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Sábado,
17/2/2024
Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
Raul Almeida
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Sem noção
Sem noção.
Os temas "governança global" e "o poder do Sul", (do planeta)
formado por excepcionais exemplos de competência reversa em
desenvolvimento humano, combate a fome, honestidade, qualidade
política , transparência democrática, e valores que tais, tem sido
o mote do Flagelo do Agreste quando discursa em seus périplos
desde a libertação da cadeia por erro de endereço do tribunal, e vitória na eleição de quem seria o menos rejeitado. Ganhou por " una cabeza" no páreo da antipatia ao adversário. MAS GANHOU! Suas falas para ninguém alem dos notorios frequentadores dos encontros e protocolos, beiram ao
ridículo. Quer sentar-se a mesa dos arcanos! Quer ser o mensageiro do renascer, nesse começo de milênio. Imagina uma nova versão da santa ceia, com os ditadores, déspotas, caudilhos e simples chefes tribais como apóstolos, esquecendo das suas próprias limitações. Dizer que o "seu" País tem um débito de 200 anos com, pasmem, um Continente, por conta de praticas generalizadas pelo Mundo durante a colonização é, alem de sua sabida fanfarroni
ce politica, um desrespeito ao Pais que não lhe pertence. O new deslumbrado pensa que está agradando com suas sandices copiadas, é claro, mas está, com tamanha estupidez , fomentando ódio, ignorância, politicagem, e contenciosos desnecessários com a comunidade mundial de verdade. A senilidade e o desvario, alem da purulência verbal só cria vergonha e espanto.Que o Nosso
Deus Verdadeiro e único proteja a nossa vida. Alguém tem que avisar ao pré decrépito que a farra vai acabar, de novo, e nem os endereços servirão de argumento para um novo perdão.
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Postado por Raul Almeida
17/2/2024 às 15h19
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Ícaro e Satã
Os mitos de Ícaro, filho de Dédalo, e Satã o Anjo caído, jamais poderiam encontrar-se, não fossem as analogias com a história recente do “País do Futuro”.
Um Ícaro moderno vestiu-se com asas aderidas com a cera de promessas douradas e brilhantes em busca de uma saída para um labirinto de absurdos, desmandos, corrupção e incompetência .
Uma voz bradante e altaneira, condutora ao caminho da luz, da honestidade, da retidão, da esperança de dias de prosperidade e justiça. Um discurso emocionado, indignado, valente, agressivo, tinturado de sinceridade.
Convenceu. Ganhou altitude, vibrou com o próprio feito, sobreviveu à morte. Apenas esqueceu-se do que eram feitas as suas asas. Penas de quimera, cera de inverdades. Cordões de algodão doce.
Satã, ainda cheirando aos odores da podridão das façanhas de seu passado de corrupto ativo e passivo, das “maracutaias” e desastradas indicações e recomendações ,consegue romper a barreira da luz diáfana da verdade e retornar, agora triunfante, ao topo da montanha, ponto de partida de Ícaro e suas inconsistentes narrativas antes de lançar-se ao abismo da realidade.
O sol dos fatos derreteu a cera mentirosa e desfez as asas daquele Ícaro transformado em mais um ser opaco, pesado, sem nada da sua própria maquiagem. Um tolo agressivo, inconsistente, comum e menor.
Satã, aproveitando a realidade sinistra que o beneficiou por tempos impensáveis, agora voltava a luzir tenebrosamente.
Começa a desencavar as múmias espectrais que já o acompanhavam em outros tempos, a ressuscitar ogros e heroínas tenebrosas dos horrores recentes, e retoma o covil perdido para Ícaro.
Agora as semelhanças estarrecedoras trazem a história para frente. Ícaro assim como Satã tem suas origens na roça. Foram lavradores, pertencem a grupos diferentes de famílias de lavradores. Apareceram no mundo em lugares separados. Tiveram o desenvolvimento de suas vidas de forma assimétrica, por razões, igualmente assimétricas. Ícaro pode ilustrar-se. Obter educação escolar, escolher e seguir uma Escola maiúscula, formadora de bons cidadãos e outros nem tanto, trilhar uma carreira profissional importante e complexa. Um seletor de inteligências.
