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Quinta-feira, 6/8/2015
Em noite de lua azul
Elisa Andrade Buzzo
+ de 4100 Acessos

Que abraços são esses? que olhares? que fatos
acontecem, fluidos, entre a lua e a terra,
entre a lua e o sol, entre o sol e o tempo,

Cecília Meireles


Na falta de um ângulo propício para observar a claridade da lua cheia, olhamos para outros pontos iluminados artificialmente. Se não procuramos por janelas, telas, frestas, portas, corredores brilhosos, antes eles se dirigem a nós com a ansiedade, o desejo último e necessário da iluminação. Como a própria iluminação pública que adentra as residências baixas da cidade, e fere os olhos, fere a própria noite ao lhe incutir suas garras de gás e metal. Que medo da escuridão é esse, podemos perguntar. Mas a vulnerabilidade da escuridão citadina pode deixar em pânico os habitantes traumatizados pela violência. Ilumina-se, também, para o outro não dormir ao relento, e assim, da mesma forma atrapalha-se os desavisados moradores dos andares baixos. Hoje, em céu vermelho pousa a lua azul. E dignamente precisamos buscar outros pontos, porque o ponto e o facho de luz são os apoios dos desavisados e claudicantes, para mergulhar na claridade concentrada da vida burguesa. Por trás das grades, vemos uma festa infantil que acaba de começar. Há balões coloridos, pessoas sentadas no salão de festas, gritos de criança ultrapassando o limite da rua. Pela parede de vidro do salão exala uma doce luz no início de noite. Os prédios simples formam um quadriculado aleatório de amarelos baços, cortinados alvos, poses e perfis negros de moradores contemplativos. Aquela janela recortada traz um lustre de cristais fulgurando o espaço. Grandiosas salas envidraçadas mostram ambientes aconchegantes por detrás da fluidez de cortinas, abajures tépidos, ricas folhagens descaindo-se em amplitude enamoradas; são cenários que se esbanjam solitários, onde não se encontra humana presença. A lua, entretanto, cheia de graça repousa solene, envolta em nuvens de gaze. Eleva-se aos sobrados do início de séculos distantes, diáfana, já pouco mais visível. E então recordamos que o luar nos foi da vida retirado como as matas decepadas, como os rios cimentados, os índios em bugres transformados. Companheira dos tristes, mais fácil vê-la poetizada por simbolistas, parnasianos e românticos; a mesma que fora e ainda é hoje. Nua, ela não precisa de aparatos tantos, das distantes musas a mais próxima; e esquecida.


Elisa Andrade Buzzo
São Paulo, 6/8/2015

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