Digestivo nº 197 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
47578 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Teatro do Incêndio e Colmeia Produções convidam o público a partilhar saberes no ciclo Incêndios da
>>> ZÉLIO. Imagens e figuras imaginadas
>>> Galeria Provisória de Anderson Thives, chega ao Via Parque, na Barra da Tijuca
>>> Farol Santander convida o público a uma jornada sensorial pela natureza na mostra Floresta Utópica
>>> Projeto social busca apoio para manter acesso gratuito ao cinema nacional em regiões rurais de Minas
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> A dobra do sentido, a poesia de Montserrat Rodés
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
Colunistas
Últimos Posts
>>> O coach de Sam Altman, da OpenAI
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> Uma história da OpenAI (2025)
>>> Sallouti e a história do BTG (2025)
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
Últimos Posts
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> O Livro dos Insultos, de H.L. Mencken
>>> Cenas da vida carioca
>>> Aproximações políticas, ontem e hoje
>>> Surf em cima do muro
>>> E não sobrou nenhum (o caso dos dez negrinhos)
>>> Semana da Canção Brasileira
>>> Cartas@de.papel
>>> 24 Horas: os medos e a fragilidade da América
>>> Ai de ti, 1958
>>> Cultura, técnica e uma boa idéia
Mais Recentes
>>> Jesus, O Maior Psicólogo Que Já Existiu de Mark W. Baker pela Sextante (2009)
>>> Nura: A Ascensão Do Clã Das Sombras - Volume 1 de Hiroshi Shibashi pela Jbc (2012)
>>> Fairy Tail - Vol.35 de Hiro Mashima pela Jbc (2013)
>>> Nura: A Ascensão Do Clã Das Sombras - Volume 2 de Hiroshi Shibashi pela Jbc (2012)
>>> Blue Exorcist - 1 de Kazue Kato pela Jbc (2013)
>>> Gossamer de Lois Lowry pela Yearling (2006)
>>> Universitários Do Além de Isolina Bresolin Vianna pela O Clarim (2002)
>>> Festa Na Favela de Jorge, Richa e Nivinha Murtinho pela Livrosdefutebol.com (2020)
>>> A Metamorfose de Franz Kafka pela Companhia Das Letras (1997)
>>> Politica é Para Todos de Gabriela Prioli pela Companhia Das Letras (2021)
>>> Vida e Caminho - 2015 de Francisco Cândido Xavier pela Geem (2015)
>>> Design Thinking de Tim Brown pela Campus Elsevier (2010)
>>> Você Eu E Os Robôs: Pequeno Manual Do Mundo Digital de Martha Gabriel pela Atlas (2018)
>>> Psicoterapia Fenomenológico-existencial de Valdemar Augusto Angerami Camon E Outros pela Thomson (2002)
>>> A Parisiense: O Guia De Estilo De Ines De La Fressange de Ines De La Fressange e Sophie Gachet pela Intrinseca (2011)
>>> Organizações Exponenciais de Salim Ismail pela Hsm (2015)
>>> Para Sempre Sua de Sylvia Day pela Paralela (2013)
>>> Profundamente Sua de Sylvia Day pela Paralela (2012)
>>> Toda Sua de Sylvia Day pela Paralela (2012)
>>> O Conde Futreson: Uma Aventura Da Turma Do Gordo de João Carlos Marinho pela Global Editora (2009)
>>> A Psique Do Corpo de Denise Gimenez Ramos pela Summus (1994)
>>> Cada Pessoa Tem Um Anjo de Anselm Grun pela Editora Vozes (2009)
>>> Você é Insubstituível - Este Livro Revela A Sua Biografia de Augusto Cury pela Sextante (2006)
>>> Prática Espiritual: Como Começar de William Bloom pela Triom (1995)
>>> Das Mãos De Deus de Nelson Moraes pela Wpaz (2006)
DIGESTIVOS

Quarta-feira, 20/10/2004
Digestivo nº 197
Julio Daio Borges
+ de 8000 Acessos
+ 3 Comentário(s)




