Por que o petrolão é muito diferente do mensalão | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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Quinta-feira, 11/12/2014
Por que o petrolão é muito diferente do mensalão
Julio Daio Borges
+ de 3900 Acessos

* Porque é muito maior: O mensalão não chegou a 200 milhões de reais. O petrolão chegou inicialmente a 10 bilhões, segundo o doleiro Alberto Youssef, mas já se fala em 20 bilhões de reais (pelas estimativas da operação Lava Jato).

* Porque ultrapassa as fronteiras nacionais: Antes mesmo da última eleição, apareceu uma ramificação na Holanda, que a presidente Graça Foster prontamente ocultou (na CPI da Petrobras). Só que a Holanda se pronunciou oficialmente agora. E, nos Estados Unidos, já abriram dois processos, de investidores contra a Petrobras, por perdas e danos. "Podem quebrar a empresa", disse um dos advogados entrevistados.

* Porque o escândalo não tem "defensores": Márcio Thomaz Bastos, o advogado do diabo, morreu. Foi ele quem salvou Lula do processo de impeachment, como ministro da Justiça, em 2005. E foi ele quem, como advogado dos "mensaleiros", classificou o mensalão como "uma fantasia", em pleno STF em 2012. José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça, já reconheceu, nas páginas amarelas da Veja em 2008, que "o mensalão existiu". (Até o momento, Cardozo não negou a existência do petrolão.)

* Porque Dilma Rousseff não é Luiz Inácio Lula da Silva: Dilma não teve problema em ser "leviana" nos debates contra Aécio Neves. Mas não iria tão longe quanto Lula, que foi à TV portuguesa e proclamou: "O mensalão não existiu" (o vídeo está no YouTube). Nem o próprio Lula iria tão longe agora. Quando perguntado, recentemente, sobre o petrolão, respondeu: "Perguntem à Polícia Federal". Como se ele não tivesse sido presidente da República quando a história toda começou (2006 ou 2004, dependendo da fonte). Dilma ainda não negou o petrolão, até porque já passou da hora: Holanda e Estados Unidos atestam que o petrolão existiu. Dilma prefere não dar nenhuma declaração nesse sentido. Passa a bola para seu ministro da Justiça, que não é nenhum Márcio Thomaz Bastos, e que tem se atrapalhado cada vez mais.

* Porque o governo não está "fechado" com Dilma sobre a questão: Ao contrário de Lula, que combinou com todo mundo - desde os dirigentes do PT até o ministro da Justiça, até o PSDB -, só deixando escapar Roberto Jefferson e Duda Mendonça, Dilma combinou com Cardozo, mas "seu" procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acaba de declarar que os diretores da Petrobras deveriam ser "demitidos". Cardozo, na maior cara de pau do mundo, rebateu dizendo "não haver indícios" contra a diretoria. (A mesma diretoria de Paulo Roberto Costa, que é réu confesso, de Renato Duque, que já foi preso, e de Nestor Cerveró, responsável pela compra suspeitíssima da refinaria de Pasadena.) Fora Jorge Hage, que, ministro da Controladoria-Geral da União, se demitiu no meio do escândalo.

* Porque o PT não é mais o mesmo: Lula, que socorreu Dilma durante a campanha, já fugiu da questão (mandando perguntarem à Polícia Federal). José Dirceu, ex-braço-direito de Lula, estava preso, acaba de ser solto, mas já (re)apareceu no suposto escândalo das empreiteiras, com uma "consultoria" suspeita, e portanto não vai ajudar. José Genoíno, ex-presidente do PT, continua preso, e doente (dizem). Sobra Aloizio Mercadante, que não é nenhum José Dirceu, e que já deve estar "ajudando", à sua maneira. Sobra Rui Falcão, que, nessas horas, só serve para dar declarações inócuas, e que deve estar tentando "controlar" a mídia (e a internet), mas agora é tarde. (Fora que Rui Falcão não vai se oferecer ao sacrifício como o ex-presidente José Genoíno.) João Vaccari Neto? Vaccari Neto não é nenhum Delúbio Soares e não parece ter vocação para se fazer de "bobo", a fim de concorrer a uma vaga de "herói da pátria". Dilma se encontra sem socorro. Ou porque fugiram da raia, ou porque foram presos ou porque não têm como ajudar mesmo. Restam os "postes"... Fernando Haddad? Nem Marta Suplicy está mais do lado do PT... (Parlamentares do PT estão, supostamente, implicados no escândalo...)

* Porque a oposição não é mais a mesma: Deixar passar o impeachment de Lula em 2005 foi um erro. O PSDB, provavelmente, se arrepende hoje. E FHC deve se arrepender também. Eles achavam que Lula iria "sangrar" até perder a eleição, mas ele se refez e, em 2006, ganhou de novo. O PSDB escolheu um candidato fraco também: Geraldo Alckmin, que, até hoje, não faz *aquela oposição* ao PT. Felizmente, nem só do PSDB vive, hoje, a oposição brasileira. Temos Ronaldo Caiado que, aliás, foi o primeiro a solicitar a demissão de toda a diretoria da Petrobras. Temos Aécio Neves - que é do PSDB - mas que está se deixando empurrar para a direita (sabiamente). Temos as manifestações. Temos as redes sociais. Temos uma imprensa mais crítica (apesar de toda a mídia estatal). E teremos até um novo Congresso Nacional, com mais oposicionistas, em 2015.

* Porque o *Brasil* não é mais o mesmo: Além de toda essa movimentação cívica, o Brasil, como país, não está com essa bola toda. Em 2005, o Brasil era BRIC, estava em pleno "boom" das commodities. O auge da bolha aconteceria em 2009, com a capa da Economist. Era difícil contrariar Lula - associado a toda a pujança - naquela época. Agora, a bolha já estourou. Eike Batista, como símbolo-mor daquele período, inclusive se lamentou por ter virado "classe média". (Medo da Marilena Chauí?) Nem a China, grande cliente do Brasil, é mais a mesma. E nem o *petróleo* é mais o mesmo. Se a cotação do barril continuar caindo, nem o Pré-Sal será viável mais... E a Petrobras pode se converter numa nova OGX, guardadas as devidas proporções...

É por essas e por outras que o final da história do petrolão vai ser muito diferente do final do mensalão. Hoje não temos um Joaquim Barbosa, mas temos um Sérgio Moro. A diretoria da Petrobras será implicada, mesmo que, agora, fuja dos holofotes. Já está implicada fora do Brasil. Mesmo que Sergio Gabrielli se esconda numa secretaria de Estado no governo da Bahia. E mesmo que Graça Foster seja amiga de Dilma. Isso tudo só piora as coisas. Como Dilma foi presidente do Conselho de Administração, será, no mínimo, implicada como executiva. E mesmo que não enseje processo de impeachment, o petrolão, como um dos maiores escândalos de corrupção da República, será desmoralização o suficiente para fazer todo mundo cair, desde a diretoria até a presidente, até o presidente do Conselho, até a presidente da República.


Julio Daio Borges
São Paulo, 11/12/2014

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