Uma História da Tecnologia da Informação- Parte 7 | Blog de Claudio Spiguel

busca | avançada
105 mil/dia
2,0 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Novo livro de Nélio Silzantov, semifinalista do Jabuti de 2023, aborda geração nos anos 90
>>> PinForPeace realiza visita à Exposição “A Tragédia do Holocausto”
>>> ESTREIA ESPETÁCULO INFANTIL INSPIRADO NA TRAGÉDIA DE 31 DE JANEIRO DE 2022
>>> Documentário 'O Sal da Lagoa' estreia no Prime Box Brazil
>>> Mundo Suassuna viaja pelo sertão encantado do grande escritor brasileiro
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
>>> O robô da Figure e da OpenAI
Últimos Posts
>>> Salve Jorge
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
>>> Ícaro e Satã
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Decálogo (Comentado) do Perfeito Contista, de Horacio Quiroga
>>> Agonia
>>> Web 2.0 Awards
>>> Feliz Natal, Charlie Brown!
>>> O dinossauro de Augusto Monterroso
>>> Marketing de cabras
>>> Simplesmente tive sorte
>>> Sete tecnologias que marcaram meu 2006
>>> Maria Helena
>>> Sombras
Mais Recentes
>>> Columbine de Dave cullen pela Darkside (2009)
>>> Prefiro regar as plantas de Franck Santos pela Primata (2021)
>>> Meursault. contre-enquête de Kamel Daoud pela Actes Sud (2014)
>>> Mulheres que correm com lobos de Clarissa Pinkola Estés pela Rocco (2018)
>>> O Matrimônio de Céu & Inferno de Enéias Tavares, Fred Rubim e William Blake pela Avec (2019)
>>> H.P. Lovecraft Além do Desconhecido de Cayman Moreira (baseado na obra de H.P. Lovecraft) pela Editora de Cultura (2019)
>>> Mrs. Dalloway de Virginia Woolf pela Nova Fronteira (2006)
>>> Origem da Idade Média de William Carroll Bark pela Zahar (1985)
>>> Marvel 2000 1 ao 6 (Diabo da Guarda completo) de Kevin Smith. Joe Quesada. Mark Waid. John Romita Jr.. Kurt Busiek pela Abril (2000)
>>> Crepúsculo Esmeralda de Ron Marz e Bill Willingham pela Abril Jovem (1995)
>>> A carícia essencial: uma psicologia do afeto de Roberto Shinyashiki pela Editora Gente (1989)
>>> Lobo Solitário 1, 2 e 3 de Kazuo Koike. Goseki Kojima pela Panini (2016)
>>> O Vendedor de Sonhos A Trilogia de Augusto Cury pela Planeta (2010)
>>> Luluzinha Teen e sua Turma nº 5 de Renato Fagundes pela Pixel (2009)
>>> Direito de (não) Fumar - Uma Abordagem Humanista de Amanda Flávio de Oliveira pela Renovar (2008)
>>> O Caçador de Palavras de Walcyr Carrasco pela Ática (1993)
>>> Os mares do Sul de Manuel Vázquez Montalban pela Companhia das Letras (1998)
>>> Sátira de Gregório de Matos pela Agir (1985)
>>> Batman 1/83 de Zdarsky, Jimènez, Ortega, Ram V pela Panini (2023)
>>> L`objet d`Art Hors-série nº 69 (Roy Lichtenstein Exposition Au Centre Pompidou) de Camille Morineau pela Éditions Faton (2013)
>>> A Experiência Burguesa da Rainha Vitória a Freud - A Educação dos Sentidos de Peter Gay pela Companhia das Letras (1988)
>>> The Three Secret Cities de Mattew Reilly pela Orion (2019)
>>> Indian Song de Marguerite Duras pela Gallimard (1996)
>>> Superman nº 2 de Joe Casey w Mike Wieringo pela Abril (2002)
>>> Manuel de Piadas de Português e piadas portuguesas de brasileiros de Paulo Tadeu pela Matrix (1999)
BLOGS >>> Posts

Sexta-feira, 17/7/2015
Uma História da Tecnologia da Informação- Parte 7
Claudio Spiguel
+ de 3900 Acessos

Parte 7: Lembro aos leitores e leitoras que não leram Partes 1 - 6, que vocês podem acessá-las "clicando" no Mais Claudio Spiguel aí embaixo no rodapé do texto.

Não tinha muita ideia que chegaria a uma Parte 7, ou além, quando comecei esta série. Mas vamos em frente na nossa viagem, esperando que a série continue capturando sua imaginação e interesse através dessa história fantástica da evolução das tecnologias de computação e comunicações. E com exemplos que julgo significativos da minha carreira profissional, que praticamente encapsulou essa evolução. Talvez valha a pena repetir uma frase escrita anteriormente para recolocar o conteúdo em perspectiva para novos leitores: Jovens hoje nem conseguem imaginar a vida sem um computador pessoal e a Internet...

Bem, essa vida inimaginável foi, na verdade, razoavelmente recente. Era o final dos anos 70, e na Universidade de Michigan a revolução do uso do computador através do conceito de "time-sharing" através do MTS-Michigan Terminal System estava em franco progresso. O Centro de Computação da Universidade abriu vários Centros-satélite no campus onde alunos e professores podiam acessar o computador "mainframe" Amdahl simultaneamente através de Terminais VM3270 (ver Partes 5 e 6). Mas, como aluno de pós-graduação em Ciência de Computação e Comunicações, eu tive a oportunidade de trabalhar como consultor ao Centro de Computação, aplicando conceitos da área de pesquisa, e efetivamente planejando e acompanhando suas implementações práticas no serviço de computação da Universidade. Isso me deu uma janela privilegiada para ver o impacto da tecnologia na sociedade (a Universidade de Michigan tinha na época 40.000 alunos e um corpo docente de +/- 10.000 professores, portanto a comunidade alvo dos serviços de computação da Universidade era uma amostra significativa de 50.000 pessoas!).

