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Quinta-feira, 20/3/2008
Blog
Redação
 
Filosofia teen

Na época da faculdade, tivemos uma disciplina chamada Introdução à Filosofia. Eram duas horas de tortura. Ninguém, absolutamente ninguém na turma conseguia entender o que a professora falava. Ela pulava de Platão para Descartes, dele para o taxista da esquina e deste para as eleições presidenciais. Um colega definiu filosofia como tentar encontrar uma pedra de gelo num campo de neve. Essa visão aterradora tem acompanhado muitos jovens ao longo de todos esses anos. A filosofia ou é vista como algo indecifrável, sem qualquer nexo com a realidade, ou é ensinada de maneira totalmente descontextualizada, consistindo apenas em fazer os alunos discutirem determinados assuntos, sem qualquer embasamento.

Assim, qualquer tentativa de trazer a filosofia para o mundo dos jovens deve ser aplaudida. Já houve alguns exemplos notáveis, como o Filosofando (de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins), ou O mundo de Sofia (de Jostein Gaarder), e agora temos mais um exemplo. Trata-se de Filosofia para adolescentes, de Yves Michaud (Escala Educacional, 2007, 134 págs.).

Yves Michaud é filósofo, professor de Filosofia da Universidade de Rouen, ex-diretor da École Nationele de Beaux Arts de Paris. Ele maneja bem o assunto, mas faz abordagem diferente de livros predecessores, como O mundo de Sofia. Em vez de apresentar o assunto através de uma história da filosofia, Michaud prefere dividir o livro em temas de interesse dos jovens. São reflexões filosóficas do tipo "Por que precisamos de amor?", "Será a morte o fim de tudo?", "Somos livres?", "Pode a ciência explicar tudo?".

Cada capítulo inicia com um diálogo entre o autor e um grupo de adolescentes sobre o assunto em questão. É um ponto positivo, já que o volume parece ser direcionado a objetivos didáticos. A mesma discussão que o filósofo estabelece com os jovens pode ser travada em sala de aula, entre professor e alunos. Para tornar a leitura mais agradável, o texto é entremeado de ilustrações cômicas (de autoria de Manu Boisteau) e de boxes com notas sobre filósofos famosos. O recurso dos boxes permite aprofundar os temas, dando um embasamento sobre o que se está lendo. Espera-se que o leitor fique curioso e decida conhecer melhor o filósofo e suas idéias sobre o tema em reflexão no capítulo.

O livro seria todo excelente, uma ótima introdução para quem está dando os primeiros passos no assunto, não fossem por alguns pequenos detalhes. Não há, por exemplo, nenhuma informação biográfica sobre o autor. Além disso, o volume peca na revisão. Há erros bobos de digitação, como "engrançada" no lugar de "engraçada".

A capa também não parece muito chamativa para um livro que se pretende direcionado aos jovens.

Colocando na balança, os pontos positivos pesam mais que os pontos negativos. Filosofia para adolescentes pode ser uma boa introdução ao mostrar que a reflexão filosófica pode ser usada em assuntos de interesse dos jovens.

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Postado por Gian Danton
20/3/2008 às 10h47

 
Sóbrio, discreto e cauto

Um poema de verdade é uma coisa rara. Pode-se passar uma vida para escrever um único. Escrever poesia é dificílimo e não tem nada que ver com a atual enxurrada de livros de versos, com desenhos de emoções que, embora possam ser sinceras em quem os compôs, nesses pretensos poemas se revelam falsas ou imitadas. A má poesia afasta dos leitores a boa poesia. Causa confusão e fastio. Cada um de nós que fazemos versos deveria pôr em dúvida o que escrever e ser sóbrio, discreto e cauto.

Alberto da Costa e Silva, no Rascunho (porque eu sempre desconfiei dos falsos poetas de boteco, agora internéticos...)

[2 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
20/3/2008 à 00h01

 
Resposta a Ademir Assunção

Caro Julio,

Recebo com frequência seu
Digestivo Cultural e já notei, em diversas ocasiões, que você é um crítico das idéias do Movimento Literatura Urgente. Como um jornalista munido de espí­rito democrático, tenho certeza que é seu caso, talvez fosse interessante ouvir o "outro lado".