Satã, ao contrário, percorreu caminhos duros e difíceis durante a juventude. A escola chegou bem tarde. O progresso urbano e social do qual Ícaro já desfrutava, demorou a gratificar o Anjo Caído. Entretanto, o caminho que lhe foi mostrado, levou a um grande destino. Experimentou o Mundo. Rapidamente, foi aprendendo tudo que viu e mais o que foi observando. Hábil, inteligente, habilidoso, aproveitou a rudeza como chame, característica sedutora, carismática. Chegou antes ao topo da montanha, embriagou-se com a altura, desatinou e, depois de alguns solavancos, e rolar encosta abaixo, retornou. Retomou aquela mesma montanha que Ícaro lhe havia tomado e, pouco tempo depois, iria lançar-se desvairadamente.
Outros tempos. As histórias, os mitos, as narrativas se repetem. Assim como os discursos das suas principais personagens.
Nada de novo
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Postado por Raul Almeida
8/2/2024 às 18h31
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Ser ou parecer
O conceito de vadiagem tomou ares poéticos, românticos, até divertidos. O que seria um ou uma vadio ou vadia? Ora, alguém que não tem ocupação,que não faz nada. Vai levando a vida sem rumo certo, sem compromisso, sem preocupações.
Diferente do desempregado, do incapacitado seja física ou tecnicamente, o vadio vai levando o seu quotidiano encarnando diversos personagens para conseguir o sustento e a moradia. A forma mais comum é a do pedinte. O mendigo que estabelece o valor do óbulo quando pede.
-Moço dá cinco reais para eu tomar um café ou para comprar uma quentinha ou,pede uma moeda. Essa figura, atualmente abundante nas nossas cidades, não tem mais de 30 anos de idade. Não tem profissão ou perdeu a referência do que é trabalhar. Perdeu a noção ou nunca teve, do que é ser um cidadão. Múltiplas razões o atiraram na calçada, na sarjeta, no limbo da sociedade. Acostumou-se assim, perdeu o azimute da vida. Muitos são viciados em drogas assassinas, álcool e cigarro aproveitado as "bitucas” catadas no lixo ou no chão. Dormem em qualquer lugar dentro de um universo geográfico que eles mesmo elegem. Um bairro por exemplo. Pode ser embaixo da marquise de um comércio, um canto no recuo dos prédios, um banco de praça, atirados ao chão em qualquer lugar, algo muito sinistro.
O segundo tipo é o mendigo profissional. Esse consagra um determinado ponto para estabelecer a sua “empresa”. As portas dos supermercados, igrejas. Lugares procurados pelos cidadãos para abastecer-se de comida ou conforto espiritual são muito visados. Tem metas a cumprir. Na região onde moro, ao conversar com os motoristas taxistas, fico sabendo que “aquela mulher que fica ao lado da porta do mercado, sentada no chão sobre folhas de jornal, só vai embora quando atinge uma determinada quantia, cerca de R$ 150,00". Quando está bom, perto dos dias de pagamento dos trabalhadores produtivos, aposentados, pensionistas, ela vai embora cedo. Lá para o meio do mês, vai ficando até ao fim da tarde. Sempre tem alguém que paga a “quentinha”, traz um pacote de biscoitos para as crianças. São três entre 2 e 5 anos de idade. Também recebe pacotes com mantimentos, que ficam ali no chão, encobertos com andrajos para não chamar a atenção.Nas imediações um homem, seu companheiro,dissimuladamente, observa se outro mendigo ou mendiga vem tentar dividir o ponto. Ele se encarrega de retirar os mantimentos quando a pilha fica um pouco indiscreta.Um outro habitué, colega do "marido” da moça frequentava o lugar com uma tornozeleira de bandido… Este sumiu. Chamava muito a atenção. A versão mais recente do pedinte é o "viciado nóia", consumidor de crack, cocaína, drogas alucinógenas que, erradamente, o noticiário chama de entorpecentes. Estes, perambulam, imundos, alterados ou, nos intervalos da loucura, compondo angustiantes cenas de horror. A variedade de personagens é vasta. Inúteis? Sobras sociais? Vítimas do destino ou da sociedade? Na verdade , são variantes do antigo Vadio. São vadios. Um novo tipo de vadio recebe uma denominação, não sei se hilária ou jocosa: Nem-Nem, significando que nem trabalham nem estudam. Vadios-parasitas das próprias famílias. Vagabundos com várias desculpas para sua infame condição de inúteis. Exploram pais, avós, tios, amigos, amantes, enfim, não dormem no chão, não passam fome nem admitem a humilhação da mendicância explícita, seja profissional ou acidental. Diversas castas desta modalidade de vadios podem ser percebidas, desde os mais pobres até os bem fornidos de recursos. Há quem tenha tudo do bom e do melhor.A família provém. Há os que ficam parasitando os mais prósperos, fazendo companhia, bajulando, participando dos séquitos e círculos dos, verdadeiramente, ricos. Sempre estão bem vestidos, simpáticos com os afortunados, arrogantes com a patuleia,e a criadagem, ou os desconhecidos, periféricos que estejam tentando entrar na turma.
