Li certa vez que Fome de Viver (The Hunger) era um dos trabalhos de que Tony Scott mais se orgulhava. Isso porque ele se identificava com o clima sombrio do filme, dizia que toda aquela cavernosidade tinha mais a ver com sua persona. Filmes como Top Gun, entre outros, só caíram em suas mãos devido a seu talento para realizar cenas de ação. Depois de Fome de Viver, sucesso de crítica, mas um fracasso de público, teve de voltar à publicidade, especializando-se em filmar esportes radicias. Daí ter sido chamado para Top Gun, que voltou a projetá-lo.
Assisti Fome de Viver em 1983, aos 12 anos de idade, numa fita de vídeo-cassete pirata alugada em Moema. (Já comentei sobre essa locadora.) Eu era fã de filmes de vampiro, Drácula era meu herói, desprezava Batman - afinal, este era um homem morcego que não mordia moças bonitas -, e esse filme de Tony Scott, com David Bowie e Catherine Deneuve, me impressionou tremendamente. Seus vampiros não tinham caninos grandes, tinham, sim, uma doença degenerativa que só era aplacada quando bebiam sangue humano. Um filme sinistro. Que eu curti muito.