Digestivo nº 257 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

busca | avançada
42713 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> ZÉLIO. Imagens e figuras imaginadas
>>> Galeria Provisória de Anderson Thives, chega ao Via Parque, na Barra da Tijuca
>>> Farol Santander convida o público a uma jornada sensorial pela natureza na mostra Floresta Utópica
>>> Projeto social busca apoio para manter acesso gratuito ao cinema nacional em regiões rurais de Minas
>>> Reinvenção após os 50 anos: nova obra de Ana Paula Couto explora maturidade feminina
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> A dobra do sentido, a poesia de Montserrat Rodés
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
Colunistas
Últimos Posts
>>> O coach de Sam Altman, da OpenAI
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> Uma história da OpenAI (2025)
>>> Sallouti e a história do BTG (2025)
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
Últimos Posts
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> For The Love of God explicada
>>> Obsessão por livros
>>> Breve reflexão cultural sobre gaúchos e lagostas
>>> Meu beijo gay
>>> YouTube, lá vou eu
>>> Sonho francês
>>> Minha Estante
>>> A Última Ceia de Leonardo da Vinci
>>> Steven Spielberg
>>> Pondé mostra sua biblioteca
Mais Recentes
>>> Planeta Corpo de Silvia Zatz pela Companhia Das Letrinhas (2000)
>>> O Mensageiro Alado de Rogerio Andrade Barbosa pela Melhoramentos (2012)
>>> O Peru de Peruca de Sonia Junqueira pela Ática (1998)
>>> Relembrando O Que Escrevi: Da Reconquista Da Democracia Aos Desafios Globais de Fernando Henrique Cardoso pela Civilização Brasileira (2010)
>>> Filhotes De Bolso Saem De Férias de Margaret Wild pela Brinque-book (2009)
>>> O Caracol E A Baleia de Julia Donaldson pela Brinque-book (2019)
>>> As Aventuras De Robin Hood de Marcia Williams pela Ática (2014)
>>> O Brasil No Papel Em Poesia De Cordel de Fábio Sombra pela Melhoramentos (2014)
>>> Didática De Geografia: Memória Da Terra de Salete Kozel pela Ftd (1996)
>>> Alice No Pais Da Mentira de Pedro Bandeira pela Atica (2005)
>>> Vamos Brincar De Roda de Palavra Cantada pela Caramelo (2009)
>>> Navegando Com O Sucesso de Vilfredo Schürmann pela Sextante (2009)
>>> O Mercador De Veneza de William Shakespeare pela Lacerda (1999)
>>> A Culpa E Das Estrelas - Capa do Filme de John Green pela Intrinseca (2014)
>>> Crônicas De Um País Bem Grande de Bill Bryson pela Companhia Das Letras (2001)
>>> O Pensamento Vivo de Maquiavel de Conde Carlo Sforza pela Livraria Martins (1975)
>>> Cultura, Substantivo Plural - Ciência Política, História, Filosofia, Antropologia, Artes, Literatura de Luiz Costa Lima pela 34 (1996)
>>> Crescendo - Hush, Hush - Vol. 2 de Becca Fitzpatrick pela Intrinseca (2011)
>>> Cuba - Guia Visual Folha De São Paulo de Folha De São Paulo pela Publifolha (2010)
>>> Cruz das Almas de Donald Pierson pela Jose Olympio (1966)
>>> Leonardo Da Vinci de Walter Isaacson pela Intrínseca (2017)
>>> Elon Musk de Ashlee Vance pela Intrinseca (2015)
>>> A Volta ao Mundo em 80 dias de Júlio Verne de Dauvillier - Soleilhac - Jouvray pela Salamandra (2012)
>>> Pinóquio de Winshluss pela Globo (2012)
>>> Noites Do Sertão de João Guimarães Rosa pela Nova Fronteira (2016)
DIGESTIVOS

Sexta-feira, 16/12/2005
Digestivo nº 257
Julio Daio Borges
+ de 5100 Acessos
+ 1 Comentário(s)




