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Quinta-feira, 3/6/2010
O mensalão, 5 anos depois, pelo Valor Econômico

Julio Daio Borges




Digestivo nº 464 >>> Enquanto os jornalões se perdem em "reformas gráficas" que aprofundam, ainda mais, sua crise de identidade ("alguma coisa" entre papel e internet), e numa miríade de colunistas reforçam a cacofonia e o embotamento de quem, justamente, não sabe o que quer (falta de visão e estratégia), o Valor Econômico, depois de provocar a extinção definitiva da Gazeta Mercantil (1920-2009), completou uma década e produziu a melhor análise do mensalão, 5 anos depois. Por muito tempo negado, e juridicamente considerado "suposto" pelo mainstream, o mensalão de fato existiu e, o Valor sugere, era de amplo conhecimento do presidente Lula. Tanto que a cúpula do governo federal — o Valor revela — estava se preparando para o impeachment. Por incrível que pareça, foi Fernando Henrique Cardoso, representante máximo da oposição, quem negociou uma solução com Márcio Thomaz Bastos, então ministro da Justiça de Lula, numa longa noite de cafezinhos e muita água, servidos por dona Ruth. FHC não queria ir para a rua — ao contrário dos anos 90: não havia minissérie da Globo, nem clamor popular — e temia uma "divisão" que pudesse tornar o País ingovernável. Pela lei — depois da confissão bombástica de Duda Mendonça, na CPI dos Correios — Fernando Henrique queria a eleição de 2002 anulada e o candidato em segundo lugar, José Serra, empossado. A fim de preservar as instituições, contudo, reconsiderou. O Valor também destaca que o depoimento arrasador do marqueteiro Mendonça teve o dedo do falecido senador Antonio Carlos Magalhães... Revisitar o lamentável episódio do mensalão é, particularmente, útil num ano de eleição. Servindo, ainda, para relativizar a popularidade, aparentemente incontrastável, do presidente Lula, numa era de BRICs, capas da Economist e da Time. Infelizmente, para a oposição (e talvez para o Brasil), os prognósticos, até o momento, repetem o quadro de "popularidade insuficiente" dos candidatos do PSDB (contando com um "efeito surpresa" que muito provavelmente não se realizará), tendo como esteio, ainda, as ideias, a coragem e o que restou da autoridade do mesmo FHC. Se o presidente Lula "deu a volta por cima", depois de chegar ao fundo do poço, a oposição e/ou o PSDB não se reinventaram no mesmo período — o que pode privar o Brasil da alternância de poder, tão necessária, nos próximos 8 anos...
>>> Como Lula superou o mensalão
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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