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Quarta-feira, 27/2/2013
O Facebook de Renato Janine Ribeiro

Julio Daio Borges




Digestivo nº 488 >>> Na internet, vivemos a era das redes sociais. A era dos blogs ficou para trás. Mas para que serve uma rede social? Para fazer (e encontrar) amigos? Não mais. As primeiras redes sociais, talvez. A verdade é que o Facebook se tornou uma plataforma. Encontrar amigos é só o começo. Mark Zuckerberg fez do Facebook a melhor plataforma para publicação de conteúdo da internet atual. É mais fácil que um blog. Para imagens, é tão rápido quanto o Instagram (um dos porquês da aquisição). E, para vídeos, ainda não é o YouTube, mas pode vir a ser... um dia. Sim, o Google perdeu a guerra com o Blogger (que abandonou). E o Wordpress é para profissionais, não para o grande público. 1 Bilhão de pessoas. Já houve plataforma com tantos usuários? (O Windows???) Assim, é natural que, dentro dessa plataforma, outros nomes surjam. Ou ressurjam. É o caso de Renato Janine Ribeiro. Professor de filosofia política na USP, foi sendo descoberto pela imprensa ao longo dos anos 2000. Hoje tem coluna no Valor Econômico, é candidato a best-seller com Flávio Gikovate, e, naturalmente, é uma das estrelas no firmamento do Café Filosófico da CPFL (e da TV Cultura). Janine Ribeiro fala bem, escreve bem e experimenta, hoje, um momento de brilho raro na nossa intelectualidade. Tornou-se, como FHC, um mestre oral (expressão aplicada a Borges, que, no fim da vida, consagrou-se mundialmente como palestrante). E Janine Ribeiro entendeu o Facebook. Como tantas pessoas mais jovens do que ele ainda não entederam. Usa o Facebook, sem parar, para produzir insights. Nunca, efetivamente, para (o acento diferencial, aqui, faz falta). Em dia de eleição, por exemplo, trabalha como um comentarista de canal de televisão. Afinal, política é sua especialidade. Mas é melhor do que qualquer comentarista de canal de televisão. Aliás, os canais de televisão ainda não o descobriram como descobriram um Luiz Felipe Pondé, por exemplo (ex-estrela do firmamento da PUC-SP e da Casa do Saber). E Janine Ribeiro trabalha com o grande e com o "pequenininho" (como dizia Paulo Francis, "hoje é tudo pequenininho, eu sei fazer o pequenininho também"). Daquele tipo que até os comentários, no Facebook, são pérolas. A ponto de se perguntar de onde tira tanta inspiração... E não sente que está se desperdiçando no Facebook? Se tivesse o seu próprio blog, não poderia ganhar alguma coisa com isso? Foi, justamente, a pergunta que muitos pararam de se fazer... E se derramam no Facebook sem culpa. Para esses, a audiência do Facebook vale mais do que quaisquer caraminguás de blogs ou até sites. Será que a inteligência está migrando da Web (aberta) para a rede (fechada) do Facebook? Renato Janine Ribeiro não parece preocupado com esse tipo de questão. Já tem o seu lugar na universidade, na imprensa, no mercado editorial e no circuito de palestras. O Facebook serve para os intervalos. E que intervalos... Óbvio que tem opiniões políticas. E óbvio que não se pode concordar com todas elas. Tem preferências. É, natural, que as tenha. É gente. A neutralidade é uma quimera, para estudantes ou jornalistas que acreditam "nos dois lados". Ou, no dizer, de Nietzsche: "Somos muito cruéis com Deus. Não o deixamos nem pecar". Ou algo assim. Infelizmente, nada dura para sempre. Nem o Facebook. Portanto, aproveitemos Renato Janine Ribeiro. É o Facebook, em português do Brasil, num de seus melhores momentos.
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Editor
 

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