A condição de vadio já foi infração comportamental, listada no Código Penal. Vadio ia conversar com o Delegado… A carteira profissional fazia parte dos documentos a serem carregados no bolso dos comuns. Vadio, vagabundo, malfeitor, bandido, etc., não era motivo de graça nem poesia. Agora os direitos mandam mais do que os deveres, logo o “direito de ser vagabundo, nem-nem, vadio, nóia, etc", é sagrado e serve para teses de sociologia, para a indústria da pobreza e caridade, e o cidadão comum que se vire.
Tempos modernos esses.
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Postado por Raul Almeida
4/2/2024 às 12h52
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O laticínio do demônio
Leite é o primeiro acontecimento na vida de qualquer mamífero, seja ele bípede ou quadrúpede, hirsuto ou pelado. Não tem erro. Saiu do ventre, seja lá de que espécie for, vai direto para o peito ou para as tetas. A Natureza assim definiu.
Vamos pensar na ideia da sobrevivência, onde a alimentação tem o mais sagrado e privilegiado lugar. Comemos para nos mantermos vivos, suficientemente fortes para viver o que o destino com seus acasos e fatalidades nos reserva a cada momento.
A evolução dotou os seres humanos de inteligência, a diferença magistral entre nós e os outros mamíferos, que continuaram dotados de instintos, às vezes confundidos com lapsos de inteligência e racionalidade. Entretanto, os animais não aproveitam as sobras da amamentação se e quando existem. Símios, equinos, caprinos, muares, suínos, enfim, não produzem queijo ou coalhada. Ah, mas como fariam? Sei lá. Conseguem armazenar sementes, frutos, carniça…
Nós humanos, descobrimos que o leite , mesmo quando azeda, segue sendo alimento, transformado em coalhada que pode virar queijo. E descobrimos muitas outras formas de conservar outros alimentos, evitando desperdício e provendo para momentos de escassez. Alimentos estragados que não estão estragados! Poderia ser um paradoxo, mas é um recurso, uma técnica, uma prática ancestral.
O paradoxo da virtualidade material,é uma outra circunstância visível em qualquer mapa-mundi.
Países, pátrias e nações são convenções. São resultado da concordância entre iguais humanos, quando se dispõem a resolver seus instintos animais, de posse, poder, similaridade biológica (parecidos uns com os outros) entre tantas outras questões.
As fronteiras são imaginadas e estabelecidas por seres humanos. Tudo ligado ao instinto da sobrevivência acrescido de valores outros que a tal evolução foi agregando.
O País é o Direito, o Poder, o Estatuto. A Pátria é a Paixão, a beleza, a natureza, a Terra primeira onde se nasceu. A Nação é a Turma, a Gente, as Criaturas humanas que a amam. Aí encontramos o bígamo País e suas duas esposas, Pátria e Nação, fidelíssimas, estoicas, maravilhosas e ávidas para alimentar as criaturas humanas que em seu colo se abrigam.
Milhares de anos foram sedimentando normas, regras, diretivas, leis, sistemas e regimes, visando garantir a autoridade, integridade, poder e domínio dos mais proeminentes guerreiros, pensadores e, sem dúvida, místicos que sempre existiram, tentando explicar aos distraídos e assustados,os fenômenos, e as contorções da mãe Terra.
Quem se interessa, lê e estuda a história do mundo e as peripécias de personagens formidáveis.
Em tempos de agora o estupor e o espanto ronda as cabeças pensantes com as marcas virtuais dos Países sendo sacudidas por tanques e mísseis, a comida ameaçando escassear, retida em portos e porões de navios, miseráveis sem fronteira buscando um lugar para sobreviver, arriscando-se em travessias oceânicas ou tentando romper fronteiras onde não são bem vindos, além de fenômenos climáticos de grande porte, epidemias colossais. Somos obrigados a escolher o nada, a passividade estéril e segura, o desdém ou a fuga da realidade, em busca de algum sossego. Ah, se fosse tão fácil.
