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Quinta-feira, 2/11/2006
Destaques da Mostra Internacional de Cinema
Tatiana Cavalcanti
+ de 4100 Acessos

A 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo já está no fim, mas entrou para a história ao bater o recorde de filmes, foram em torno de 450. Mais do que isso, o festival trouxe a um público amplo e de mente aberta, um olhar critico e ao mesmo tempo instigante sobre suas próprias verdades pré-estabelecidas, seus conceitos herdados de gerações anteriores e uma antevisão de um futuro ainda incerto. Um filme pode falar mais com o intimo de uma pessoa e, inclusive, de toda uma sociedade, ajudando a criar novas visões, discussões e até gerar mudanças de comportamentos e hábitos.

Um dos filmes exibidos mais requisitados apresentados pela Mostra foi Os Estados Unidos contra John Lennon, a avant-première, que ao mostrar a perseguição do Governo do presidente norte-americano Richard Nixon ao casal John Lennon e Yoko Ono e suas idéias pacifistas durante a Guerra do Vietnã, nos remete automaticamente a um paralelo com o atual Governo Bush, e a sua tentativa de calar a sociedade em relação à Guerra do Iraque por meio da supressão das liberdades civis de seu povo, os americanos, e de qualquer outra voz que se levante no mundo. Como Nixon, o atual presidente dos Estados Unidos se desprende da realidade, não considera os desejos da maior parte da população, passa a enxergar inimigos nas vozes discordantes, como aconteceu com o cantor britânico John Lennon, e conseqüentemente adota uma postura rígida e que caminha para o totalitarismo.

Outro exemplo deste festival ligado aos problemas atuais é o filme italiano Mundo Novo, que, ao contar a história da imigração italiana no início do século XX rumo aos Estados Unidos em busca do Eldorado e da panacéia dos seus males, tenta fazer com que os italianos deste século XXI passem a compreender e a aceitar os imigrantes atuais que estão "invadindo" o seu país em busca dos mesmos desejos.

Os filmes acima tratam de assuntos que afetam toda uma sociedade, mas o cinema pode também falar com cada um de nós. Shi Gan, da Coréia do Sul, debruça-se sobre as relações pessoais focando um jovem casal e como o tempo age sobre eles. Em determinado momento da relação, a jovem esposa descobre que o seu marido pensa em outra mulher enquanto mantem relações sexuais com ela. Ao se olhar no espelho, resolve optar por uma transformação no rosto, no cabelo e na maquiagem na tentativa de parecer com outra mulher que não seja ela mesma. Entretanto surge uma questão: seria ela capaz de suportar o ciúme de si mesma com o seu marido?

A importância de uma Mostra como a de São Paulo está aí, formar opiniões, impulsionar ações e desenvolver personalidades, que bem poderá ser a sua.

Histórico da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Ainda sob o Regime Militar do presidente Ernesto Geisel, a Primeira Mostra Internacional de Cinema de São Paulo ocorreu em 1977, justamente em comemoração aos 30 anos da inauguração do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, onde eram exibidos os filmes. O idealizador do festival foi o crítico de cinema Leon Cakoff, que continua trabalhando nele até hoje. Estavam em cartaz naquele ano apenas 22 obras, sendo que avant-première, em 21 de outubro, foi O Enigma de Kaspar Hauser, do diretor alemão Werner Herzog. O público era quem elegia os melhores filmes, sem a presença de especialistas. Foram 19 sessões programadas em 11 dias, e o ingresso que normalmente custava CR$ 10,00, passou à metade do preço para quem assinava o pacote de filmes. Ainda funciona assim atualmente. No ano seguinte o número de filmes teve um modesto aumento, e a Mostra passou a contar com 30 participantes.

No ano da anistia política no Brasil, 1979, o destaque da Terceira Mostra Internacional foram os filmes Gaiola das Loucas, que de forma cômica e irônica, tocava num dos maiores tabus da sociedade conservadora de até então, o homossexualismo, Bye Bye Brasil, do diretor Carlos Diegues, que abordava a Ditadura Militar no Brasil em pleno declínio, e para encerrar o festival daquele ano, o revolucionário e marcante musical da Broadway Hair, que inclusive teve uma versão com atores brasileiros. O diretor Milos Forman adaptou para as telas a belíssima e comovente história de amizade entre o hippie livre e sem preconceitos, e o jovem soldado, assustado e ansioso, que estava prestes a embarcar para a temida Guerra do Vietnã.

Em 1984, a Mostra Paulistana ainda buscava prestígio e, quando comparada por jornais nacionais aos festivais já consagrados de Berlin, Cannes, Los Angeles e Veneza, era considerada pobre, com poucos recursos e equipe limitada, sendo assim ainda não atraía tanto a atenção do grande público nem da imprensa, entretanto a qualidade das obras era alta.

Em Paris, enquanto a pirâmide do Museu do Louvre era inaugurada em 1988, ocorria em São Paulo a 12ª Mostra de Cinema, agora já mais consolidada e requisitada. O festival tanto tinha crescido, que foi o primeiro ano em que os filmes eram exibidos em outras salas espalhadas pela cidade, e não mais exclusivamente no Masp. Isso aumentou a amplitude da Mostra e modificou os hábitos paulistanos.

A 15ª Mostra, em 1991, foi marcada principalmente pelo filme Thelma e Louise, que abriu o festival. A história das duas amigas que, cansadas de serem esquecidas ou maltratadas pelos seus companheiros, aventuram-se numa viagem que acaba com uma tragédia quando uma delas mata o homem que tentava estuprar a outra, comoveu a grande audiência.

Já em 1999, o mundo estava voltado para a maior cidade do país por causa do festival que atraia 160 filmes de 41 países, com 300 horas de diversificação cultural. No ano passado esse número praticamente dobrou. Foram 350 filmes de 50 países. São Paulo definitivamente entrou no roteiro cultural mundial, e provou ser a capital brasileira da cultura.

Nota do Editor
Leia também "O estado da arte".


Tatiana Cavalcanti
São Paulo, 2/11/2006

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