Digestivo nº 132 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
82868 visitas/dia
1,3 milhão/mês
Mais Recentes
>>> “Fomes inaugurais”, novo livro de Whisner Fraga, dá protagonismo a quem vive na rua
>>> Últimos dias para se inscrever no IV Sur Frontera WIP LAB
>>> EXPOSIÇÃO DONA FULÔ E OUTRAS JOIAS NEGRAS É PRORROGADA ATÉ 30 DE MARÇO
>>> Alice Caymmi canta Dorival no Manouche no Jardim
>>> 100/cabeças publica livro de ensaios de Walter Benjamin sobre Franz Kafka
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
>>> Left Lovers, de Pedro Castilho: poesia-melancolia
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
Colunistas
Últimos Posts
>>> Uma história da CNET (2014)
>>> All-In sobre o DOGE e o USAID
>>> Steve Vai e os 30 anos da Ibanez JEM
>>> All-In sobre DeepSeek
>>> L'italiana in Algeri par Georges Prêtre
>>> Le siège de Corinthe par Solti
>>> DeepSeek by Glenn Greenwald
>>> David Sacks no governo Trump
>>> DeepSeek, inteligência que vem da China
>>> OpenAI lança Operator
Últimos Posts
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
>>> Transforme histórias em experiências lucrativas
>>> Editora lança guia para descomplicar vida moderna
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Sobre caramujos e Omolu
>>> Come on baby, cover me
>>> Viagens e viajantes
>>> Entrevista com Lúcia Guimarães
>>> Livro (e filme) sobre Facebook
>>> O retalho, de Philippe Lançon
>>> Sociedade dos Poetas Mortos
>>> A prática e a fotografia
>>> A deliciosa estética gay de Pierre et Gilles
>>> Modelos de beleza
Mais Recentes
>>> Reinacoes De Narizinho de Monteiro Lobato pela Biblioteca Azul (2014)
>>> Bitcoin, Lavagem de Dinheiro e Regulação de Christiana Mariani da SIlva Telles pela Jurua (2020)
>>> Livro O Caçador De Apóstolos de Leonel Caldela pela Jambo (2010)
>>> A Estetização do Mundo - Viver na Era do Capitalismo Artista de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy pela Companhia das Letras (2015)
>>> Kardec, A Biografia de Marcel Souto Maior pela Record (2013)
>>> O Livro Essencial da Cozinha Vegetariana de Vários Autores pela Paisagem (2011)
>>> Ferdo Pior que Millôr: cartuns que ficaram para a história de Ferdo pela Brumario (1994)
>>> Um Furo No Mundo! de Tiago De Melo Andrade pela Farol Literário (2008)
>>> De Todo O Meu Ser de Monica De Castro pela Vida E Consciencia (2010)
>>> Livro Os Contos De Beedle, O Bardo de J. K. Rowling pela Rocco (2008)
>>> Livro A Última Princesa de Galaxy Craze pela Moderna (2012)
>>> Plano Inverso de Halu Gamashi pela Rosa dos Tempos (1998)
>>> Psicopedagogia, Um Enfoque Sistêmico de Elizabeth Polity pela Vetor (2004)
>>> Livro L'Egypte Eternelle de Pierre Montet pela Pierre Montet (1970)
>>> Ilê Aiyê: A Fábrica do Mundo Afro de Michel Agier pela Editora 34 (2024)
>>> A História do Galo Marquês de Ganymédes José pela Moderna (1991)
>>> Temperamentos Transformados de Tim LaHaye pela Mundo Cristão (2008)
>>> Magia Indiana - Atharva-Veda, Fórmulas e Práticas de Madras pela Madras (2005)
>>> Sexo e Destino 7ª edição. de Francisco Cândido Xavier (espírito André Luiz) pela Feb (1980)
>>> Margem Esquerda 8 - Ensaios Marxistas de Vários Autores pela Boitempo (2006)
>>> Livro Joias & Acessórios Anuário de Caras pela Caras
>>> Guia Visual: Folha De São Paulo: Europa de Vários Autores pela Publifolha (2005)
>>> Quarto Mágico de Marta Melo pela Atica (1991)
>>> Cruz de Cinza de Antoine Sénanque pela Record (2022)
>>> Livro Fãs Do Impossível de Kate Scelsa pela Intrínseca (2016)
DIGESTIVOS