O alimento político para manter vivo e saudável o triunvirato virtual, Pátria, País, Nação é conhecido: Democracia.
Democracia é o regime onde o Povo, a Nação, escolhe quem é que vai dirigir o País. Que escolhe o Governo garantidor da Pátria Amada, a terra onde nascemos e a Nação da qual que nos orgulhamos por adoção ou origem natural. De tempos em tempos, bem definidos pelas Leis, o Governo é substituído. É modernizado. Aí, entra o lado primitivo, o lado obscuro da vaidade, da ânsia de poder, da patranha, da promessa de Manah e Néctar, de delícias e festa. O alimento estraga.
Assim como o leite vira coalhada, se desintegra em soro e material semi-sólido, mais adiante vira queijo, e depois embolora, escurece, fede.
Tem sido assim.
Interessante notar-se que, durante a oferta de possíveis novos governantes, uma variedade de figuras, virtualmente semelhantes ao leite, apresentam-se, entre promessas e afirmações entusiasmadas.
Jarros de leite. Alguns já estão fermentados, amarelados pelo tempo e exposição à luz. Outros decantaram e seguem sendo coalhadas envelhecidas, a maioria já embolor
ando e fedendo como queijos impróprios para consumo.
Não há leite fresco, nem coalhada, nem queijos finos.
E o laticínio do demônio.
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Postado por Raul Almeida
21/1/2024 às 17h33
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Democracia acima de tudo
O regime democrático é, sem qualquer possibilidade de dúvida, desculpa, justificativa, etc. o melhor e mais representativo para a condução de um País.
É através dele, que o povo se manifesta, escolhe, define e consagra suas lideranças.
As eleições periódicas possibilitam cada nação trocar o que não funcionou, alijar o que não prestou, reformar as esperanças e seguir em frente
Ser um democrata legítimo, que encarne as vontades, desejos, aspirações e , sobretudo, as reais necessidades do Povo é obrigação do escolhido ou escolhidos.
Dai Democracia := governo do povo.
Não parece sincero aquele que se diz democrata e, abertamente, descaradamente, despoticamente, apoia, elogia, respalda, suporta de várias formas(politicamente, diplomaticamente, economicamente) a lideres de países totalitários e repressivos.Os que apropriam-se das denominações:"democracia e democrática", para explicar seus regimes hediondos, miseráveis, belicistas, fechados e infames. Quem apoia tais absurdos sabe o que está fazendo ou é mentiroso (a).Tais países tem arremedos de eleições. Seus donos estão no poder há décadas. Quem se atreveu ou,ainda, se atreve a criticar,fazer oposição, é preso, perseguido e até assassinado. Não é segredo! O noticiário nos mostra essa realidade.
Será que a ideia de Democracia permite essa "ingenuidade"? Acreditar que os ditadores das Américas, Asia e Europa são reeleitos sempre? Que o povo os reelege sem questionamentos sérios?
Democracia acima de tudo.
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Postado por Raul Almeida
9/1/2024 às 12h00
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Podemos pegar no bufê
O ano está acabando.
Boa sorte o novo está chegando.
Chegamos ao fim desse ano repletos de mais do mesmo.
Em algumas situações, poderíamos até invocar o passado e reencontrar Marco Polo e suas viagens mirabolantes, e a Derrama sem inconfidentes.
Um ano de muita conversa fiada, muita falastrice sobre a "tentativa" de ruptura dos valores, etc., etc. De certo mesmo tivemos um calor siderúrgico, uma seca aflitiva, algumas incógnitas espalhadas pela América de Baixo, com vociferadores, ditadores e papagaios de galocha ameaçando mudar o sentido dos ponteiros do relógio.
Testemunhamos, envergonhados, a tibieza de um líder sem condenar terroristas, praticando um discurso de pafúncio, sobre a "paz mundial", exortando a patuleia ao amor e a proteção as criancinhas miseráveis, principais vítimas das guerras, bla, bla, bla.
A temperatura política global, com diversos conflitos armados pelo mundo, as incertezas decorrentes da baixa qualidade das lideranças, alianças e acordos, reuniões, "cumbres" congressos e outros eventos que parecem não funcionar, não dão margem para grandes esperanças. Mas,para o bem de todos, pelo menos aqui em Pindorama o carnaval vai cair em fevereiro! Os ensaios dos grupos, blocos, etc., já começaram e prometem mais algumas memoráveis horas de alegria, festa,luzes e amor.