Talvez você não saiba mas também sou jornalista. Já fui editor de polí­tica na
Folha de Londrina, pauteiro da "Ilustrada", repórter e redator do "Caderno 2" do Estado de São Paulo, repórter da Jornal da Tarde, da Revista Veja São Paulo, enfim, de alguns dos grandes jornais de São Paulo e do Brasil. Atualmente sou editor da revista literária Coyote, que talvez você conheça. Além disso, sou poeta, com cinco livros publicados (três de poesia, um de contos e um romance).

Estou completamente convicto da legitimidade das propostas e reivindicações do Movimento Literatura Urgente — embora, no momento, não tenha muito tempo de continuar nessa militância, pois estou envolvido com projetos pessoais.

E se você tiver interesse em conhecer melhor o Movimento, estou a disposição para qualquer esclarecimento. Pode perguntar o que quiser, pois, repito, estou convicto de nossas propostas. Talvez seja interessante levar aos seus leitores a visão do "outro lado", para que eles tirem suas próprias conclusões.

Cordialmente,

Ademir Assunção, por
e-mail

* * *

Olá, Ademir, tudo bem?

Bom, antes de começar, vale dizer que, pessoalmente, não tenho nada contra você, nem contra o seu trabalho como jornalista ou, ainda, algo contra a sua obra como escritor... Em mais de cinco anos recebendo livros de editoras, é bem possível que eu já tenha cruzado com alguma produção sua, mas confesso que não me chamou a atenção (senão já teria escrito sobre).

Agradeço o elogio à minha postura democrática e reforço que, justamente por causa dela, talvez minhas opiniões, sobre o Movimento Literatura Urgente (MLU), não sejam as únicas no site; talvez predominantes (em número), mas nunca impostas de minha parte. Todos, no Digestivo, são livres para escrever e, inclusive, temos signatários do Literatura Urgente entre nossos Colaboradores...

Portanto, ainda antes de entrar nas questões específicas do MLU, respondo que os Leitores do Digestivo Cultural têm, sim, a oportunidade de "conhecer o outro lado". Tanto pelo "lado" dos demais Colaboradores do Digestivo (são algumas centenas já; fora os milhares de Comentadores), quanto pelos links dirigidos a vocês, que faço questão de colocar toda vez que menciono ao Literatura Urgente.

Logo, entendo a sua preocupação, mas, além de achar que não ignoramos o "outro lado", me incomoda o fato de vocês, num espírito típico da "Geração 90", perseguirem a unanimidade. O Movimento Literatura Urgente, felizmente, não é unânime, e nem nunca será unânime (pelo bem da democracia, aliás). Assim sendo, penso que tenho o direito de criticar e de tirar as minhas próprias conclusões. Sempre.

Entrando, agora, nas minhas discordâncias, são basicamente três (como já expus, de uma maneira ou de outra, em diversas ocasiões): 1) não acho que escritores, quaisquer, devam ser sustentados/remunerados pelo estado; 2) não acredito que a literatura, como arte, se beneficie desse tipo de procedimento; 3) não sinto que a Geração 90 esteja habilitada, literariamente até, para falar em nome dos escritores do Brasil, nem para dirigir esse tipo de movimento e nem, muito menos, para representar a "classe" de alguma forma.

Não sei se estou disposto a entrar nos pormenores de cada item. É, no caso de 1 e 2, uma questão de convicção. E no caso de 3, uma questão de avaliação — pelo que li da Geração 90, por exemplo. Não espero que escritores brasileiros deixem de ser sustentados/remunerados pelo governo (só por causa do que eu escrevi), nem que a Geração 90 deixe de querer "liderar", digamos assim, os escritores contemporâneos, mas posso expressar sempre a minha discordância. Não posso?

Agradeço a deferência, mas continuo defendendo a minha posição (e a do Digestivo).

Um abraço cordial,

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Postado por Julio Daio Borges
19/3/2008 à 00h16

 
Carne Viva de Francis (trecho)

"Mas ali, em Saint Germain, Guerra se deixou envolver pelo paradisíaco. Viu um velho deblaterando. Perguntou a um garoto quem era. 'Sartre', respondeu. 'E como fala. Pedimos a ele que fosse breve, e não pára de falar. Marguerite Duras passou por aqui há pouco. Estava uma onça porque não conseguiu placer un mot, ela reclamou, por causa da verborréia de Sartre.' Guerra espiou melhor Sartre, nanico, de terno e gravata, mecha de cabelo caindo sobre a testa [...]. Impossível ouvir. A platéia não parecia prestar muita atenção. Um casal se acariciava ao alcance do cuspe de Sartre, e a moça ajeitou o cabelo do rapaz; ele beijou seu pescoço, esquecidos do mundo."