Televisão >>> Feliz aniversário, envelheço na cidade
Se o VMB é a maior premiação (ou festa) da música brasileira, – como diria Caetano, em outras épocas – estamos feitos. Se havia alguma espectativa por conta dos 10 anos do Video Music Brasil, ela foi completamente frustrada. O material de arquivo da Music Television tupiniquim foi acessado apenas na base da catalogação de gafes, no estilo Vídeo Show. E a promessa de antigos VJs, que compareceriam para reforçar a apresentação, não foi igualmente cumprida. Parece que o canal ignorou o fato de que havia uma história pré-Cazé e pré-Marcos Mion. Onde estavam, por exemplo, Gastão, Cuca e Astrid? Tudo bem que a última regrediu muito desde então, e que a segunda praticamente abandonou o showbiz, sobrando apenas o primeiro (num esforço para [re]erguer o MusiKaos – ainda existe?). Enfim, a emissora já não é o que era há muito tempo – e as esperanças já estavam mortas mesmo antes do VMB 2004. Mas e a música? A música brasileira “oficial” vive um de seus piores momentos: a todo instante, era clara a tentativa de elevar a auto-estima dos “músicos” desse universo pop rock brasileiro. E reuniu-se uma constelação de falsas e verdadeiras celebridades. Era uma mistura de Marisa Monte com Sandy & Júnior, José Serra (sim, o candidato) com João Gordo, Maria Rita com Preta Gil – e por aí vai. A quem ainda tinha (ou tem) alguma valor, cabia perguntar: “Por que você se mistura com esse povo?” Soou como imposição das majors (e das minors) que não vêem outra solução se não jogar todo mundo dentro do mesmo caldeirão. E se o tom geral era retrô (vamos “relembrar” esses 10 anos...), o resultado não poderia ser mais conservador. As grandes atrações musicais eram covers, ou, mais grave, artistas interpretando a si próprios (depois, é claro, da degradação). O mais triste é que a renovação da música brasileira (de verdade) vem acontecendo há anos – mas, certamente, ela não passa mais pelo palco do VMB. A impressão é de que as grandes vitrines do main stage vão ruindo uma a uma, e que quem fazia parte do “sistemão” vai afundando junto com o Titanic simbólico das antigas gravadoras. Não há bote salva-vidas para as cabeças envelhecidas, apenas para as novas – que já nascem sabendo nadar. [Comente esta Nota]
>>> VMB 2004
 



Internet >>> Diarius ininterruptus
Apoiado no entusiasmo de Paulo Markun, Mario Prata, prefaciando “O meu Pipi” (Ediouro), afirma que o futuro da literatura está nos blogs. Ele – que não entende muito de literatura, muito menos de internet, talvez um pouco de televisão – deu um belo de um chute, mas canhestramente pode ter razão. Na verdade, os blogs não estão “formando” escritores, mas na falta de um espaço para expor seus trabalhos em público, os últimos estão fazendo a fama dos primeiros, indevidamente. Ou seja: o blog como ferramenta é algo à beira da indigência, mas estamos vivendo uma época tal, de inversão de valores (principalmente artísticos), que os escritores (até mesmo os de verdade) estão apelando para a “blogosfera” para poder publicar. Aí aparece alguém como esse “Pipi”, cujo livro, uma reunião de posts, nos chega de Portugal com “tradução” de Prata. O tema é apelativo até não poder mais: o sujeito se diz especializado em “conas” (é preciso traduzir ou o sentido vocês conseguem pegar?) e desfila uma série de peripécias ao longo dos meses enquanto durou o blog. É um reality show sexual – e por escrito. São camareiras, estudantes do segundo grau, universitárias, mulheres casadas – todas passam pelo seu controle de qualidade, e Pipi faz a “crítica” da performance. É lógico que a maioria das histórias foi inventada e, mesmo que houvesse um fundo de verdade, não é aí que reside a graça. O que impressiona, na sua coletânea de barbaridades, é o fato do Pipi escrever bem demais – e ter de usar um expediente tão baixo para chamar a atenção (primeiro, o blog; depois, a temática; por último, o pseudônimo). Como vendeu 40 mil exemplares na terra de Camões, levantam-se suspeitas sobre sua identidade. Evidente que é escritor, ou jornalista, ou similar. Inclusive parodia Saramago e Lobo Antunes, habilmente, em algumas passagens. Não se consegue prever o seu “sucesso” no Brasil, é claro. Comparando com o blog na internet (ainda está no ar), longos trechos acabam lost in translation. Como verter, por exemplo, “zé tolas” (esse vocês sabem)? Não vai ser, tampouco, nossa “leitura de verão”. Mas fica como mais uma prova de que a literatura atual (seja de qual nível for) clama por urgente renovação. [Comente esta Nota]
>>> O meu Pipi - Pipi - 212 págs. - Ediouro
 