Literatura >>> O selvagem da ópera
Se, como disse Keynes – citado por Eduardo Giannetti em seu novo livro sobre juros –, à medida que envelhece, o homem vai desistindo da criação e da construção, e vai se apegando mais ao dinheiro e à segurança, então Rubem Fonseca deve ser uma exceção. Um dos maiores contistas brasileiros vivos, como convém sempre lembrar, nunca produziu tanto como a partir dos seus 65 anos – época que coincide com a consolidação da editora Companhia das Letras (é sabido que o editor Luiz Schwarcz quis, desde o começo, ter em seu catálogo as obras do autor de Feliz Ano Novo). Foram, desde 1990, quatro romances (sendo que um histórico e um biográfico), duas novelas e seis livros de contos – fora antologias, reedições e participações em coletâneas esparsas. Ao contrário de seu personagem Gustavo Flávio, o poeta que detestava ser indagado sobre o que andava escrevendo, Rubem Fonseca, dos anos 90 pra cá, poderia responder sempre positivamente à mesma questão. E desde 1997, especialmente, vem inclusive ressuscitando o próprio Gustavo Flávio e o detetive Mandrake – duas de suas criaturas mais evocadas. Do meio do mundo prostituto, só amores guardei ao meu charuto (1997) mistura, justamente, os dois; e Mandrake: a Bíblia e a bengala (2005) trouxe, evidentemente, Mandrake de volta, solo, em duas histórias policiais escritas e publicadas agora. Tendo em mente esse panorama, de produção alucinante, em uma década e meia, é possível descontar o fato de que, mesmo em grande estilo e forma (para um homem de 80 anos), Rubem Fonseca vem se repetindo um pouco. Ou será que nós – que o lemos e que o amamos tanto – fomos desvendando seus mistérios logo nas primeiras folhas com o passar dos anos? Rubem Fonseca, ainda assim (ainda que não nos surpreenda nem nos desaponte), continua dando aulas de bom português, continua levantando sobrancelhas e sobrolhos, e continua entretendo como poucos. Enfim: o que mais esperar de um autor dando as últimas pinceladas na sua obra? [Comente esta Nota]
>>> Mandrake: a Bíblia e a bengala - Rubem Fonseca - 200 págs. - Companhia das Letras
 



Internet >>> Um flashback, uma atual e um lançamento
Ao mesmo tempo em que está estourando, o podcast, às vezes, parece que não foi ouvido direito. Potenciais ouvintes ainda não entenderam como ele funciona e, volta e meia, se atrapalham com questões básicas como o volume da caixa de som, um fio desconectado ou uma mera configuração de software. Podcast é só clicar e escutar – mas esta proeza, infelizmente, não está ao alcance de todos. Felizmente, porém, Maestro Billy é um dos podcasters que não se abala com esse estado de coisas e bateu um recorde razoável, no meio do podcast brasileiro: mais de 100 programas. Antes, Durante e Depois é como chama o seu show. O centésimo episódio, inclusive, foi uma compilação dos pedidos de ouvintes que costumam acompanhá-lo pelas ondas da Web. Maestro Billy afirma que eles chegam às centenas à sua caixa postal. Qual será a sua fórmula do sucesso? Para o bem ou para o mal, o ADD (abreviatura do título) emula, na internet, um verdadeiro ambiente de FM – e é muito menos autoral do que outras variantes na língua de Camões. Talvez isso explique a sua maior aceitação. Maestro Billy faz um uso muito hábil de vinhetas, divulga novidades, toca oldies but goldies, fornece notícias e mistura deliberadamente estilos. As más línguas devem acusá-lo de “sem personalidade” ou de eclético demais, mas o certo é que agrada, ponto. Maestro Billy está sentindo na pele o retorno, e está tão animado com a experiência que, em entrevista a Edgard Costa, revelou planos de estruturar e de explorar (comercialmente?) o formato. Andou palestrando, em Curitiba, na primeira conferência sobre o assunto – e já desperta interesse o material que elaborou especialmente para a ocasião. Chega a ser empolgante a maneira com que esses pioneiros do podcast brasileiro se agarram à sua prática, mesmo que haja dúvidas sobre seu futuro. Que eles confirmem suas melhores esperanças, pois o Brasil não pode perder, mais uma vez, o bonde – como perdeu o dos blogs. [Comente esta Nota]
>>> Maestro Billy
 