Quarta-feira, 7/5/2003
Digestivo nº 132
Julio Daio Borges
+ de 2500 Acessos




Internet >>> Spam, I love you
O “New York Times” do último dia 29 dedicou um editorial ao fenômeno “spam”. No Brasil, ainda não ultrapassou os cadernos de “Informática”, embora seja igualmente grave. Já há meses que se prevê um colapso nos serviços de e-mail: inutilizados pela quantidade crescente de propaganda via “mensagens não-solicitadas”. Os técnicos usam suas armas e os provedores tentam oferecer um serviço 100% “spam free”. A mais velha tática é bloquear certos remetentes. Como os spammers mudam sempre de endereço, logo deixou de funcionar. Outra, bem conhecida, é excluir e-mails indesejados a partir de palavras-chave: ou seja, se o assunto for “viagra” (o mais clássico), envie para a lixeira direto. Funciona, mas joga fora também outras coisas, talvez importantes, por trabalhar “no atacado”, a partir de uma generalização apressada. A última, mais trabalhosa e provavelmente mais eficaz, é identificar os remetentes autorizados a enviar mensagens. Equivale a distribuir, só entre amigos, as chaves da porta de casa. Estranhos, desconhecidos ou forasteiros não vão entrar. Não funciona, no entanto, para quem precisa lidar com o público ou obter feedbacks de todo tipo de pessoa. Como o e-mail é às vezes a porta de entrada de um estabelecimento comercial, a clientela sairia prejudicada. Mas, para além do remédio definitivo que vai mitigar o problema, pouco se discute acerca das razões do aumento do spam. Uma coisa precisa ser admitida de uma ver por todas: o spam funciona; se não funcionasse, não cresceria cada vez mais. E outra: dentro do grande fiasco do “business” internet, o spam foi uma das poucas práticas que prosperou. Isto não é um elogio do spam, é uma mera constatação da realidade. A analogia mais próxima surge a partir do fenômeno da mendicância nas ruas: quem dá esmola não pode reclamar que o número de pedintes não diminui. Do mesmo modo, ainda que o coro seja anti-spam, há gente levando o negócio a sério (respondendo ao estímulo do spam) e alimentando a indústria de mensagens não-solicitadas. Existe uma tendência a desumanizar o spam, como se fosse coisa de extraterrestres, mas talvez falte justamente a compreensão de que ele é humano, demasiado humano. [Comente esta Nota]
>>> Parem o Spam | Spam, I love you
 



Música >>> Imagens saídas da penumbra
Foi com a lembrança da alegria contagiante do German Brass que se abriu a temporada 2003 do Mozarteum Brasileiro. Embora o programa estivesse a cargo dos noruegueses do The Trondheim Soloists, a entrada do trompetista Ole Edvard Antonsen, combinada com o bom-humor de toda a trupe, evocou a simpatia do grupo de metais alemão que encerrou a temporada 2002. Sem Ole Edvard Antonsen, a orquestra de câmara da Noruega atacou, logo de início, com Cláudio Santoro e seu “Ponteio”, prestigiando a produção nacional. (Num agradecimento aos incessantes aplausos, ao final, a peça voltou a ser executada.) A disputa entre compositores basicamente se estabeleceu quando os séculos XVII e XVIII, nas figuras de Haendel e Albinoni, partiram para o enfrentamento de Mendelssohn e principalmente de Shostakovich, nos séculos XIX e XX respectivamente. Ainda que o The Trondheim Soloists, pela sua estrutura camerística, estivesse mais inclinado para o lado de Bach, seus contemporâneos e seus antecessores, arrancou do público verdadeira emoção quando se aproximou dos horrores da Segunda Guerra Mundial, impressos no “Quarteto de cordas nº 8” de Shostakovich, cuja exasperante “Sinfonia de câmara” foi implacavelmente executada. O clima soturno obviamente dividiu a audiência, que: ou aderiu à sua densidade, e também à de Mendelssohn (representado por sua “Sinfonia para cordas nº 10”); ou então preferiu o contraste airoso e – por que não dizer? – saltitante de Haendel (“Water Music”), Albinoni (“Concerto em si bemol maior nº 3”) e também Telemann (“Sonata de concerto em ré maior”). E como Ole Edvard Antonsen floreou (no bom sentido) esse último jardim de graciosidades, a escolha se resumia a: com ou sem Ole Edvard. Desnecessário comentar que ambas as preferências saíram vencedoras: tanto o século XVII e XVIII quanto o XIX e XX estiveram bem representados e receberam o aplauso merecido. Agora é esperar que o restante da temporada mantenha a mesma agitação e o mesmo esplendor. [Comente esta Nota]
>>> Mozarteum Brasileiro
 