Feliz Ano Novo para todos!
Fé e Esperança podemos pegar a vontade, no bufê da vida.
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Postado por Raul Almeida
30/12/2023 às 10h49
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Falta de memória
A volta do Flagelo do Agreste ao centro do palco das quimeras, acontece por conta da absurda falta de qualidade do Cavalo de Tração, em que toda a prole da Viúva Alegre depositou esperanças de novos horizontes.
O discurso de um e de outro, em muitas ocasiões, se confundiram por conta da mesma matriz, assistencialista, vulgar e mentirosa: a indignação com o despautério na condução dos destinos da Res publica.
A corrupção, o nepotismo, o compadrio, a desfaçatez, os juros, os males econômicos, os miseráveis, o pão dos pobres, a fome, a falta de um ensino de qualidade, o descalabro com as políticas de habitação, etc, etc, etc. Um e outro, cada qual com o seu estilo, repetiram a mesma cantilena em todas as campanhas, desde sempre. Adicionaram variáveis étnicas, comportamentais, religiosas e mais algum outro penduricalho verborrágico, para conquistar a atenção e a cumplicidade do "povo”, a prole da Viúva.
O caso recente reveste-se de características bizarras.
Um político profissional, de mais de 25 anos de carreira, declara aos berros que
- Não sou político! Não vou isso e aquilo!
-Todos os políticos são desonestos, etc, etc.
Seus ajudantes mais próximos fazem paródias com músicas populares, provocando o Congresso com: "se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”.
Ainda opaco, sofre um atentado covarde, perpetrado por um adepto do seu adversário.
Uma facada em público. O agressor foi e continua preso num hospício, ou coisa que valha. O resultado do feito é do conhecimento geral.Vitória do bem contra o "mal”, a corrupção, a roubalheira etc. e tal.
Depois da posse, começam a surgir denúncias de nepotismo, favorecimento de "companheiros” de outros tempos, da família, dos empregados domésticos e diversas situações antes repudiadas em seus discursos.
A inabilidade e ignorância no trato de assuntos, absurdamente, fáceis de resolver, em áreas sensíveis tais como: Saúde, segurança, e outras mais prosaicas como meio-ambiente, indigenismo, etc., acrescidas de absoluta falta de polidez, educação social, postura, junto com arrogância, prepotência, grosseria, bravatas e atitude, minimamente, civilizadas, empurrou para baixo todo aquele deslumbramento inicial.
O segundo ator dessa terrível pantomima, diferente do adversário, nunca negou as origens ordinárias nem sua condição inicial de tosco que progrediu ao encontrar a Urbe.
Nunca negou a sua origem política, gestada na atividade sindical, onde o protagonismo não demorou a revelar uma inteligência diferenciada, uma capacidade de aprendizado incomum, um carisma e objetividade próprias de uma liderança natural, autóctone, indiscutível. O passado miserável virou bandeira de lutas, o emprego fabril virou o campo fértil para as arengas igualitárias, reivindicações sindicais e o momento político, um Governo de ajuste cívico que secundava um período de instabilidades, foi a moldura a completar a figura do habilíssimo negociador que se mostrava valente e agressivo contra o “monstro”.Mas fazia acordos à socapa, coordenando o pode não pode com as autoridades da época.
Conta um delegado de grande nomeada, que o Flagelo do Agreste entrava e saía na sede do poder para negociar os movimentos sindicais, dentro do bagageiro de um automóvel. Assim não era visto! Depois, no palanque sindical, promovia o que tinha sido combinado em segredo com os, então, agentes da repressão.
A fila andou e o tal sindicalista, distributivista, líder do “povo” sofrido e indignado com os rumos dos governos posteriores ao período de ajustamento cívico de 1964 a 1985, chegou ao Olimpo caboclo. Finalmente presidente… E ali, com sua indiscutível habilidade e carisma foi aparelhando o Governo e estabelecendo o processo susserano,interrompido por uma escolha infeliz: A disléxica do Planalto.As trapalhadas, insubordinação ao "mestre”, tolices, erros e incapacidade crônica, acabaram de forma melancólica. A inconfidência de um deputado com uma jornalista super-competente levou à descoberta do sistema de controle do Congresso, usado pelo Flagelo do Agreste.Tratava-se de um escândalo ciclópico de corrupção de grande parte dos congressistas,comprados através do mecanismo de gratificação, mesada, gorjeta mensal praticado pelo Planalto! O Mensalão!
