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Segunda-feira, 23/12/2002
Literatura em 2002

Julio Daio Borges




Digestivo nº 113 >>> O ano de 2002 abriu com o relançamento das obras completas, e fundamentais, de Guimarães Rosa, pela Nova Fronteira. Grandes prosadores da língua, de ontem e de hoje, marcaram presença com novidades e reedições. Nélson Rodrigues foi contemplado com o seu "Baú", pela Companhia das Letras, que trouxe "Não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo", "A Mentira", "Profeta Tricolor: os cem anos de Fluminense" e "Pouco amor não é amor". Ainda pela editora de Luiz Schwarz, tivemos o novo livro do mestre da narrativa curta, Rubem Fonseca: "Pequenas Criaturas". Dalton Trevisan, pela Record, sem muito alarde, teve o seu "Pico na Veia" lançado, brindando-nos com mais de duzentos instantâneos de lucidez. Já a editora Globo iniciou a desova da produção de Hilda Hilst, inicialmente "A Obscena Senhora D" e "Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão", em caprichosas edições para colecionador. Ariano Suassuna, por sua vez, mereceu especial atenção da José Olympio, partindo de "O Casamento Suspeitoso" e "O Santo e a Porca", e chegando às livrarias com todo o seu teatro reencapado. 2002, no Brasil, foi também ano de Bienal do Livro e da controversa eleição de Paulo Coelho para a Academia Brasileira de Letras. No que se refere a autores internacionais, um dos acontecimentos mais vultuosos na Terra Brasilis foi a tradução e a publicação de "Nenhuma Paixão Desperdiçada", do eminente crítico George Steiner. O jornalismo de reportagem mereceu a coleção "Jornalismo Literário", da Companhia das Letras, que abriu com o imperdível "Hiroshima", de John Hersey. Mostrando que a produção nacional no gênero não faz feio, Sérgio Dávila registrou seu testemunho do 11 de setembro em "Nova York - Antes e depois do atentado". Tom Wolfe esteve entre nós, com "Ficar ou não ficar", sempre estimulante, e E.B. White veio dar lições de estilo com "Aqui está Nova York". Hemingway, mestre dos diálogos de Lobato, deu as caras por meio da Bertrand Brasil, começando de "Adeus às armas". Kafka, de seu canto, mandou outro clássico pelo prestimoso portador Modesto Carone: "Narrativas do Espólio". E lá da Antiguidade, Plutarco, com "Alexandre e César", em iniciativa da Ediouro. 2002 fecha com a promessa das Ilusões Armadas (e de Elio Gaspari) de balançar as estruturas [mesmo para quem ainda não leu e só se manifesta a respeito em 2003...].
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