. Mas em 2002, você sabe, continua sendo. Anílson: não sei onde você encontrou essa "carga extremada de preconceito" em minhas observações. Eu nem exagerei o vi - tentei retratar com a maior fidelidade possível, e quem frequentou aquele ambiente sabe disso. Eu nem acho que esses analfabetos arrogantes mereçam a morte ou a censura, como eles pretendem condenar todos que não compartilham de suas opiniões. Mas é preciso expor a inconsistência dessa arrogância, antes que mais gente leve essas pessoas a sério. Muito obrigado, Evandro, pela precisa interpretação do que escrevi. E a todos, pela leitura e pelos elogios. Abraços,
Eduardo

[Sobre "Festa na floresta"]

por Eduardo
9/9/2002 às
16h30

Notícias de longe
Prezado Eduardo, desde que terminei o curso de graduação tenho me mantido distante de universidades de uma maneira geral. Como em casa fui criado com certa dose de independência intelectual, o clima de "pensamento único" que impera hoje em muitas universidades me é estranho e francamente antipático. A propósito, não faz muitos anos, aqui na PUC do Rio alguns estudantes foram praticamente linchados por, em determinado momento, terem esboçado um começo de resistência à ideologia dominante (em torno de fatos históricos sobejamente comprovados acerca de antecedentes da escravatura africana). Portanto leio sua coluna como a resenha de um lugar distante. Distante e um tanto primitivo, se me permite fazer eco a seu lamento. Você, certamente mais jovem e mais próximo dos acontecimentos, ainda se espanta diante do quadro que vê. Eu, francamente, nem isso... Um abraço.

[Sobre "Festa na floresta"]

por Toni
9/9/2002 às
15h39

Conceitos irônicos
Parabéns pelo ótimo texto, Eduardo! E mais congratulações ainda por não ter feito uso de uma linguagem politicamente correta, que é a mais comum entre aqueles que têm medo de parecerem preconceituosos aos olhos da maioria ultra-sensível. Preconceito é o nome mais comumente atribuido à ironia e agudeza argumentativa.

[Sobre "Festa na floresta"]

por Evandro Ferreira
9/9/2002 às
15h31

Nada é tão ruim que não piore
As vezes tenho a pretensão de achar que estou na frente da minha época, mas não me deixo enganar. O que mais desespera é que não é só na FFLCH, é que tem gente que estufa o peito para dizer que fala vários idiomas, mas age da mesma maneira ou pior. Pode ser do assunto que seja, sempre alguém descobre uma maneira de agir pior. Não sei se é uma característica da juventude e os que percebem e mudam se tornam adultos, estou praticamente classificando de adulto alguém que poder ter uma opinião verdadeiramente sua e saiba defendê-la, ou se é um indício de que o futuro é ainda menos esperançoso. Mas, daqui da minha pequena lucidez, tento encaminhar os que posso, se é que sou alguma referência. Acho que podemos começar por aí. Fiz dois meses de FFLCH e acho que isso foi ruim, não pelos ônibus lotados e salas microondas da faculdade, mas muito mais porque estou desacreditado dos historiadores do Brasil; dando mais desespero ainda ao imaginar que a maioria acaba virando professor de escola secundária e pode querer fazer um filho meu virar comunista em pleno 2050, quem sabe?! O que importa é ser contra, não importa o que, mas ser contra. É a famosa sensação de ser diferente por ser do contra. Talvez chame mais atenção e ninguém quer o anonimato. Me desculpem os verdadeiros historiadores ou os futuros verdadeiros. O resto, que seja do contra... pra variar!

[Sobre "Festa na floresta"]

por Fred
9/9/2002 às
14h11


Caro Eduardo, Tenho muita admiração por seus textos e os considero indispensáveis ao site. No que tange a convocação dos alunos da USP para "a celebração à Osama", creio que vc tem razão. É um absurdo, comemorar sobre qualquer circusntância a morte. Entretanto, vejo suas considerações em relação aos alunos que sofrem do "analfabetismo funcional" com uma carga extremada de preconceito. Abração, Anilson Roberto Gomes De Salvador

[Sobre "Festa na floresta"]

por Anilson Roberto
9/9/2002 às
14h42

Absurdo!
Sinceramente, eu tinha que comentar o texto... é um completo e total absurdo que em uma universidade de alto (aparentemente nem tão) nível como a USP tem a capacidade de produzir mentes tão ingênuas como a desses extudantes... com X mesmo. Desculpe, mas não dá para aguentar ler que "...a vida de uns 5000 americanos não vale a de milhares..." - é um absurdo sequer considerar escrever isso. A vida não é objeto para ser negociada ou trocada, ou sequer desconsiderada. Eu nunca senti tamanha revolta ao ouvir de uma festa - e você me conhece bem. Estou impressionado que pessoas com um suposto nível cultural (também, aparentemente não tão) alto "elogiem" um assassino. Acho que as pessoas estão perdendo muito tempo lendo e ouvindo bobagens (bobagens MESMO)de "conspiração norte-americana", ou mesmo ouvindo músicas que falem de "como somos coitados, e portanto matamos para viver". Por acaso eles conheciam alguém que trabalhava lá? ou sequer passearam por lá? como se sentiriam se conhecessem alguém de lá? Discordo com o que você disse, no entanto, de que chegam a ser risíveis as opiniões nos e-mails... não acho risível. Nem um pouco - acho preocupante. Tenho que medir minhas palavras agora para evitar uma chuva de respostas agressivas à mim, mas é um absurdo total e completo... desculpe as repetições, mas estou abalado. Tremendamente abalado. Agradeço, no entanto, você ter citado isso em um site público, pois agora muitos saberão desse absurdo, e serão contra. Abraço

[Sobre "Festa na floresta"]

por Chico
9/9/2002 às
11h19

Adjetivos
Dennis, sim, sem adjetivos não haveria Proust, nem Balzac, nem Dickens (Dickens usava adjetivos muito bem), nem Henry James, nem noventa por cento da literatura do mundo. E sua comparação com cores e nuances, os adjetivos dando as nuances aos substantivos - queria ter criado essa imagem. Cheguei tarde, cheguei tarde...- Nota: para quem não conhece, passem pelo Caderno Mágico do Dennis (http://cadernomagico.blogspot.com) e leiam tudo que puderem. Daí releiam. E releiam. E coloquem nos favoritos.

[Sobre "Onze pontos sobre literatura"]

por Alexandre
9/9/2002 à
00h18

Os excluídos
Mais um excluído http://planeta.terra.com.br/arte/policymaker

[Sobre "Depoimento sobre o dia de amanhã"]

por David West
8/9/2002 às
12h29

Julio Daio Borges
Editor

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