Paulo Francis, em Carne Viva, romance inédito.

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Postado por Julio Daio Borges
18/3/2008 à 00h17

 
$0.00: The Future of Busines

The rise of "freeconomics" is being driven by the underlying technologies that power the Web. Just as Moore's law dictates that a unit of processing power halves in price every 18 months, the price of bandwidth and storage is dropping even faster. Which is to say, the trend lines that determine the cost of doing business online all point the same way: to zero.

* * *

In a sense, what the Web represents is the extension of the media business model to industries of all sorts. This is not simply the notion that advertising will pay for everything. There are dozens of ways that media companies make money around free content, from selling information about consumers to brand licensing, "value-added" subscriptions, and direct ecommerce (...). Now an entire ecosystem of Web companies is growing up around the same set of models.

* * *

From Freecycle (free secondhand goods for anyone who will take them away) to Wikipedia, we are discovering that money isn't the only motivator. Altruism has always existed, but the Web gives it a platform where the actions of individuals can have global impact. In a sense, zero-cost distribution has turned sharing into an industry.(...)

Chris "Long Tail" Anderson, anunciando seu novo livro, na Wired

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Postado por Julio Daio Borges
17/3/2008 à 00h45

 
Processo de Eliminação

As empresas — principalmente as grandes, que atraem mais interessados — estão tentando administrar uma situação que é característica do século XXI: uma enxurrada de currículos para poucas vagas disponíveis. Então, o que um dia foi chamado de "processo de seleção" acabou se transformando em "processo de eliminação".

Ao receber os currículos, as empresas começam eliminando os candidatos que não têm curso superior. Depois, entre os que têm, eliminam os que não se formaram em uma instituição de renome. Em seguida, peneiram os que não possuem MBA ou qualificações adicionais consideradas indispensáveis, como inglês fluente e conhecimentos de informática. Mesmo assim, sobram dezenas de candidatos para uma vaga.

O passo seguinte é partir para a avaliação comportamental. Há casos de "dinâmicas de grupo" que se tornaram folclóricas: entender como, exatamente, carregar um ovo numa colher, escolher a frase que constará em sua lápide, ou decidir que bicho gostaria de ser, poderá ter qualquer influência no desempenho profissional...

Porém — excessos à parte — a verdade é que um cargo absolutamente normal — caixa de banco, por exemplo — requeria 3 mil horas de estudo, na década de 1970 (o dito "ginasial completo"). Hoje, para a mesma função — e para um salário equivalente ao de 30 anos atrás — são necessárias 11 mil horas. Não porque as empresas decidiram que seria assim, mas porque os postulantes às vagas se mostraram dispostos a aceitá-las, mesmos sabendo que sua escolaridade vai muito além dos pré-requisitos para o desempenho da função.

Em resumo, o funil ficou muito mais estreito. Nunca tivemos tantos jovens tão bem formados, e, proporcionalmente, nunca tivemos tão poucas vagas para jovens bem formados.

Max Gehringer, na Revista da ESPM (porque, desde que me formei, desconfiei disso, mas é a primeira vez que vejo alguém admitir com todas as letras...).

[2 Comentário(s)]

Postado por Julio Daio Borges
14/3/2008 à 00h52

 
Cafajeste!

Mulheres que chamam homens de cafajeste. Será que elas pensam que nos importamos? Será que elas pensam estar agredindo? Nunca ouvi falar de homem que tenha caído em depressão por ser chamado de cafajeste. Ou que teve sua imagem maculada por causa disso. Ao contrário. Basta uma mulher gritar "cafajeste" a um homem para que outras cinco ou seis mulheres se interessem por ele imediatamente.

Alaúza, no seu blog, que linca pra nós.

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Postado por Julio Daio Borges
13/3/2008 à 00h02

 
O Cabotino reloaded

Eu há muito tempo estou querendo escrever sobre este livro que andei renegando. Foram quatro anos de auto-desprezo. Por vários motivos. O mais importante deles — e quem é meu leitor há tempos já deve ter percebido isso — é que eu não sou mais aquele autor. Não sou há tempos. Para ser sincero, às vezes me pergunto se era quando pus o ponto-final no livro. Desconfio que não.

