O velho jornalismo está morrendo | André Deak

busca | avançada
76843 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Teatro do Incêndio mergulha no mito para ritualizar a dor em nova montagem
>>> SESI São José dos Campos apresenta exposição de Dani Sandrini com temática indígena
>>> Livro 'Autismo: Novo Guia' promete transformar a visão sobre o TEA
>>> Dose Dupla: Malize e Dora Sanches nos 90 anos do Teatro Rival Petrobras nesta quinta (3/10)
>>> Com disco de poesia, Mel Duarte realiza espetáculo na Vila Itororó neste sábado
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
Colunistas
Últimos Posts
>>> MBL sobre Pablo Marçal
>>> Stuhlberger no NomadCast
>>> Marcos Lisboa no Market Makers (2024)
>>> Sergey Brin, do Google, sobre A.I.
>>> Waack sobre a cadeirada
>>> Sultans of Swing por Luiz Caldas
>>> Musk, Moraes e Marçal
>>> Bernstein tocando (e regendo) o 17º de Mozart
>>> Andrej Karpathy no No Priors
>>> Economia da Atenção por João Cezar de Castro Rocha
Últimos Posts
>>> O jardim da maldade
>>> Cortando despesas
>>> O mais longo dos dias, 80 anos do Dia D
>>> Paes Loureiro, poesia é quando a linguagem sonha
>>> O Cachorro e a maleta
>>> A ESTAGIÁRIA
>>> A insanidade tem regras
>>> Uma coisa não é a outra
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Pierre Seghers: uma exposição
>>> O Cabotino reloaded
>>> Papel, tinta, bluetooth e wireless
>>> Monticelli e a pintura Provençal no Oitocentos
>>> Nelson ao vivo, como num palco
>>> O novo frisson da Copa
>>> Vale ouvir
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Editor, corrija por favor!
>>> O grande livro do jornalismo
Mais Recentes
>>> Martini Seco - Rosa dos Ventos de Fernando Sabino pela Ática (1996)
>>> A Nova Califórnia e Outros Contos de Lima Barreto pela Unesp (2012)
>>> Textos e Redaçãocom Word 2007 de Diversos pela S/a (2008)
>>> E o Dente Ainda Doía de Ana Terra pela Dcl (2012)
>>> Os Guerreiros do Tempo de Giselda Laporta Nicolelis pela Moderna (1994)
>>> Robin Hood - Coleção Elefante de Howard Pyle pela De Ouro
>>> A Páscoa e Seus Símbolos de Neri Pereira da Silva pela Paulinas (1982)
>>> Extraterrestres Eles Estão Aqui de Luiz Galdino pela Ftd (1997)
>>> Seeds Of Love de Eduardo Amos pela Richmond Publishing (2004)
>>> Clique e Descomplique - Excel 2 / 2007 de N/d pela Gold (2009)
>>> Na Curva das Emoções de Jorge Miguel Marinho pela Biruta (2005)
>>> Finais Mundi de Laura Gallego García pela Sm (2004)
>>> Economia de Empresas Aplicações Estrategia e Táticas de James Mcguigan ;charles Moyer pela Thomson (2007)
>>> Andreia: Flor que Desabrochou no Lodo de Hugo Penteado Teixeira pela Do Autor (1972)
>>> Cromoterapia-dicas e Orient de Como as Cores Podem Mudar Sua Vida de Elaine Marini pela Nova Era (2002)
>>> O Destino de Perseu - Aventuras Mitológicas de Luiz Galdino pela Ftd (1990)
>>> Tiradentes e a Inconfidência Mineira de Carlos Guilherme Mota pela Ática (2005)
>>> O Jovem Lê e Faz Teatro de Gabriela Rabelo pela Mercuryo Jovem (2007)
>>> Clique & Descomplique - Diversão e Entretenimento de Vários Autores pela Gold (2008)
>>> O Analista de Bagé de Luis Fernando Verissimo pela Circulo do Livro
>>> Divórcio Nao e o Fim do Mundo de Evan Stern; Zoe Stern pela Melhoramentos (1997)
>>> How i Met Myself - Level 3 de David a Hill pela Cambridge University Press (2001)
>>> Fundamentals Of Financial Accounting de Flenn A. Welsch And Robert N. Anthony pela Richard Irwin. Illinois (1981)
>>> O Menino e a Caboré de Francisco Mibielli pela Sophos (2005)
>>> Brincando com os Números de Massin e Outros pela Cia das Letrinhas (1995)
ENSAIOS

Segunda-feira, 16/7/2007
O velho jornalismo está morrendo
André Deak
+ de 6500 Acessos
+ 7 Comentário(s)


Junião, no Bom Dia Bauru

Durante muito tempo se convencionou dizer que havia apenas dois tipos de jornalismo: o bom e mau jornalismo. Entretanto, o bom e velho jornalismo, puro e simples, está cada vez menos simples e mais velho. As novas tecnologias já começam a obrigar – e até há pouco o verbo era "possibilitar" – mudanças na forma como as notícias são produzidas.