Música >>> The more you ignore me, the closer I get
Há muito tempo que o mundo não dava atenção a Morrissey. Há muito tempo, também, que ele não emplacava uma declaração polêmica ou, mais prosaicamente, um hit. Com You Are The Quarry, na velocidade da publicidade, as provocações estão todas nos títulos: “America is not the world”; “I have forgiven Jesus”; “I’m not sorry”; “The world is full of crashing bores” etc. Como uma seqüência assim, a espera é por um álbum, no mínimo, bombástico. Mas não é o que acontece. A elaboração, sobretudo verbal, de um Vauxhall and I (1994) e mesmo de um Maladjusted (1997; considerado verborrágico) fica aqui em segundo plano. Claro que entre um verso da nova geração e um do quilate de “Let me kiss you”, por exemplo, ficamos com o último: “So, close your eyes/ And think of someone you physically admire”. (A geração Acústico MTV seria incapaz desse “physically admire”.) Na parte instrumental, também: a preferência é por batidas conhecidas e pela quase ausência de invenção. Nem sombra de Johnny Marr (sim, o fantasma ainda ronda). Em que pese a introdução de “Irish blood, english heart” (aliás, uma bela sacada política), a guitarra anda apagada, servindo apenas de base para acompanhamento. Bolando uma teoria da conspiração: é como se Morrissey se visse obrigado, pelo que restou das majors, a descarregar todo o seu witty de uma vez, num formato despojado e econômico – principalmente em termos de banda. Afinal, Morrissey, por mais que tenha posado de alternativo nos anos 90, é um dos últimos príncipes do pop. E do jeito que as gravadoras estão desorientadas, de repente pareceu um bom negócio ressuscitá-lo – como astro. Incluindo, até, verbas para marketing, entrevistas e capas de revista. O que dificulta bastante a crença nas idiossincrasias do ex-líder dos Smiths (não seria tudo uma lucrativa jogada para angariar novos e resgatar velhos fãs?). Na dúvida, a abertura de “I’m not sorry”, com uma pinta de “em busca do talento perdido”, surge como uma esperança para o futuro (ou não): “On returning/ I can’t believe this world is still turning/ The pressure’s on/ Because the pleasure hasn’t gone...”. [Comente esta Nota]
>>> Morrissey
 
>>> O CONSELHEIRO TAMBÉM PUBLICA N'O GLOBO

clique aqui e leia

A convite de Manya Millen (via Pedro Maciel), editora do caderno "Prosa&Verso" do jornal O Globo, o Editor do Digestivo Cultural destilou sua verve sobre os famigerados... blogs! Foi no sábado, dia 9 de outubro, sob o título "Dos diários íntimos aos blogs" (confira na internet).

>>> ENQUANTO ISSO, NA FOLHA DE S. PAULO...

clique aqui e leia

O Digestivo Cultural foi indicado como referência em matéria de "literatura nacional" na internet. Junto com outros sites, para a Folha, o Digestivo "é um prato cheio para fãs ou vestibulandos que precisam estudar (...) as obras obrigatórias das listas dos exames". Foi na quarta-feira, dia 14, sob o título "Mundo digital acolhe literatura do Brasil".