A ponta do iceberg começou a rasgar o casco daquele Titanic de imoralidade administrativa.A torre de malfeitos começou a desabar.
Um Lava-jato no Paraná, um lugar de lavar automóveis, era usado por um doleiro como escritório.E começa uma operação policial que leva a investigações cada vez mais precisas e esclarecedoras. Além do Mensalão,um acordo de propinas atrelado a construtoras de grande porte e obras governamentais é posto à luz.As investigações são levadas a sério, os nomes que vão aparecendo surpreendem, levando o País ao estupor.No topo da lista, lá está ele: o Flagelo do Agreste.
Testemunhas são ouvidas e os delatores encantam os jornalistas e estufam os noticiários com os mais colossais absurdos.Os empresários que proporcionaram bilhões aos denunciados,tentam livrar-se da co-autoria dos fatos. Os meses vão passando até que, um dia, os veredictos dos ínclitos julgadores são propalados e o óbvio resplandece para orgulho e satisfação da patuleia indignada: Cadeia para todos os criminosos! Corruptos! Ladrões!
A segunda instância dos processos confirma o resultado da primeira. Cadeia!
Mas…Os efeitos do Flagelo do Agreste permaneceram incrustados na máquina do Governo.
A ideia dos três poderes, tem como alicerce a Constituição e a isonomia entre eles. Na prática, a teoria se mostra menos clara. O Poder Judiciário é formado por funcionários indicados pelo Poder Executivo. O povo elege o Poder Legislativo. Mas o poder legislativo é exercido por um super exclusivo e mínimo número de parlamentares. Na verdade os que compõem a mesa diretora de cada uma das instâncias.O resto é massa de manobra. Alguns mais outros menos, mas quem manda são os componentes da Mesa, os partidos que os abrigam e fim de conversa.O que sobra é cognominado de "baixo-clero”. Só faz barulho. O Poder Legislativo tem membros vitalícios. Mandatos intermináveis, a não ser quando o sino da Megera começa a tilintar ou quando completam idade provecta, mesmo que, ainda estejam gozando de suas faculdades físicas e mentais. O Poder Judiciário é formado por membros indicados pelo Poder Executivo. Se acontecer mudança na política, em tese, nada acontece no Judiciário. Um pequeno momento me engana que eu gosto.
A libertação e cancelamento das penas atribuídas em duas instâncias aos criminosos de colarinho branco, que envergonharam o País, detonaram empresas encheram seus próprios bolsos, e foram, praticamente, escorraçados depois da facada, foi concedida, pelos mesmos juízes que os condenaram… Judicialidades, meandros dos recursos forenses desculpas e razões tão absurdas como se um crime perdesse seu resultado nefando, por conta do endereço do tribunal. Pior,o Malfeito foi contra a República, foi contra a Viúva alegre e sua prole miserável. Crimes materiais, morais, éticos e cívicos deixam o agente criminoso livre como se o endereço do Feito não fosse a própria nação.
A memória é fraca.
Os amigos, correligionários, as múmias beneficiárias no passado, rejubilaram-se e aproveitaram a caturrice, estreiteza, obliteração endógena do, outrora, cavaleiro da Luz e agora um troglodita pré histórico.
A máquina de comunicação que não tinha sido desaparelhada, mas hostilizada, atuou por anos seguidos exaltando a estupidez, os enganos e as faltas com os compromissos de campanha. O compadrio, o nepotismo, a desfaçatez, a inabilidade na condução de políticas, o posicionamento sempre dúbio, inconsistente em relação a diversas questões internacionais, posicionando-se sempre de forma equivocada, prejudicaram a tentativa de continuidade, também negada lá no começo, quando dizia que não iria candidatar-se a reeleição.
Mesmo assim, metade da prole da Viúva quase impediu que o Flagelo voltasse com a mesma conversa, as mesmas múmias acrescidas de algumas ainda em processo de embalsamamento, enfim com a dupla Jean Valjean e Javert, do clássico romance de Victor Hugo, e mais toda uma variedade de atores e comportamentos que beiram ao estupor.
O Cavalo de Tração foi defenestrado por uma espuma mínima de ressentimentos, rejeição e ojeriza por ele mesmo provocada.