Recentemente, num seminário em São Paulo – o MediaOn – Michael Rogers, futurista do New York Times (uma espécie de estudioso de novas mídias) disse uma dessas verdades absolutas que poucos costumam perceber. Hoje em dia, disse ele, pode não ser comum que um jornalista seja capaz de produzir ou editar texto, foto, áudio e vídeo. Mas os jovens jornalistas já fazem isso. E são esses jovens que, em 20 anos, estarão nas chefias das redações do mundo.

O mesmo raciocínio – apesar de mais contundente – segue Julian Gallo, editor do blog Mirá e um dos finalistas do prêmio da Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano 2007 com um texto publicado no La Nacion chamado "Um novo jornalismo". Ele diz que “na essência, uma história publicada hoje na internet segue sendo produzida da mesma maneira que se fazia historicamente nos meios impressos. O autor faz o importante (escreve) e outras pessoas se dedicam a ampliar ou enriquecer o texto com desenhos e conteúdos. Esta forma de trabalho concebe um autor com um só talento: escrever. Assim se impõe que outro alguém fará a diagramação, outro fará fotos, outro escolherá as fotos, outro fará vídeos e áudios para que outro edite, para que, finalmente, um técnico coloque tudo junto. Uma estrutura desse tipo confere a um jornalista menos habilidades do que tem um adolescente de 16 anos que faz seu blog...”.

É claro que ser capaz de produzir em várias mídias não quer dizer que o jornalista será obrigado a produzir em várias mídias. Américo Martins, editor-executivo para as Américas do serviço mundial da BBC, diz que houve um tempo, há alguns anos, em que se imaginava que isso seria comum, mas as redações descobriram que é impossível mandar um jornalista para o campo com uma “maleta multimídia” e esperar que ele mande textos em tempo real, grave uma áudio-reportagem e ainda apareça no noticiário da noite, na TV, com uma reportagem contextualizada. A idéia de que um jornalista fará o trabalho diário de três (rádio, on-line e TV) já se mostrou inviável. Entretanto, o próprio Américo lembra que a BBC enviou um “multi-homem” para cobrir a guerra no Líbano e teve um bom resultado. Eles apenas não cobraram matérias diárias – o enviado fazia entradas diárias apenas no rádio e on-line, mas gravava para a TV em intervalos de alguns dias.

No Brasil, a experiência do repórter multimídia ainda está no início. A Agência Brasil é das poucas redações cujos mesmos repórteres produzem tanto para as rádios da empresa quanto para o on-line, em tempo real. As dificuldades não são poucas – mas o resultado é que temos uma equipe de repórteres perfeitamente capacitada para executar pautas diárias em ambos veículos (e alguns poucos fazem inclusive TV – não diariamente, claro).

O resultado de repórteres capacitados para várias mídias é benéfico em vários níveis. Uma operação jornalística multimídia pode oferecer uma história no melhor formato possível, seja ele qual for. Pode-se, por exemplo, gerar um tipo de reportagem que é a soma de vídeo, áudio, texto, foto e infografia, oferecendo ao cidadão a compreensão mais completa possível de um assunto (como nesta reportagem especial sobre o Rio Madeira. Mas o verdadeiro desafio é criar não apenas a soma das plataformas, mas a fusão delas. Isso significa criar um tipo de reportagem que não é mais simplesmente vídeo, texto ou áudio, mas a mistura disso tudo. O uso do recurso conhecido como hypervideo é uma das experiências nesta reportagem sobre consumo consciente. (E quem quiser ler sobre esse processo pode acessar este texto aqui)

E já há quem exija mais, pelo menos para testar alguns limites. A BBC terminou no início de julho o que chamou de "experiência turca". Enviou o jornalista britânico freelancer Ben Hammersley para cobrir as eleições legislativas da Turquia. Além de gravar para a BBC World e BBC News 24, ele fez um teste utilizando ferramentas da Web 2.0, colocando suas impressões no seu blog, Flickr, YouTube, del.icio.us e Twitter. “A idéia é expandir a reportagem e possivelmente alcançar novas audiências de novas maneiras”, diz o editor Richard Sambrook. Ainda Sambrook: “Não é algo que todo repórter da BBC pode ou deve fazer. Ben é particularmente experiente no uso da internet e sites sociais desse tipo”.

