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Sexta-feira, 31/10/2008
Digestivo nº 387

Julio Daio Borges

>>> GRANDES EXECUTIVOS NA CASA DO SABER Executivos são considerados frios, distantes, calculistas, desumanos até, algumas vezes — mas são executivos que forjam a realidade em que vivemos, através de organizações, através de empresas. Mesmo para quem tenta se manter à margem do capitalismo, os executivos estarão, ainda que indiretamente, presentes — desde a pasta de dentes até a água encanada, desde o café da manhã até o transporte, desde o almoço até o cartão de débito, o celular, o computador, a internet e o papel. Executivos tornam possível o nosso dia-a-dia; nós, habitantes das cidades, que dependemos tanto deste sistema que nós mesmos criamos, para viver... Dando continuidade à bem-sucedida iniciativa de chamar grandes empreendedores para dividir suas experiências no desenvolvimento do Brasil (e do mundo), a Casa do Saber convidou, neste semestre, justamente, grandes executivos — para falar de suas carreiras, de seus desafios e, obviamente, de suas realizações. Desde Nildemar Secches, que fez a Perdigão ultrapassar a Sadia, até Paulo Cunha, que preside o conselho do Grupo Ultra, passando por Antonio Maciel Neto, que quer fazer da Suzano a maior empresa de celulose e papel do planeta, por Fábio Barbosa, que comanda hoje a fusão do ABN AMRO Real com o Santander, por Roger Agnelli, que preside a Vale desde 2001, e por Roberto Lima, que comanda a Vivo desde 2005. Grandes líderes não nascem todos os dias; nem podem ser criados em laboratório — mas grandes líderes devem ser ouvidos, principalmente num tempo em que a mídia, na eterna desculpa de perseguir a audiência, nivela tudo por baixo. A audiência quer, sim, discutir grandes questões, e a Casa do Saber, sempre cheia e se expandindo, está proporcionando isso. Que, em 2009, venham outros empreendedores, e outros executivos também.
>>> Casa do Saber
 
>>> VIVA LA VIDA BY COLDPLAY Chris Martin deveria parar de brigar em praça pública porque continua fazendo boa música e porque poderia correr o risco de espantar alguns fãs. Viva la Vida (um título inspirado em Frida Kahlo) ou, mais pretensamente, Death and all his Friends, foi lançado no final do primeiro semestre deste ano e logo se tornou o álbum que mais vendeu downloads na história da internet. Óbvio que "vazou" inteiro dias antes de ser lançado oficialmente, mas a banda correu para liberá-lo, em forma de streaming, com horas de diferença, na sua página no MySpace. O Coldplay se tornou interessante, justamente, por tentar equilibrar mainstream com underground e, de certa forma, conseguir. Cheio de ambições de dominar o mundo, como na época das velhas majors, o conjunto quis se comparar ao U2, ganhando, neste quarto registro em estúdio, a produção do lendário Brian Eno, e até pendurando um quadro com a capa de The Joshua Tree — que completou 20 anos em 2007 —, durante as sessões de gravação. Diferente a ponto de convencer velhos fãs a comprar (ou baixar), mas não tão original a ponto de marcar toda uma época, Viva la Vida carrega referências culturais como a tela de Delacroix, também um desejo de ser "conceitual" com faixas como "Cemeteries of London", ainda "influências" orientais e latinas (dizem que começou a ser composto durante a última turnê que passou pelo Brasil...). Chris Martin e o Coldplay não têm, para a história da música pop, a importância que gostariam de ter, mas Viva la Vida merece ser ouvido, não desaponta, tem produção cuidadosa e é honesto até onde o mainstream pode ser.
>>> Viva la Vida
 
>>> ORQUESTRA SINFÔNICA TCHAIKOVSKY DE MOSCOU Depois de Leiv Ove Andsnes tocando Quadros de uma exposição, de Modest Mussorgsky, ficou complicado superar as próprias expectativas e mesmo "competir", em termos de ponto alto da Temporada 2008, no Mozarteum Brasileiro... Mas a Sinfônica Tchaikovsky de Moscou chegou impressionando com seu tamanho e sua potência, encarando obras visadas como a Sétima de Beethoven e a Quinta de Tchaikovsky. Encarando também peças densas como a suíte sinfônica Shéhérazade, de Rimsky-Korsakov, e comparações trabalhosas entre a Abertura Romeu e Julieta, do mesmo Tchaikovsky, e a Suíte Romeu e Julieta, de Prokofiev. Vladimir Fedoseyev, há quase 35 anos à frente da orquestra, regeu de maneira detalhista e pormenorizada, mas talvez diminuindo excessivamente o andamento, focando em minúcias questionáveis e tornando o programa mais pesado e longo do que ele poderia ter soado nas mãos de um maestro com menos aparato. Se a orquestra brilhou em momentos-chave como o segundo movimento da Quinta de Tchaikovsky, provocou muitas chuvas e trovoadas, numa eloqüente demonstração de força (ou de pulso do regente), no início e no final da Shéhérazade de Korsakov. Se Mikhail Shestakov, como spalla, conseguia, ao mesmo tempo, "falar fino" como a própria Shéhérazade, depois dedilhando e também "castigando" o instrumento, contrapor-se elegantemente a uma orquestra que silenciava e embarcava num crescendo, havia um desejo anacrônico, por parte da direção, de subitamente demonstrar o poderio da antiga Sinfônica da Rádio de Moscou, ou mesmo da velha URSS. Não houve prejuízo para o público que saudou a performance de maneira apoteótica, mas a mesma Sala São Paulo já viu grandes orquestras mais equilibradas, como a Bamberger, em 2004, e a de Chicago, em 2000.
>>> Mozarteum Brasileiro
 
>>> O CONSELHEIRO, COLUNISTA DA GV-EXECUTIVO


Confira, na última edição da revista: um artigo inédito de Julio Daio Borges sobre a ascensão do Twitter (aproveite e confira, também, outro artigo que antecipou o crescimento do site, já no ano passado).
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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