A prole da Viúva , encantada com a nova versão do panem et circenses e seus novos abrigados na lona verde-amarela, assistiu a demolição de ritos cívicos, a ascensão de novos artistas ao palco das surpresas, guardando as lembranças do que ainda não ficou resolvido.
Buscam processar o Cavalo de tração, impedir que volte a pista com seus coices e relinches e esquecem o que levou o Flagelo do Agreste para a cadeia . Esquecem da atuação nefasta dos Vulturinos areopagitas e suas casacas viradas pelo avesso.
Falta memória.
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Postado por Raul Almeida
11/12/2023 às 11h52
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Sarapatel de Coruja
Desde que D. João VI aqui chegou o conceito de Côrte jamais pereceu.
A República não extinguiu as benesses, vantagens, delícias e diferenças entre a nobreza moribunda e a luz dos novos tempos.
Saiu o Brasão Imperial, entrou o republicano.
Continuaram os espanadores de gases, os populares abanadores de flatulências, sempre atrás de algum figurão.
Depois de duzentos anos de independência muita coisa aconteceu.
Esperanças, expectativas, tentativas, acertos, erros e muita conversa fiada. Alguns períodos de relativa calmaria, bem relativa por sinal, e o nosso País foi trocando de regime até o que, hoje, somos uma Democracia.
Colônia, Império, República No.1, No.2, e vamos lá.
País do futuro, Celeiro do Mundo, o Petróleo é nosso, É tetra, É penta, Ame-o ou deixe-o… Várias formas de exaltar e provocar o patriotismo, o nacionalismo, o democratismo e outros ismos no povo.
O poder emana do Povo, pelo Povo, para o povo.
A frase solene pronunciada por Abraham Lincoln, é parte da Constituição Federal do Brasil de 1988, entretanto, ao exercer seu indiscutível poder, o Povo é conduzido, por vezes, a situações delicadas. As escolhas não cumprem o que prometem. Mudam de ideia, de discurso, de atitude. Raramente, confirmam as expectativas. Prevalece o Nepotismo, o Compadrio, a Prevaricação, a Mentira e Desfaçatez.
O Nepotismo é escancarado. Do primeiro ao quarto grau de parentesco, todo mundo é aquinhoado com uma sinecura, uma prebenda, uma boquinha.
O Compadrio é endêmico. Os "correligionários", os "de confiança", os indicados por amigos do peito.
A Mentira dispensa maiores explicações. É a atitude do " eu não soube", "quando me avisaram já tinha acontecido", "isto não é verdade"! É a falta de vergonha na cara muito necessária a quem se dedica a lidar com promessas e garantias vazias.
São estatísticas manipuladas, fatos descritos em versões mirabolantes e fantasiosas, enfim, falha na verdade nua e crua.
A Desfaçatez é o mais recorrente dos comportamentos daqueles que deveriam se ater às promessas, também cognominadas de "compromissos de campanha".
Depois de muitos anos de vida, acho muito engraçado, senão trágico, ver os que se oferecem para escolha, repetindo discursos que escutei há mais de 60, (sessenta) anos: o pobre, o pão, a fome, o lucro, a reforma agrária ( essa de morrer de rir) o trabalhador, os direitos ( sempre a frente dos deveres) o salário que não dá pra nada, etc, etc, etc, etc. Jean Valjean e seu Javert.
As promessas, planos e projetos que encantam e provocam a esperança de todos não tem limite. A falta de respeito ao público, ao eleitor, ao cidadão que está ouvindo o tro lo ló, é espantosa.
Aí está o Sarapatel de Coruja, uma analogia bizarra com o besteirol boquirroto, o discurso venturoso e vazio.
Mas vamos lá.
Um ano já se passou, o new Marco Polo segue incólume em seus périplos planetários, justificados com a busca pela paz no mundo,a proteção das criancinhas, os acordos , as cúpulas, os encontros, o séquito , a entourage, oops, a equipe, as assessorias. Greves ressuscitadas com instrumento de ação política, imbróglio entre poderes, quem é que pode o que.
Um Sarapatel de Coruja, com ou sem pimenta…
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Postado por Raul Almeida
28/11/2023 às 15h24
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Culpa não tem rima
O sentimento de culpa não suporta poesia, verso, prosa, rima.
A culpa não dói. Culpa não machuca, não fere, não deixa marca ou cicatriz.