A BBC considerou interessante testar o limite do repórter, verificar o quanto ele é capaz de oferecer além de reportagens comuns. Todas as notas, métodos, entrevistas e problemas da apuração foram colocadas on-line. No YouTube, você descobre como um mau contato num cabo do satélite quase acabou com toda a transmissão. “Esperamos que isso abra uma janela sobre como as reportagens internacionais são feitas. Não é perfeito, mas quebra o molde tradicional dos correspondentes internacionais”, diz o editor.

O modelo homem-multimídia pode não ser o ideal, mas o antigo modelo de reportagem está acabando. Para citar outro exemplo: a Agência Brasil decidiu fazer a cobertura do Seminário Internacional de Diversidade Cultural em um blog, e não somente com reportagens tradicionais. A avaliação geral é que o resultado foi muito melhor.

Tendo esse novo passo em vista, muitas dos grandes grupos de comunicação estão unificando inclusive fisicamente suas redações. Jornais como o Daily Telegraph – exemplo mundial de integração multiplataforma – se organizam agora para receber e produzir notícias, independente do veículo. Você não tem mais os jornalistas da TV ou os jornalistas do rádio, você tem jornalistas.

Arthur Sulzberger, dono do New York Times, disse em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, algo que elucida um pouco o futuro do qual estamos falando. Perguntaram a ele se, com a constante erosão da imprensa escrita, ele achava que em cinco anos o New York Times ainda seria publicado.

“Não sei, mas sabe o quê? Eu não me importo”, disse. Ele explicou que está focado na melhor maneira de fazer a transição para a internet. O Times já tem mais assinantes on-line (1,5 milhão por dia) do que assinantes do jornal impresso (1,1 milhão). Sulzberger disse que o New York Times começou uma longa e dura jornada que irá terminar no dia em que a empresa decidir parar de imprimir jornais. E então o ciclo estará completo.

Muitos se recusam a enxergar, mas é fato: a velha mídia e a velha maneira de fazer jornalismo está morrendo. Cabe a nós ajudá-la a morrer mais rápido, ou sermos enterrados juntos.

Post Scriptum
Este texto foi feito a pedido do Jornalistas da Web. Está também no Overmundo. E deve sair no Observatório da Imprensa.


André Deak
São Paulo, 16/7/2007
Quem leu este, também leu esse(s):
01. De Kooning em retrospectiva de Sonia Nolasco
02. Música ainda é profissão? de Pena Schmidt
03. Niemeyer e a unanimidade de Daniel Piza
04. Arquiteto de massas sonoras de Luís Antônio Giron
05. No Museu da Língua falta o livro de Affonso Romano de Sant'Anna