Artes >>> Une exposition à moi
Dentro da coleção que já nos legou um “Rembrandt” por Jean Genet, também com tradução de Ferreira Gullar, vem à luz agora “Van Gogh – O suicida da sociedade” (1947), de Antonin Artaud, pela editora José Olympio. Seguindo a mesma linha impressionista do primeiro da série, esse segundo volume rompe ainda mais com a análise crítica tradicional e apresenta um Artaud defendendo uma de suas bandeiras favoritas: a loucura. Defendendo, não: tentando provar que Van Gogh não era louco, mas, sim, extremamente lúcido – tendo sido sufocado pela sociedade que não queria aceitar suas “verdades insuportáveis”. O clamor soa familiar? Soa. O velho discurso dos oprimidos-opressores, dos perseguidos-perseguidores, dos torturados-torturadores. Com a diferença que Artaud viveu na primeira metade do século XX, e só foi servir de inspiração, posteriormente, para alguns conhecidos slogans. Enfim. É notável a implicância do diretor teatral francês com o doutor Gachet, o médico mais próximo do artista holandês. A ele, e à psiquiatria, Artaud atribui o suicídio de Van Gogh. Inocenta Théo (o irmão, das cartas), sugerindo que este apenas seguia ordens médicas (equivocadas). Mas, ao mesmo tempo (para o bem da contradição), o teatrólogo considera que a morte, no caso do criador dos “Girassóis” (1888), veio em boa hora. Como se Van Gogh houvesse esgotado suas possibilidades pictóricas e dissesse adeus ao mundo no momento exato. E, claro, Artaud acha que não houve nada de mais em assar a própria mão e em mutilar-se, arrancando a própria orelha. Bem... Acabamos concluindo que esses aspectos da vida íntima do pintor não são importantes, e que o autor do livro, malgrado seus malabarismos formais, acaba provando o óbvio: muito pouco se pode acrescentar, em matéria de interpretação, a uma obra de gênio. Portanto, “O suicida da sociedade” talvez fique como nota de pé de página em toda fortuna crítica acerca do legado de Vincent van Gogh. Qualquer quadro do mestre vale mais do que as milhares de páginas que Antonin Artaud poderia ter escrito sobre ele. É a impressão que fica ao final da leitura. [Comente esta Nota]
>>> Van Gogh – O suicida da sociedade - Antonin Artaud - 104 págs.
 
>>> MAU HUMOR

“Qualquer idiota é capaz de pintar um quadro. Mas só um gênio é capaz de vendê-lo.” (Samuel Butler)

* do livro Mau humor: uma antologia definitiva de frases venenosas, com tradução e organização de Ruy Castro (autorizado)
 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Batman - O Messias - 4 Volumes
Jim Starlin, Berni Wrightson, Bill Wray
Abril



Presos Que Menstruam
Nana Queiroz
Record
(2019)



Receitas Para Uma Nova Idade
Lissa de Angelis
Angra
(1996)



Connect Workbook 2
Jack Richards & Outros
Cambridge
(2009)



Grace Notes For Trumpets - 2nd B-flat Trumpet
Thurlow Spurr - Compilation
The Rodeheaver
(1960)



Gramática Escolar da Língua Portuguesa com Exercícios para Ensino Médio e cursos preparatórios
Evanildo Bechara
Lucerna
(2006)



Livro São Paulo! Comoção De Minha Vida...
Mario De Andrade
De Mão Em Mão
(2012)



saúde, trabalho e modos sexuados de viver
Jussara Brito
Fiocruz
(1999)



Região Metropolitana (lacrado)
Lilian Regina Gabriel Moreira
Fórum
(2018)



O Reino Sombrio 443
Carmen Bin Ladin
Novo Século
(2005)





busca | avançada
82868 visitas/dia
1,3 milhão/mês