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Sábado, 30/11/2013
Coincidencias de um ex Soldat
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Um concerto diferente, reunindo peças para violino e piano, encerrou a temporada 2013 da série "Música de Câmera" da Sociedade de Cultura Artística. Diferente, por quê? O astro da noite foi o violino por meio do qual a violinista, a norte-americana Rachel Barton Pine, mostrou sua arte. Um instrumento criado em 1742, por Guiseppe Guarneri del Gesù (o afamado luthier de Cremona). No meio musical , o instrumento é conhecido como o "ex Soldat", porque no século XIX pertenceu à Marie Soldat (1863-1955), violinista austríaca. Aluna de Johannes Brahams (1833-1897), diferenciou-se no marasmo a que eram destinadas as mulheres de sua época. O próprio Brahams, em face do talento e do preparo da aluna, é quem fez a indicação da compra desse violino à família Marie.

Interpretando, pois bem, um "ex Soldat" e acompanhada pelo pianista Matthew Hagle, seu conterrâneo, Ms. Pine escolheu um programa que, segundo as próprias palavras da artista, começou com a elegância francesa e terminou com o fogo espanhol. Referiu-se, assim, à sonata para violino e piano em lá maior, de Cesar Frank (1822-1890), e à Fantasia Carmen, de autoria de Pablo de Sarasate (1844-1908) (transcrição para violino de trechos da ópera Carmen, de Bizet). No meio desse sanduíche, cinco canções de ninar, de diferentes autores dos séculos XIX e XX. Entre elas, uma das cinco canções de Brahams, que, por uma dessas coincidências, deve tê-la tocado no "ex Soldat", hoje nas mãos de Rachel Pine.

A sonata de Cesar Frank, como sabem os aficionados por Marcel Proust, serviu de modelo para a sonata do ficcional compositor Vanteuil, um dos personagens do Em busca do tempo perdido, tema melódico do casal Charles Swan e Odette de Crécy:

"No ano anterior, numa reunião, ouvira uma obra para piano e violino. Primeiro, só lhe agradara a qualidade material dos sons empregados pelos instrumentos. E depois fora um grande prazer quando, por baixo da linha do violino, tênue, resistente, densa e dominante, vira de súbito tentar erguer-se num líquido marulho, a massa da parte do piano, multiforme, indivisa, plana e entrechocada como a malva agitação das ondas que o luar encanta e bemoliza".

Por outra coincidência (será que elas existem, mesmo?), neste novembro comemorou-se o centenário da edição de No caminho de Swan, o primeiro dos sete volumes que integram o Em busca do tempo perdido.

Nessa sonata, tanto Rachel Barton Pine como Matthew Hagle deram conta do recado. Ela mais do que ele. E seu "ex Soldat" mais que os dois, com sua cor caramelada e voz aveludada de contralto, dando o máximo em seus graves melodiosos.

Os lullabies tocados na sequência aproximaram-se do afeto do público, quem sabe mais pelo destaque que ocupam na conjuntura de vida da violinista — mãe de uma menina de dois anos, Sylvia. Por fim, a fantasia sobre os temas da Carmen foi veículo para o show de virtuosismo da violinista, deixando a platéia sem fôlego, como diante de uma queima de fogos de artifício.

Colocando ponto final na jornada de 2013 dos concertos "Música de Câmara" da Sociedade Cultura Artística, Rachel Pine ofereceu um extra ao público entusiasmado: La ronde de lutiens, de Antonio Bazzini, quase concluindo um ciclo de coincidências. O violinista e compositor Bazzini (1818-1897), aluno de Paganini, foi dono do "ex Soldat", antes que ele chegasse às mãos da aluna de Brahams.

Para receber a programação da temporada de 2014 do ciclo "Música de Câmera" da Sociedade Cultura Artística, basta cadastrar-se no site, lembrando que as apresentações têm lugar no Teatro Cultura Artística Itaim (Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830, São Paulo), sendo antecedidas por bate-papo delicioso entre os músicos e a jornalista Gioconda Bordon.

Na sequência, o primeiro movimento da sonata em lá maior para violino e piano de César Frank (alegretto bem moderato), na interpretação de Isaac Stern e Jean Bernard Pommier. Concluindo um ciclo de coincidências: Stern elegeu como seu instrumento um Guarneri Ysaÿe — criação de Guiseppe Guarneri del Gesú (da mesma forma que o "ex Soldat"), assim nomeado por ter pertencido a Eugène Ysaÿe (1858-1931), violonista a quem Cesar Frank ofereceu a sonata proustiana, como presente de casamento. Ysaÿe, por sua vez, o compositor de uma das canções de ninar interpretadas por Rachel Pine.





Postado por Eugenia Zerbini
Em 30/11/2013 às 12h23

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