* * *

O mais interessante do livro diz respeito à minha obsessão com a problema da literatura como forma de auto-afirmação social. É um fenômeno extremamente interessante que, acho, ainda não foi estudado a fundo nem por críticos literários nem por antropólogos e psicólogos. É algo tão entranhado nas engrenagens da literatura que a maioria das pessoas sequer o percebe. Lendo a biografia de Joaquim Nabuco, por exemplo, fico abismado com a relação absolutamente simbiótica entre literatura e afirmação social.

* * *

Penso em, um dia, escrever uma espécie de continuação de O Cabotino. Mas não seria mais um "guia de anti-ajuda", e sim uma autobiografia literária. Acho que vivi algumas coisas extremamente interessantes neste meio e gostaria de deixar estas memórias registradas. Mas antes de fazer isso é preciso estar completamente sereno em relação ao passado como crítico e persona non grata da literatura brasileira. Não falta muito para chegar a este ponto — felizmente.

Paulo Polzonoff Jr, que pôs O Cabotino de volta na praça, em PDF.

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Postado por Julio Daio Borges
12/3/2008 à 00h49

 
Curso sobre crítica musical

Neste final de semana, o Espaço da Revista Cult vai abrigar jornalistas, críticos musicais e músicos, como Sérgio Dias (Os Mutantes) e Zeca Baleiro para aulas e palestras sobre a crítica musical. O curso conta com um time de primeira para falar sobre o assunto e acontecerá ao longo do sábado e do domingo (dias 15 e 16 de março).

No sábado, os alunos vão ter aula com os críticos Sérgio Martins (Veja), Jotabê Medeiros (O Estado de S. Paulo), Ademir Correa e Pablo Miyazawa (editores da revista Rolling Stone no Brasil). Já no domingo, os palestrantes serão Mariana "Piky" Levy Candeias (assessora de imprensa da área musical), Pedro Alexandre Sanches (Carta Capital) e o maestro Abel Rocha.

O desfecho do curso será bem interessante. Sérgio Dias e Zeca Baleiro serão entrevistados pelos alunos do curso, com auxílio e orientação do jornalista Filipe Luna, editor da revista Cult e também colaborador do site Radiola Urbana.

Para ir além
Espaço da Revista Cult

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Postado por Débora Costa e Silva
11/3/2008 às 10h41

 
Lenny Kravitz paz e amor

Um retorno às raízes muitas vezes é crucial em uma carreira. Depois de saborear o sucesso (e os excessos), é importante um artista fazer uma releitura de si mesmo, nos tempos em que não havia flashes de câmeras nem groupies ― só ele e seu sonho. E, da mesma maneira que essa reviravolta pode revigorá-lo, deixa exposto aquele auge que ficou para trás. It's time for a love revolution, oitavo álbum de estúdio do americano Lenny Kravitz chega para, mais uma vez, comprovar esta tese.

Como de costume, ele assume todas as funções no disco. Algumas composições têm a tímida co-autoria do guitarrista Craig Ross (seu parceiro de longa data). Fora isso, é 99% Lenny, como letrista, produtor, arranjador e ainda tocando todos os instrumentos. Depois de algumas incursões na música eletrônica ― algumas bem sucedidas como em 5 (1998) e outras nem tanto, como em Baptism (2004) ― Kravitz volta ao som cru, de batida retrô e mensagens pacifistas, que remetem o ouvinte ao seu primeiro disco, Let love rule (1989).

E revisitar-se musicalmente, para Lenny Kravitz, significa ressoar suas maiores influências do classic rock de fins dos anos 1960 e começo dos 70, emulando seus principais heróis. "Bring it on" e "Will you marry me" é Led Zeppelin até a última nota. A influência stoneana aparece em "Dancin' till dawn" e fica praticamente impossível não imaginá-la na voz de Mick Jagger. A mensagem anti-guerra de "Back in Vietnam" evoca Jimi Hendrix e a contracultura hippie. A influência da black music fica evidente na funkeada "Love love love", em que ele soa como um James Brown roqueiro.

Aos mais saudosistas It's time for a love revolution agradará, pois muito do que se encontra aqui lembra aquele Lenny Kravitz dos primórdios, porém sem aquela mesma paixão e inspiração, típica de quem está sedento pelo estrelato. Mas, mesmo impossíveis de se reviver completamente, os velhos tempos ainda podem ser festejados.

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Postado por Diogo Salles
11/3/2008 às 10h18

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