Uma História da Tecnologia da Informação- Parte 11 | Blog de Claudio Spiguel

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Quarta-feira, 23/9/2015
Uma História da Tecnologia da Informação- Parte 11
Claudio Spiguel
+ de 4600 Acessos

Parte 11: Lembro aos leitores e leitoras que não leram Partes 1 - 10, que vocês podem acessá-las "clicando" no Mais Claudio Spiguel aí embaixo no rodapé do texto.

Conclui a Parte 10 dizendo que faltava apenas falar do conceito de REDE, mais especificamente a INTERNET, para chegarmos aos dias de hoje. Isso é um tanto simplista, mas é verdade. Falamos dos efeitos da miniaturização de componentes pavimentando a distribuição da capacidade de processamento dos computadores "mainframes" para os computadores pessoais. Falamos da invenção do transistor como gatilho desse processo, mas não foi só esse componente que sofreu miniaturização. Vale a pena mencionar a evolução dos discos rígidos para memória permanente.

Antes uma pequena digressão para que vocês entendam a medida de capacidade dos discos, inclusive termos que são comumente usados na descrição da sua capacidade de memória permanente: Um BIT é uma posição de memória, um dígito binário (0 ou 1). Um BYTE é uma sequência de 8 BITs, e em geral representa um caracter, uma letra ou um número decimal (isto é uma simplificação, mas serve os nossos objetivos). Um KILOBYTE (KB) é mil BYTEs. Um MEGABYTE (MB) é mil KBs, ou um milhão de BYTEs. Um GIGABYTE (GB) é mil MBs, ou um bilhão de BYTEs. Finalmente um TERABYTE (TB) é mil GB's, ou um trilhão de BYTEs.

Pois bem, no final dos anos 50, a IBM oferecia uma unidade de disco rígido para ser acoplada a computadores "mainframes" que se constituia de uma pilha de 50 discos com 60 cm. de diâmetro cada um, uma monstruosidade que tinha a capacidade para armazenar apenas 5 MBs!! Quando eu ensinava na Universidade de Michigan nos anos 80 eu tinha uma unidade dessas para mostrar aos alunos, e eu a carregava para a classe em um carrinho com rodas, de tão pesada.



UNIDADE DE DISCOS RÍGIDOS IBM - 1950



O DISCO MAGNÉTICO DE 60 cm. DE DIÂMETRO

Hoje, o "notebook" que eu estou usando para escrever este texto tem UM disco rígido de 9 cm. de diâmetro e a unidade inteira, incluindo as cabeças de gravação e leitura tem 1.0 cm. de altura, e a sua capacidade é de 900 GBs, ou seja, CENTO E OITENTA MIL VEZES a do monstrengo descrito acima. Em cima da minha mesa de trabalho há uma caixinha (19cm x 11cm x 4cm) que contém UM disco com capacidade de 2 TBs, ou seja, QUATROCENTOS MIL VEZES a do monstrengo...



EVOLUÇÃO DOS DISCOS MAGNÉTICOS COM O "MOSTRENGO" AO FUNDO

e tem mais, o monstrengo custava QUARENTA MIL DÓLARES em dólares dos anos 50, ou seja TREZENTOS E VINTE MIL DÓLARES em dólares de hoje, e a caixinha com o disco de 2 TBs custa hoje CEM DÓLARES. Não é impressionante?



MINIATURIZAÇÃO DOS DISCOS MAGNÉTICOS COM O "MOSTRENGO" À ESQUERDA

Falamos também da digitização da voz humana, e mais tarde de textos, fotografias e filmes, elementos fundamentais da comunicação entre humanos tradicionalmente representados analogicamente, e que uma vez digitizados puderam ser manipulados, armazenados, e transmitidos por computadores.

