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Sexta-feira, 26/6/2009
Ribeirão Preto e a Literatura
+ de 2100 Acessos

Teve início, no dia 18 de junho, a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. Em sua nona edição, irá se estender por dez dias, reunindo milhares de livros e muitos convidados especiais, como promete o programa, disponível no site do evento e no folheto de sessenta e uma páginas, fartamente distribuído no local.

Shakespeare, na cena do balcão de Romeu e Julieta, põe em questão o problema do nome. A rosa ainda seria uma rosa, exalaria idêntico perfume, se, por qualquer acaso, ficasse escondida atrás de outro nome? A Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto nomeia-se uma feira de livros. Deve ficar registrado, porém, que é mais do que isso.


José Miguel Wisnik

O evento vai bem além, ao incluir na programação muitas apresentações musicais de diferentes gêneros, do erudito (como foi o concerto do dia 19, no Teatro Pedro II, em que a Sinfônica local acompanhou os cantores líricos Fernando Portari e Rosana Lamossa) ao folclórico (músicas e danças populares chilenas, interpretadas pelo conjunto Raices de Chile, no dia 21). No meio desses dois dias, na tarde ensolarada de sábado, dia 20, o público foi presenteado com uma apresentação musical de José Miguel Wisnik ― brilhante encontro de música e literatura ― para mais tarde deleitar-se com outro show encerrando a noite; desta vez, de Adriana Calcanhotto.

Reafirmando essa tendência multimídia, várias sessões diárias e gratuitas de cinema e de teatro. Na seleção de filmes, a preferência foi dada àqueles baseados em livros, sem limites de estilo: de Ensaio sobre a Cegueira a Marley e Eu. Nas peças teatrais, privilegiou-se o gênero infantil.

O livro é a peça central que articula essa ciranda de shows de música, canto e dança e de sessões de teatro e cinema. E quando se fala em livro está implícito falar-se de autores. Para aproximar os presentes a estes últimos, foram concebidos o Salão de Ideias, projetado para uma audiência maior, e o Café Filosófico, mais intimista. Intercalados, foram programados para ocorrer a cada espaço de hora, diariamente, a partir das 10 da manhã, com pausas para as apresentações musicais. Para os apaixonados pela literatura ou interessados no ofício de escrever, a impressão seria comparável a de um grande buffet. Com pratos para todos os gostos, do hit voltado para o público teen Thalita Rebouças (Fala sério, mãe, Fala sério, professor, Fala sério, amor, entre outros) ao bem humorado engenheiro cubano Tirso Sáenz, antigo Ministro de Desenvolvimento e Tecnologia de Cuba, discorrendo sobre seu livro O ministro Che Guevara.


Thalita Rebouças e uma fã

Thalita incorpora de modo natural a adolescente descolada que conseguiu chegar lá. Permitiu que a jovem assistência, delirante, nela se projetasse, dando certeza (ainda que momentânea) de que um dia chegarão lá. Marketing? Pode até ser. Comovente, porém, ouvir as vozezinhas da plateia, estalando de novas, agradecendo à escritora por ter escrito textos tão cheios de verdades, que as auxiliaram a entender melhor a si mesmas e ao mundo. Sucesso retumbante.

Sucesso parecido tiveram os bate-papos com Adriana Calcanhotto e José Miguel Wisnik, que, no dia seguinte às apresentações musicais, voltaram para conversar sobre suas obras. Calcanhotto discorreu sobre Saga Lusa (relato sobre o surto psicótico que se abateu sobre a cantora durante uma turnê por Portugal), enquanto Wisnik mostrou, de forma leve e incrivelmente acessível, sua cultura e inteligência, comentando seu livro mais recente, Veneno Remédio ― O futebol e o Brasil.

O interesse que os presentes demonstravam em todos esses encontros parece por em cheque a afirmação de Baudelaire, feita em seu Pequenos poemas em prosa, segundo a qual o poeta perdeu sua auréola: ainda há rastros de divindade em quem sabe contar bem uma boa história.

No quesito ofertas de livro, o evento não contou com stands das grandes editoras comerciais. As tendas montadas pelas livrarias locais ofereciam, além das obviedades das listas de mais vendidos, obras dos escritores convidados tanto para o Salão de Ideias como para o Café Filosófico. A quebra da rotina ficou por conta do comparecimento das editoras ligadas ao governo, cujos livros são difíceis de adquirir fora do local de edição. Foi o caso da tenda da Fundação Alexandre Gusmão, de Brasília, com obras de qualidade sobre temas ligados a Relações Internacionais; da Fundação Biblioteca Nacional, do Rio de Janeiro, com seus volumes ilustrados e esmerados fac-símiles de obras de seu acervo; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Editora Universidade de São Paulo (EDUSP) e da Editora da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP, a única a oferecer descontos significativos sobre preços já remarcados).

Já na bem vasta programação do evento, tendo como alvo a formação de novos leitores, foram incluídas atividades promovidas pela Fundação Palavra Mágica, organizadora de uma série de oficinas de escrita e de leitura, voltadas para crianças e adolescentes.

A Feira de Livros de Ribeirão Preto ― a segunda maior da espécie, a céu aberto, perdendo apenas para a feira de Porto Alegre ― pode, de alguma forma, ficar em dívida com as congêneres que lhe estão próximas no tempo: o Festival da Mantiqueira (Diálogos com a Literatura), que ocorreu, pelo segundo ano consecutivo, em São Francisco Xavier, no último fim-de-semana de maio, e a Festa Literária Internacional de Paraty, a famosa FLIP, aguardada para o início de julho. A Feira de Ribeirão, embora conte com uma lista expressiva de patrocinadores, não é nem tão sofisticada nem internacional como esta última. Por outro lado, o cenário em que acontece e o público que atrai não a deixa tão cozy como aquela primeira. Talvez seja, no entanto, a que mais chegue perto do real propósito desse tipo de realização: disseminar de modo inclusivo o hábito e o prazer da leitura.

Nota do Editor
Eugenia Zerbini, escritora, vencedora do Prêmio SESC Literatura com seu romance de estreia, As netas da Ema (Record, 2005). Tem contos publicados no jornal literário Rascunho, revista Cult e blog do caderno "Prosa e Verso", do jornal O Globo.


Postado por Eugenia Zerbini
Em 26/6/2009 às 11h09

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