Mais André Deak
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
16/7/2007
13h04min
André, também acho que é inevitável que o jornalista se torne multimídia, que faça de tudo um pouco. A grande questão, pelo menos no nosso Brasil, é saber se os jornalistas serão remunerados adequadamente para isso. Porque o que temos visto é de um lado o achatamento dos salários, afinal, todos os anos as faculdades formam muito mais profissionais do que o mercado tem capacidade para absorver; e do outro, o acúmulo também cada vez maior de funções (só não servimos cafezinho ainda). Para mim, mais do que desejar que o velho jornalismo morra, o que eu desejo é que a boa reportagem reviva. Por que é dela que precisamos mais que tudo, independentemente se publicada num velho jornal ou em uma nova internet.
[Leia outros Comentários de Adriana Carvalho]
17/7/2007
09h34min
A essência do jornalismo independe do meio físico ou formal. Os arautos saíam cantando suas notícias para suas comunidades. A questão básica é conseguir informar o que acontece e a partir desta comunicação estimular a capacidade crítica-reflexiva da sociedade. O papel físico, de jornal, carta, manifesto, vai passar. Como a clava passou.
[Leia outros Comentários de José Roberto Orquiza]
17/7/2007
14h30min
O futuro é escrever de graça para a internet?
[Leia outros Comentários de Jonas]
18/7/2007
04h12min
Se o futuro for escrever de graça para a internet, podem ter certeza de que a mídia oficial (entre aspas) tirará proveito disso, colhendo o que for de interesse como destaque (também entre aspas). Acho que o jornalismo vem morrendo faz tempo. Lentamente. Para não ficar perceptível a fusão de interesses e a dependência dos setores de capitais... Quem mantém a mídia? A indústria, o comércio, o poder do capital. São esses os assassinos do jornalismo real, investigativo. Se sobrar algo, em milhões de bytes, pode se dizer futuramente que era pura ficção. Ou já não é dessa forma que a coisa é feita, e a gente ainda não se deu conta. Exemplo: os dossiês da ditadura. Sumiram? Cadê um repórter investigativo para saber por que sumiram tais documentos. Tá todo mundo com medo. A gente vive um fascismo sem precedentes, por ser quase não percebido. Onde vamos parar é a pergunta principal, cuja resposta talvez jamais exista...
[Leia outros Comentários de Ana Peluso]
19/7/2007
18h29min
É difícil verificar a morte de um jornalista ou o futuro do jornalismo quando a própria economia e as empresesas (do que denominamos de nova economia) não estão seguros sobre o seu futuro. Do mesmo jeito que empresas de jornalismo impresso poderão quebrar depois de décadas no mercado, empresas de jornalismo on-line parecem estar mais propícias ao sobe e desce da economia atual. Antes de pregar o quanto o jornalismo on-line é bom para toda nossa vitoriosa "livre expressão", deveremos também verificar os danos e a falta de uma base que o sustente, nem que seja pelos próximos cinco anos. Quantos endereços de jornalismo on-line irão sobreviver aos próximos cinco anos?
[Leia outros Comentários de Jhonathan Wilker]
28/7/2007
11h32min
Caro André: discordo totalmente da sua tese. Na minha opinião, o jornalismo, o velho, não está morrendo e, se estiver, fico com a frase do Arthur Sulzberger, dono do New York Times, citada aí mesmo: não me importo. Na verdade junto aqui os dados do artigo ótimo do Rubem Fonseca, neste mesmo numero do Digestivo. Enquanto se falava na morte da literatura de ficção altos autores escreviam seus romances. Evidente que está havendo uma revolução na midia - mas encontrar jornalistas que saibam escrever, tenham cultura, leiam, saibam fazer uma reportagem e usem todos os recursos das novas midias vai ser dificil. Teremos talvez bons vídeos e péssimos ou medíocres textos, belíssimas fotos com simples legendas. Não sei, mas vamos em frente: como as pessoas, nada morre antes do tempo. Enquanto isso, fico aqui escrevendo minhas matérias. Como a caravana, do velho provérbio, o jornalismo passa, enquanto os cães ladram....
[Leia outros Comentários de Ana L.Vasconcelos]
15/8/2007
01h58min
Toda perda sempre é dolorosa, pode ser óbvio, mas ninguém gosta de perder algo com que se acostumou ou acomodou. Inúmeras pessoas acharam que a pintura acabaria com a fotografia, ou ainda que o teatro estaria fadado ao fracasso com a entrada do cinema, não acredito que o jornalismo esteja morrendo e sim se modificando, o que parece nescessário num momento onde o fator-tempo junto à tecnologia ditam todas as regras.
[Leia outros Comentários de Andre Henrique Ferre]
COMENTE ESTE TEXTO
Nome:
E-mail:
Blog/Twitter:
* o Digestivo Cultural se reserva o direito de ignorar Comentários que se utilizem de linguagem chula, difamatória ou ilegal;

** mensagens com tamanho superior a 1000 toques, sem identificação ou postadas por e-mails inválidos serão igualmente descartadas;

*** tampouco serão admitidos os 10 tipos de Comentador de Forum.

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Livro Infanto Juvenis Uma Rua Como Aquela
Lucia Junqueira de Almeida Prado
Record
(1975)



Un Mortel Air de Famille
Ross Macdonald
Jai Lu
(1964)



Livro Literatura Brasileira O Aleph
Paulo Coelho
Sextante
(2010)



Rioja negro - pratique seu espanhol de forma divertida...
Andrew Ridley; Alison Romer
Escala
(2009)



Felicidade Ou Morte
Clóvis de Barros Filho ; Leandro Karnal
Papirus 7 Mares
(2016)



Introdução a sociologia
Reinaldo Dias
Pearson
(2006)



Helinho e a Cegonha
Bandeira Pedro
Seed



Livro Psicologia Névrose, psychose et perversion
Sigmund Freud
Presses
(1973)



Fundamentos da Responsabilidade Civil Estatal
Márcio Xavier Coelho
Oab
(2005)



Livro Literatura Estrangeira Penguin Classics The Epic Of Gilgamesh A New Translation
Penguin Classic
Penguin Classics
(2000)





busca | avançada
76843 visitas/dia
1,7 milhão/mês