A terceira componente básica da evolução é a comunicação entre os computadores. Vocês devem se lembrar que mesmo com a distribuição da capacidade de processamento para os computadores pessoais, todos os computadores eram praticamente estanques, com pequenas exceções como as transferências de arquivos mencionadas nas Partes 7 e 10 usando um protocolo (padronização da informação transferida) chamado FTP - "File Transfer Protocol" , o único até então disponível e bastante inflexível e insensível ao conteúdo do arquivo. E foi mais uma vez no contexto militar que essa área foi suprida, com base em pesquisas realizadas em uma agência do Departamento de Defesa (DoD) Americano chamada ARPA - "Advanced Research Projects Agency" . O objetivo dessas pesquisas chamava-se "ARPA-net", ou rede ARPA, e visava conectar os computadores em campus universitários onde ocorriam projetos de pesquisa financiados pelo DoD. O primeiro desenho que se conhece da rede que viria a se tornar a INTERNET, unindo na costa oeste Americana os computadores da UCLA (Universidade da California em Los Angeles), UCSB (Universidade da California em Santa Bárbara), SRI ("Stanford Research Institute"), e Universidade de UTAH em Salt Lake City, Utah data de 1969, e foi feito à mão durante uma conversa entre os pesquisadores. E foi em Outubro daquele ano que a primeira transmissão bem sucedida ocorreu.



O PRIMEIRO DESENHO DA ARPANET, PRECURSORA DA INTERNET, EM 1969

Já em 1970, um polo com vários nós foi adicionado à ARPA-net na costa leste Americana, incluindo a Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts.



A ARPANET, PRECURSORA DA INTERNET, EM 1970

Durante os anos 70 várias outras Universidades uniram-se à ARPA-net e a pesquisa continou no intúito de enriquecer cada vez mais o protocolo de transmissão. Ficou claro, então que não só os projetos militares lucrariam através dessas conexões entre os computadores "mainframes" das Universidades, e a "NSF - National Science Foundation" começou a pressionar a ARPA para liberar a rede para uso Universitário, o que veio a ocorrer no início dos anos 80, sob o nome de NSF-net. Estava lançada a espinha dorsal da INTERNET.



A ARPANET, PRECURSORA DA INTERNET, EM 1977

Os anos que se seguiram viram a criação de um protocolo chamado "TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol" , cuja versão 4 é até hoje usada nas conexões da INTERNET. A riqueza desse protocolo, atingida com recursos públicos, criou a demanda comercial e industrial do uso da NSF-net o que ocorreu em 1989, marcando o nascimento oficial da INTERNET.



ESQUEMA TÉCNICO DA ARPANET, PRECURSORA DA INTERNET, EM 1980

Em 1993, como "CIO - Chief Information Officer" da firma Zeneca Pharmaceuticals, eu coordenei a conexão da rede interna da firma, a primeira da indústria farmacêutica, à INTERNET, agilizando sobremaneira os processos globais da empresa.

As três forças de MINIATURIZAÇÃO (distribuição da capacidade de processamento), DIGITIZAÇÃO (voz humana, textos, fotos e filmes), e CONEXÃO EM REDE (INTERNET) moldaram o ambiente que se vê hoje, onde com a capacidade de processamento dos nossos computadores pessoais, e no conforto das nossas casas ou trabalho, solicitamos um serviço, ou uma página de informações que reside em um outro computador em algum outro canto do mundo que tem um endereço único na Internet. Imediatamente uma conexão usando TCP/IP se forma através da INTERNET entre o nosso computador e o tal outro computador onde reside o que estamos buscando, e em segundos, o serviço ou página solicitada aparece na tela do nosso computador. Comparem isso com o uso do computador descrito nas Partes 1 e 2 desta série. Não é para menos que nos últimos 75 anos avançamos mais o nosso conhecimento do que em toda a história prévia da raça humana. Para uma visão do futuro dessa evolução, recomendo a leitura do livro "The Singularity is Near" (A Singularidade está Próxima) de Ray Kurzweill.



A viagem está no fim, mas ainda não terminou... ainda há mails algumas estações interessantes para o nosso trem parar... portanto ainda haverá algumas Partes... Não percam!


Postado por Claudio Spiguel
Em 23/9/2015 às 14h34

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