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Quinta-feira,
31/3/2016
Meu amigo Sabiá
Raul Almeida
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Outro dia, enquanto caminhava pelas ruas de Icaraí, simpático bairro de classe média na cidade de Niterói, algo chamou minha atenção: Um enorme e lindo sabiá, cantando dentro de uma minúscula gaiola.
Mudei o foco das elucubrações que fazia, para tentar entender como ou qual é a personalidade de quem aprisiona pássaros. Quem é este indivíduo que aprisiona sabiás, coleiros do brejo, canários da terra, trinca-ferros, azulões, bicos de lacre?
É neste bairro quase exclusivo, adensado pelos prédios residenciais de médio e alto padrão, de poucas casas, muitos velhos, cachorros e crianças tal e qual Miami ou Venice que observo moradores, supostamente exclusivos, modernos, etc. e tal e suas varandas com pássaros engaiolados.
Que tipo de gente é essa? Que mal fez um sabiá laranjeira para ficar trancado numa gaiola minúscula, pouco maior do que o próprio animal? Que individuo é este que tem prazer em retirar da natureza uma criatura que nenhum mal lhe causa, que não é predador de nada, que canta, que não ataca ninguém, que não tem peçonha, que não cometeu delito nem tem culpa formada.
Os sabiás, canários, coleiros e curiós aprisionados são restos de um hábito estúpido absurdo e egoísta qual seja aprisionar aves para ouvir seu canto, impedir seu voo, e mostrar carinho perverso com uma criatura que estava livre, e agora está presa e indefesa.
Não adianta lei que não se cumpre. Não adianta nada se existem criadores e viveiristas que alimentam esta tara hedionda e absurda.
Os proprietários de aves engaioladas deveriam passar suas férias tal como fazem com suas vitimas, em jaulas mínimas onde os movimentos são tolhidos e limitados. Sem a companhia dos amigos, dos iguais, e a da natureza, sendo alimentados por um tratador que os obrigasse a cantar, a pular para lá e para cá para não engordar e sorrir quando alguém se aproximasse.
Quem sabe não mudariam de ideia.
Postado por Raul Almeida
Em
31/3/2016 às 08h51
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