>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO RECOMENDA



>>> Cafés Filosóficos
* Os árabes antes de Maomé - Alberto Mussa
(Ter., 19/10, 19h30, CN)
* Monogamia e fidelidade - Flávio Gikovate
(Qui., 21/10, 19h30, CN)

>>> Noites de Autógrafos
* A ignorância custa um mundo: O valor da educação no desenvolvimento do Brasil - Gustavo Ioschpe
(Seg., 18/10, 18h30, CN)
* O Sapo e o Príncipe - Paulo Markun
(Ter., 19/10, 18h30, VL)
* Dez conversas: Diálogos com poetas contemporâneos - Fabrício Marques (Qua., 20/10, 18h30, CN)
* Poemas Espararadrápicos - Doutores da Alegria
(Sáb., 23/10, 16hrs., VL)

>>> Shows
* Musica das Nações - Antonio Vaz Lemes (pianista)
(Seg., 18/10, 20hrs., VL)
* Hello, Dolly! - Traditional Jazz Band
(Sex., 22/10, 20hrs., VL)
* Espaço Aberto - Cássia Machado
(Dom., 24/10, 18hrs., VL)

* Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos (VL): Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional (CN): Av. Paulista, nº 2073
*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
23/10/2004
17h21min
Uma vez assisti a palestra do autor Nelson de Oliveira, e ele fazia essa mesma afirmativa de que, talvez, o futuro da literatura estivesse na WEB...
[Leia outros Comentários de Carolinne]
25/10/2004
10h23min
Francamente, se vmb fosse realmente palco da música brasileira, nao seria esse show cançoes comerciais, limitando a extensa lista de talentosos artistas que existem Brasil a fora. Para variar, são aqueles mesmos Globo-alizados. E assim entopem a maioria dos meios de comunicaçao com toda essa "musica", ainda tem alguns que vendem "atitude", seria comico se nao fosse tragico, pois toda essa problematica que acaba por guiar as idéias que estarao em pauta, e continuar influenciando a sociedade de acordo com interesses economicos egoístas. Mas enfim, o mundo é muito antigo, e como as coisas vao indo nao parecem mudar. os governantes abrem mao da educaçao (sinonimo de um Futuro) para promover e preservar nossa dependencia (foi de portugal - inglaterra- e agora eua). A sociedade civil, que poderia ser atuante numa engrenagem consciente, nao de conflitos ingenuose ignorantes, na experença de mudança, mas crescendo no campo intelectual e construindo uma naçao brasileira. ver uma das mais fortes expressoes da nossa cultura imersa nisso tudo é como estar lendo -america é dos americanos (q sao eles lá de cima e nós os cucarachas).
[Leia outros Comentários de beatriz]
14/6/2006
22h37min
Penso que o VMB decepcionou como a MTV: emissora que, em seu inicio, trazia uma proposta de uma TV diferete, moderna e com uma linguagem jovem, caiu na mesmice das outras, entrou de vez no mercado e não passa de mais uma de emissora que vende de tudo. O VMB foi para o mesmo caminho, a ideia inicial era bem interessante, e simples: uma premiação da musica brasileira no qual o telespectador tinha voz de decisão. Mas o que vemos hoje é uma clara venda de artistas, o jabá rola solto! Vence quem as gravadores querem. O que resta de interessante nas apresentações é a performace do convidado "mestre de cerimionias", o ultimo deles, selton melo.
[Leia outros Comentários de Mário Lucas]

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Colecao Folha O Mundo Da Cerveja- Brasil Argentina e Uruguai Volume 7
Folha De S. Paulo
Folha De S. Paulo
(2012)



Um Brasil Diferente
Wilson Martins
Anhembi
(1955)



This is a Call: a Vida e a Música de Dave Ghrol
Paul Brannigan
Leya
(2012)



Livro Ensino de Idiomas Motivate! Workbook 3
Patrick Howarth, Patricia Reilly
Macmillan
(2013)



Os Tres Mosqueteiros - Adaptado E Ilustrado - Capa Dura - Literatura
Alexandre Dumas
Coleçoes Abril
(2012)



Do sujeito à imagem
Hervé Huot
Escuta
(1991)



Os Remédios Florais do Dr. Bach
Dr. Edward Bach
Pensamento
(2008)



Livro - Maria Gomes - Coleção Contos de Encantamento
Luís da Câmara Cascudo
Global
(2002)



Onder Druk
David Baldacci
Zwarte Beertjes Utrecht
(1999)



Sempre haverá você
Heather Butler
Novo Conceito
(2017)





busca | avançada
47578 visitas/dia
1,7 milhão/mês