El Topo, de Jodorowsky | Blog do Carvalhal

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Quarta-feira, 19/8/2015
El Topo, de Jodorowsky
Guilherme Carvalhal
+ de 2400 Acessos



O filme El Topo é claramente fruto de seu tempo. Lançado em 1970, época de psicodelia, revolta juvenil e questionamentos, esse longa traz toda a cara da contracultura. Não é à toa que John Lennon é um de seus mais conhecidos admiradores. El Topo (O Toupeira, em espanhol) é dirigido, roteirizado e atuado por Alejandro Jodorowsky, um autor altamente criativo e contestador. Trata-se de um filme de faroeste com um roteiro complexo e altamente instigante, repleto de metáforas e simbologias.

A história retrata El Topo, um pistoleiro ao melhor estilo dos filmes de faroeste. Ele atravessa uma longa jornada, dividida em três partes diferentes, em busca de iluminação. É essa a ideia do filme, que já é sugerida pelo seu título, já que toupeira é um animal que escava em busca da luz, mas que se cega quando encontra o sol.

Na primeira parte, um grupo de bandidos está torturando de todas as maneiras padres franciscanos. El Topo aparece com seu filho montado a cavalo para salvá-los, sendo que antes disso faz o garoto enterrar seus brinquedos, referência a um rito de passagem à maturidade. El Topo mata os bandidos e parte, deixando para trás seu filho junto aos Franciscanos.

A segunda parte, considerada a melhor do filme, retrata a busca de El Topo para tentar derrotar quatro mestres pistoleiros, desafio incentivado por Mara, mulher do Coronel que liderava os bandidos e que El Topo leva consigo. Nessa jornada ele se depara com pessoas bem melhores que ele no tiro e ele apenas consegue vencer à base de trapaça, aprendendo lições com cada um deles.

Na terceira parte, ele está preso em uma caverna com várias pessoas com deformidades. Ele consegue sair e reencontra seu filho. Os moradores da vila que os aprisionavam matam todos os deformados que saíram pelo túnel escavado por El Topo. Ele então pega um revólver para enfrentá-los, sendo baleados. Porém, ele se torna invulnerável aos tiros, mata todos os habitantes da vila e morre queimado.

Essa sinopse mostra uma analogia básica: a de um homem cruel que aos poucos vai se convertendo em alguém mais purificado. É a saída das trevas para a iluminação, porém não a iluminação do mito da caverna, do Platão, mas uma iluminação que remete a conceitos mais orientais. Essa iluminação como conceito transcendental se dá pelo final: El Topo se torna invulnerável e morre queimado, como se seu corpo alcançasse uma etapa superior de existência na qual não permaneceria mais entre seus até então iguais.

Essa obra inteira abarca uma quantidade muito grande de simbologias que incluem uma pedra emanando água à semelhança de um pênis ejaculando, o fato de que quanto mais habilidosos os mestes, pior a qualidade de suas armas (a ponto do último não ter nada além de uma rede de borboletas), ou então Mara ser disputada por ele e por uma outra mulher que se veste igual a El Topo. A própria ideia de encontrar mestres remete a sagas orientais, referindo aos portadores de uma sabedoria antiga.

O espectador pode esperar uma longa viagem repleta de criatividade e ideias um tanto quanto amalucadas, ainda que reflexivas. Jodorowsky é o tipo de artista que não tem medo de meter o dedo nas feridas e abusa das polêmicas, como uma cena repleta de coelhos mortos que deixaria ambientalistas de cabelo em pé hoje em dia.


Postado por Guilherme Carvalhal
Em 19/8/2015 às 20h22

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