Muita água passou por baixo dessa ponte, mas duas dessas experiências foram bastante significativas para a evolução que é o nosso assunto aqui; passo a narrá-las a vocês. Ambas têm a ver com as duas forças maiores já mencionadas várias vezes ao longo desta série: Miniaturização dos dispositivos de processamento, e Digitização da comunicação analógica, incluindo a da voz humana, alvo já conquistado pela telefonia (ver Parte 1). A comunicação entre os Centros-satélite e o computador localizado no Centro de Computação era feita através de cabos dedicados, troncos de cobre, e portanto transmissão analógica. Como tudo que acontece dentro do computador (e dos terminais) é digital (0s e 1s), há a necessidade de converter a informação de digital para analógica (terminal para o cabo), e depois outra vez de analógica para digital (cabo para o computador); isso é efetuado por dispositivos chamados MODEM ("MOdulator - DEModulator") que não carecem de maiores explicações aqui, mas que precisam existir tanto junto aos terminais, como junto ao computador. Na verdade, esses dispositivos existem até hoje nos aparelhos modernos, mas isso é para mais tarde na nossa viagem.

Um dia participei de uma conversa no Centro de Computação com o seguinte teor: por que não usamos os cabos de telefonia (cobre) para comunicação, e associamos um dos modems aqui a um número telefônico, aí alguém com um modem associado ao seu telefone poderia ter acesso remoto ao computador, sem ter de ir ao Centro-satélite, apenas ligando de seu telefone para aquele número. ACESSO REMOTO! IMAGINEM!! É claro que precisaríamos de um terminal junto ao telefone, e os terminais VM3270 eram caros, além de não terem qualquer outra utilidade.

Terminal VM3270 com Sistema MTS



Mas fiquei encafifado, e me ofereci para testar a alternativa: havia uma excitante! A Miniaturização dos dispositivos de processamento começava a gerar os primórdios dos computadores pessoais, e eu adquiri um "EXIDY Sorcerer", um dos primeiros disponíveis comercialmente. Pràticamente um teclado com um processador dentro, e conexões para um monitor, um modem, e um dispositivo genérico através de um pino RCA. Nenhuma memória permanente, como uma fita ou disco magnéticos, só memória (64 Kb) que só é ativa quando o computador está ligado, ou seja, ao desligar, perdia-se tudo que estava na memória. Mas o objetivo era um só... o acesso remoto.

Computador Pessoal EXIDY Sorcerer



Conectei uma velha TV branco e preto 14 polegadas como monitor, e um modem daqueles para telefones antigos, com os receptáculos para o encaixe da peça que levávamos à face com o microfone e o alto-falante.

TV Branco e Preto 14 polegadas



MODEM para telefone antigo



Havia necessidade de um programa que sincronizasse a comunicação dos modems, e como nada podia ser guardado permanentemente no "Sorcerer", eu usava uma fita cassete em um gravadorzinho daqueles que usávamos para gravar e ouvir música em fita cassete, ligado ao computador através de um cabo que ligava a saída para o fone de ouvido do gravador ao pino RCA do computador.

Gravador para fitas cassete



Com essa gambiarra em cima da minha mesa em casa toda ligada, eu nunca vou esquecer do dia em que eu disquei o tal telefone do modem da Universidade, ao ouvir o modem responder, coloquei o fone no modem em cima da minha mesa, e apertei o botão "PLAY" no gravadorzinho, e após alguns segundos ansiosos, vi o cursor do MTS piscar na tela da TV. Em pouco mais de um ano, fui de ter de acordar às 2:30 da madrugada e me deslocar fisicamente ao prédio de um computador para usá-lo diretamente (ver Parte 6), para usar um a hora que eu quisesse da minha mesa de trabalho. Naquela época, era como um MILAGRE! A segunda experiência comporá a Parte 8. Não percam a continuação desta nossa viagem fantástica!


Postado por Claudio Spiguel
Em 17/7/2015 às 17h09

Mais Blog de Claudio Spiguel
Mais Digestivo Blogs
Ative seu Blog no Digestivo Cultural!

* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




La France est-elle finie?
Jean-Pierre Chevènement
Fayard
(2011)



The Autobiography of Charles Darwin
Charles Darwin
Prometheus Books
(2001)



Godó o bobo alegre
Pedro Bloch
Girassol
(1989)



O templo
Stephen Spender
Rocco
(1989)



Livro Infanto Juvenis Com Que Roupa Irei para a Festa do Rei?
Tino Freitas / Ionit Zilberman
Do Brasil
(2017)



Guerreiros de Joelhos
David D. Ireland
Graça
(2013)



Os Grandes Líderes de Gaulle
Varios
Nova Cultural
(1987)



Livro Literatura Brasileira Comedias da Vida Privada 101 Crônicas Escolhidas
Luis Fernando Verissimo
L&pm Editores
(1994)



Effortless English: Learn To Speak English Like A Native
A. J. Hoge
Effortless English Llc
(2014)



9 Coisas E-mail Que Eu Odeio Em Você
Marcia Kupstas
Ftd
(2001)





busca | avançada
105 mil/dia
2,0 milhão/mês