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Sábado, 15/8/2015
Imprudência
Angélica Amâncio
+ de 8300 Acessos

Vítor foi meu primeiro namorado, além de uma das pessoas mais adoráveis que já conheci. Com ele é que fui aos dois primeiros shows de rock da minha vida, ambos do Angra, banda brasileira que eu venerava na adolescência. Cada um dos concertos foi uma aventura à parte, mas o segundo teve mais adrenalina.
Era um sábado à tarde quando nós três - ele, meu irmão e eu - pegamos o ônibus de Três Corações para Varginha, onde encontraríamos o grupo com que iríamos em excursão para Pouso Alegre.
No caminho, da janela do ônibus, porém, o Vítor cismou ter visto a van que nos levaria ao espetáculo passar em sentido contrário ao nosso. Imediatamente, pedimos ao motorista para parar e descemos ali, no meio da estrada, sem absolutamente nenhum plano em mente. Pode parecer estranho, meus amigos, mas, naquela época, quase ninguém tinha celular e muito menos aplicativos que chamassem um táxi. Pasmem: nem Uber existia naqueles tempos.
O que já haviam inventado era o polegar e seu dom de pedir caronas. Foi o que fizemos, apavorados com a possibilidade de sermos deixados para trás, esquecidos naquela estrada deserta, longe demais das capitais e do concerto do Angra. Não sei dizer quanto tempo ficamos ali, mas, em dado momento, um homem parou para nós. (Parênteses: eu dava aula de Inglês em uma escola infantil, e o filho desse homem era um dos meus alunos preferidos, um menino de cabelo preto e olhos tristes, que havia perdido a mãe no ano anterior.) Ao ouvir a nossa história de desespero juvenil, ele decidiu nos ajudar a não perder o sonhado show em Pouso Alegre: saiu em alta velocidade até encontrarmos a van que, talvez, quem sabe, fosse a van que o Vítor tinha visto. Perseguimos o veículo, que estava mesmo cheio de pessoas vestidas de preto, mas que de Angra só conheciam a dos Reis - que, podia, quando muito, ser aquela balada da Legião Urbana. Elas devem ter ficado muito assustadas no momento em que nosso motorista-salvador cortou o carro deles para que pudéssemos nos certificar daquilo de que já tínhamos quase certeza: não era, definitivamente, a van da excursão.
O cara ainda fez a gentileza de retornar e percorrer novamente metade do trajeto para nos deixar no posto de gasolina mais próximo. Dali, o Vítor pôde telefonar, de um orelhão, para um dos únicos celulares existentes no sul de Minas, que era justamente o da amiga dele que organizara a excursão. O grupo sequer havia saído de Varginha, pois esperavam os três últimos passageiros, que ainda não tinham chegado de Três Corações... Encontraram-nos no posto de gasolina e pudemos seguir viagem. Houve mais aventura nesse dia, que contarei em outra oportunidade, para não perder o foco deste relato.
Ontem, no Mangabeiras, por volta das 13h30, eu saía do trabalho para dar uma aula - ou seja, saía do trabalho para ir trabalhar -, quando um taxista parou repentinamente à minha frente, no meio da rua, e perguntou: "Você está indo para a Avenida Bandeirantes? Quer uma carona, menina?" Antes que ele terminasse a segunda pergunta, eu já estava sentada no banco da frente, prendendo o cinto de segurança. Ele se espantou: "As mulheres em geral têm medo, mas..." Eu o interrompi: "Estou atrasada demais para ter medo, moço." E fui explicando que pegaria o 4108 na Praça da Bandeira, porque, teoricamente, em dez minutos, teria que estar no Funcionários. Fomos conversando, e eu já me preparava para lhe entregar uma contribuição financeira pela ajuda, quando ele avistou meu ônibus estacionado no ponto. "Seu ônibus, moça!!" Respondi, desanimada: "Não tem problema. Eu pego o próximo. Chego atrasada..." Ele acelerou: "Não, de jeito nenhum. Você vai pegar esse." Cortou o ônibus, buzinou, e o motorista, que já dava a partida, parou e abriu a porta para mim. Ainda deu tempo de acenar para o Sr. Geraldo - esse era o nome dele -, que me sorria de dentro do táxi, todo contente.
Sei que muitos anos e centenas de quilômetros separam as duas histórias. Mas fico feliz por continuar encontrando pessoas boas e motoristas imprudentes pelo meu caminho.
(14 de agosto de 2015).


Postado por Angélica Amâncio
Em 15/8/2015 às 08h03

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