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Terça-feira, 2/8/2005
Alguns...
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Julio, admira-me ver a calma com que você projeta determinadas questões. E calma faz bem. Não sei se lhe adivinho certa fleuma, que tanta falta me faz, ou se você é dessas pessoas que obtiveram, através sabe-se lá de que batalhas e ou dádivas, uma têmpera que chega a ser imprescindível para um juízo crítico. Bem, dada a distância que nos separa (ainda nos conhecemos bem pouco), a objetividade inerente à natureza do seu trabalho, com tantos elementos reticentes, aporto-me ao texto que li sobre os novos escritores, escrivinhadores da internet; e embasado estou, meu amigo, em tema cujo fogo se propaga para tantos, para tão múltiplas direções, que me é necessário, Julio, atentar para determinadas passagens do texto, que retenho (em essência) na memória.

Que pontos seriam esses, Julio? A incandescência máxima, de arrasar esta Nova Roma em que vivemos —e internéticos prometeus e neros vagam pela rede—, encontra-se a meu ver no tocante à necessidade da escrita, e nos desdobramentos de tudo isso. Quando você se refere ao fato de que escrever —e aqui me permito extrapolar para tudo o que possa ser criado, em qualquer linguagem—, alivia, e como alivia!, você está indo ao ponto crucial do texto e das artes contemporâneas. Note, Julio, que ultimamente as coisas mais divulgadas pelo mercado, principalmente no âmbito da indústria fonográfica, possuem conotativos que nem diria autobiográficos, mas auto-exultantes. Para quem se refere com frequência a Nietzsche, e com aparente simpatia (eu também gosto de muita coisa em Nietzsche), acho que não é nem um pouco difícil a apreensão de todo um processo que teve em Salvador Dalí o seu ápice, para atingir esse território para lá de caótico, nos melhores e piores sentidos do termo.

Salvador Dalí logrou o maior êxito único da História Da Arte, certamente não apenas por seus dotes pictóricos, mas por alguma grandeza deles, aliada a uma coragem que só um louco de pedra absurdamente inteligente conseguiria. Caetano, a versão brasileira desse doidíssimo catalão, conseguiu algumas proezas, todas elas fortemente resguardadas por uma estrutura teórica bem flácida. Mas teve o mérito tremendo de superar tantas limitações circunstanciais do nosso modernismo, concretismo, e do próprio tropicalismo, por que não? (rs). Estou dizendo tudo isso, Julio, não apenas porque penso isso, mas por tais questões estarem subjacentes aos pontos que você levantou de maneira abrangente, descontraída, e reivindicando chamas. O que se oculta por detrás das situações de mercado, parece-me algo a clamar respostas urgentes.

Eu lhe pergunto assim, na lata: vocâ acredita que existam pessoas necessitadas de arte, no mundo atual? Se existirem, quem seriam elas, e que tipo de arte desejam? Bach? Edgar Allan Poe? Dalton Trevisan?... Música? Poesia? Qual o tênue fio que separa a democratização da cultura da cretinização absoluta de gente que, pela primeira vez na história, está tendo a chance real de se expressar? Imanência, Transcendência... Ainda há muito o que transcender? Não, sei, não sei, mas (rs)... o inesgotável ultra-pessoal não estará sendo quase totalmente negligenciado? E em que medida ele seria assimilável, suportável, aceitável, nestes dias, nestas sociedades?

O que estamos vivenciando não é exatamente o reverso individualista proposto por Nietzsche, com um egotismo intensamente superficial, que obstrui o acesso a qualquer individualidade real? Cada vez mais escritores, mais compositores, mais pintores, concordo. Mas, Julio, imagine um artista intensamente comprometido com a continuidade de sua arte, de sua linguagem, isolado, mas à perigosíssima luz que dela emana. Isso já pode ser sintoma de loucura (risões). Qual a chance de sua obra ser partilhada de outra forma, que não a mera contemplação, talvez até indelével, mas sempre, sempre Louca, uma vez que fora das órbitas culturais habitadas. Meu nego, sabe que por puro prazer, dor, êxtases e mais, cometo coisas que sinceramente me inibem. Não estou colocando nenhum valor-valor nessa colocação, simplesmente digo que se gravar parte dessa demência, isso cu$$$ta. Sei que vale a pena, mas dá um certo medo. Diga, Julio, o que você acha, desacha, do que estou lhe dizendo? Baccios!!!

Mário Montaut, por e-mail.


Postado por Julio Daio Borges
Em 2/8/2005 às 08h18

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