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Sexta-feira, 31/12/2004
Além do Mais em 2004

Julio Daio Borges




Digestivo nº 208 >>> Houve poucas razões para ligar a televisão em 2004. Fora as conhecidas (Manhattan Connection, Outras Palavras, Roda-Viva, Jogo de Idéias), Paulo César Peréio inaugurou um inusitado programa de entrevistas – que patinou no início, mas que, com o passar do tempo, ganhou corpo. Da mesma forma, a estréia de Diogo Mainardi na TV a cabo (que aniversariou). Paulo Markun – outro jornalista, mas já veterano do VT – comemorou os 18 anos da atração que hoje comanda, dividindo o palanque com outros apresentadores históricos: Augusto Nunes e Matinas Suzuki Jr., entre outros. A MTV fez 10 anos de VMB, mas graças a uma parca retrospectiva viu-se que, como o decadente grande mercado fonográfico, anda regredindo num ritmo assustador. Felizmente, em 2004, as artes plásticas compensaram as artes “eletrônicas”. Em termos editoriais, degustamos o auge da contracultura quadrinística, por obra e graça da Conrad: Robert Crumb e Gilbert Shelton. Mergulhamos, ainda, em mais um volume das “sobras completas” de Angeli. E, falando em alta cultura, visitamos a ampla mostra de Ianelli, que mereceu um compêndio já em vida. Na mesma Faap que abrigou seus trabalhos, esteve também Cícero Dias e seu mural Eu vi o mundo... Picasso, como sempre quebrando recordes em matéria de filas (e de gente pra fora), virou até CD em 2004. E a pintura mereceu uma bela coleção da editora 34. No reino da gastronomia (não a “dos olhos”, como definiu Balzac), Saul Galvão reeditou seu Guia de Vinhos e a Erdinger, a clássica das clássicas, movimentou a cidade com muito rock’n’roll em seu Circuito. E por falar em comes&bebes, desconcertou os bem-pensantes, com analogias envolvendo “as partes de baixo”, O Meu Pipi, um pornógrafo criativo e eletrônico de Portugal. Hugo Penteado, ocupado também com a natureza (mas com a natureza como um todo), seguiu, a exemplo de 2003, alertando para catástrofes econômicas e ambientais. 2004 foi, por último, o ano do milagre-que-não-foi – mas que esperamos que em 2005 seja, gostando do Lula ou não.
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Editor
 

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