Artes >>> Chiaroscuro
Pelo menos em matéria de arte, parece que todo mundo tem consciência da importância de períodos como o da Renascença. Ter, tem – mas não quer averiguar. O interessado médio fica naquelas noções básicas sobre Leonardo, Michelangelo e outros dos quais nem se lembra mais. Quando muito apela para um modismo envolvendo algum desses artistas, como foi, de uns tempos pra cá, a leitura, para muitos reveladora, de O Código Da Vinci... Para desembaraçar o emaranhado de hipóteses e suposições, e para aprofundar as mesmas vagas noções artísticas que adquirimos – a princípio – desde a infância, surgem os cursos de – por que não dizer? – História da Arte, da professora Tereza Aline Pereira de Queiroz, na Casa do Saber. Embora temas como o do Renascimento, do Barroco e do Rococó, por exemplo, sejam vastíssimos, Tereza concentra seu saber em algumas aulas, abordando um ou dois artistas, acompanhada de slides, de maneira que seu conhecimento flui e, paulatinamente, a nuvem de ignorância se dissipa. Ultimamente, varreu o pó das nossas idéias sobre os mesmos Leonardo e Michelangelo, reintroduzindo outros mestres esquecidos como Donatello e Rubens, e totalmente nos revelando a dimensão de assinaturas como a de Mantegna e mesmo a presença meio estrambótica de figuras como o Arcimboldo, resgatado pelos surrealistas e seus delírios virtuosísticos. Tereza, ainda que muito culta, não nunca é cerimoniosa e é sempre muito divertida. Em outras palavras: mesmo desfolhando a informação em camadas, não soa pernóstica, rindo do que é forçosamente ridículo e despertando a simpatia dos circunstantes. Em alguns meses de Casa do Saber, já tem seguidoras – discípulas? – que a acompanham, de curso em curso, como sói acontecer com os professores mais populares... E quando se imaginava uma especialista restrita ao domínio da Renascença, eis que Tereza surge ministrando aulas sobre o Romantismo na pintura e até, num considerável salto temporal, sobre o Impressionismo. Impossível captar todas as nuances, e principalmente guardá-las para si, em obras e artífices. Talvez o maior mérito de Tereza Aline Pereira de Queiroz seja, como todo bom professor de artes plásticas, despertar a famosa educação do olhar. Saímos então do nosso vôo cego e partimos para uma visita guiada – pelas mãos da mestra. [Comente esta Nota]
>>> Casa do Saber
 

 
Julio Daio Borges
Editor
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

ENVIAR POR E-MAIL
E-mail:
Observações:
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
17/12/2005
16h03min
Rubem Fonseca é um dos nossos grandes contistas e desde a década de 70 que, ainda pouco conhecido, eu me delicio com suas estórias e seu estilo bastante pessoal de contá-las. Ele é um patrimônio cultural inegável e é bem lembrado que continua a produzir como nunca e de maneira enérgica. Nós merecemos, já que a grande Clarice já se foi e que, a meu ver, faz par com Rubem quando se fala de contos. Julio, fica aqui os meus parabéns pela sua matéria.
[Leia outros Comentários de isa fonseca]

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Joca, Vergonha da Escola
Pedro Bloch
Nova Fronteira
(1986)



Memoria Vegetal E Outros Escritos De Bibliofilia
Umberto Eco
Record
(2011)



The Ultimate Character Guide Dc Comics
Brandon T. Snider
Dk
(2011)



Livro O Fantasma de Canterville
Oscar Wilde
De Mão e Mão
(2018)



Livro Os Próximos 100 Anos
George Friedman
Best Seller
(2009)



Livro Religião A Gênese Os Milagres e as Previsões Segundo o Espiritismo
Allan Kardec
Lake
(2005)



A Arte de Viver Bem
Flávio Gikovate
Mg
(1993)



Reflexões Sobre a Arquitetura do Direito Tributário
Eduardo Marcial Ferreira Jardim
Institutas
(1989)



Livro Em Cima Daquela Serra Progresso N. 3
Eucanaã Ferraz
Companhia Das Letrinhas
(2017)



Profanação: Deixados Para Trás - 9
Tim Lahye
United Press





busca | avançada
42713 visitas/dia
1,7 milhão/mês