Culpa tem o seu modo próprio de se fazer presente. Culpa faz chorar, faz sofrer.
O arrependimento, o reconhecimento da falha de caráter, ou compaixão, ou respeito, ou solidariedade, ou amor, ou sinceridade não apaga a culpa.
Se alguém que percebeu uma culpa guardada lá atrás, no fundo das lembranças, pensa que ao arrepender-se apagou o lapso, a falta, enganou-se. Está usando a sua capacidade de ser indiferente, cínico(a), ignorante da realidade da vida. Um dia a culpa volta vestida de passado resolvido, mas volta. Mas nem tudo que volta a memória com ruídos de pequenas culpas, o são.
Travessuras pouco gentis, aventuras com sentimentos recíprocos foram exageros em hormônios e simpatias, brincadeiras sem a força da grande causa, o Amor. Tudo bem quando não deixam guardadas lembranças de promessas entendidas ao pé da letra, por alguém que nem percebeu o acaso ou a fatalidade fazendo blague com a ideia de amor…
A fraude, a inteligência confrontando a ingenuidade da pureza de alguém, aproveitando o acaso para destruir a confiança, a crença de um acreditar verdadeiro e transformar tudo numa mentira fugaz, irresponsável, ou mesmo tenebrosa, a verdadeira culpa, ah, essa nunca morre.
Culpa não produz poesia.
Culpa é a moeda com a qual o remorso paga ao culpado.
Culpa é para sempre. Pode ser guardada em alguma gaveta da memória, e depois destruída com alguma moléstia grave,daquelas que produzem mortos-vivos em fim de ciclo biológico. Os males do cérebro, as degenerações e seus diversos nomes.
Mas a culpa não morre. Nem rima.
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Postado por Raul Almeida
27/11/2023 às 21h11
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As duas faces de Janus
Guardião dos caminhos, o deus Janus significava a transformação, o futuro e o passado.
Sempre com um olhar para frente e outro para trás, Janus poderia ser, nos dias de hoje, a câmera de segurança da portaria do condomínio, encarnando a personagem virtual em atalaia permanente.
Quando ligamos a TV e ouvimos as notícias, acompanhadas da advertência do apresentador que : "Estaremos acompanhando esse caso", podemos imaginar Janus vigilante, atento, alerta, absolutamente comprometido com o assunto mostrado e com os desdobramentos do mesmo. Depreendemos que o moderno jornalismo, o noticiário de TV, vai ajudar a pressionar a Autoridade na solução seja lá de que problema for, com o total apoio do consumidor de notícias, o público que tem poder, formado pela melhor fatia do Povo, aquela que está bem informada.
O Poder emana do povo, a Autoridade é paga pelo povo, e os funcionários principais do Estado, são escolhidos pelo Povo em períodos e prazos determinados.
Nada como informar com precisão, acompanhar com competência, apurar as consequências do fato que gerou a notícia, e receber o prestígio e o reconhecimento.
Em tempos de turbulência econômica, o noticiário ferve com estatísticas, previsões, comentários, vaticínios e profecias, mais a opinião do comentarista travestido de profeta, enfim mantendo a audiência sempre em dia com os fatos e seus possíveis desdobramentos. O mesmo acontece com a política. A carga de informações, boatos, falatórios, palpites e conversa-fiada atinge níveis siderais.
A tendência ao populismo, ao messianismo, às inverdades e imperfeições interpretativas, abre um espaço formidável para boquirrotos, vitimistas, distributivistas, arrivistas e deslumbrados de última hora buscando seu minuto de celebridade.No palco, no salão de festas, no plenário, o grande espetáculo se repete.
Judas vai vender, Pedro vai negar, Barrabás vai sair pela porta da frente, e quem acreditou que estavam defendendo ou atacando idéias, projetos, etc e tal, não sabe ou nunca escutou nada sobre o cafezinho depois dos tró ló lós e bafafás.
Entre acordos, conchavos, mutretas, combinações, arranjos, discursos, desaforos, bravatas, carreatas, passeatas, bumbas e meus bois, Janus perdeu a função de guardião ou sentinela de qualquer coisa. O que foi antes continuará agora e será sempre como antes foi.
Pobre Janus e suas caras. Aqui ambas são para frente.
O que passou vai pro arquivo.
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Postado por Raul Almeida
23/11/2023 às 20h33
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Julio Daio Borges
Editor
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