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Quarta-feira, 30/5/2001
Digestivo nº 34
Julio Daio Borges
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Além do Mais >>> 2001 será um bom ano apenas para os psiquiatras
Antonio Ermírio de Moraes, ex-baluarte do desenvolvimentismo, povoa as páginas da última edição da revista Dinheiro a fim de lavrar seu protesto contra a imprevidência do Governo Federal, do Presidente da República, e as medidas do racionamento de energia: "Se eu quebrar um dia, não posso colocar a culpa no meu diretor-financeiro. Eu estou fazendo o quê aqui?". Antonio Ermírio de Moraes não acredita num FHC que foi pego de surpresa, calcula prejuízos de US$ 75 milhões para suas empresas e, considerando que planejava uma expansão na produção, de 30 mil toneladas (em uma década), confessa: "Vou perder dez anos de trabalho". Ele faz parte de uma ala de empreendedores que, como Josué Cristiano Gomes da Silva, da Coteminas, não engole os deslizes dos "ministros do apagão", Pedro Parente e Alcides Tápias: "É essa sensação de stop-and-go que sempre atinge o País, como se nunca conseguisse superar uma crise e andar para frente." Juntando a esse sentimento, o remendar de Medidas Provisórias, as ações e exceções na Justiça, as trapalhadas oficialescas vindas de Brasília, tem-se um pandemônio instalado, lançando o Brasil na sua primeira experiência anarquista: "Esse negócio de desligar a casa de um, de outro, é impossível. Não dá para acreditar nisso", referenda Ermírio. Como se não bastasse a confusão, a partir de 1º de junho, estão previstos também novos ataques aos bolsos do contribuinte: "A arrecadação de impostos vai cair em todo o País. Só olharam o lado fiscal e o lado fiscal piorou. Vai faltar ICMS para todos os governadores. Meu medo é que eles queiram aumentar as alíquotas". Alguém duvida? [Comente esta Nota]
>>> Revista Dinheiro
 



Literatura >>> Para ser poeta, é preciso ser mais que poeta
Paulo Leminski foi. É o que atesta a recém-lançada biografia de Toninho Vaz, amigo íntimo desse "espírito ambulante da contracultura". Paulo Leminski foi também um abismo de contradições, e seria preciso alguém mais intrincado do que ele para explicá-lo em sua totalidade (coisa que Vaz não se aventura a fazer, prefere simplesmente narrar). Impossível não se intrigar com o menino prodígio que, admitido no Mosteiro de São Bentro, discutiria os clássicos latinos e gregos, a bíblia em hebraico, e que, com 18 anos apenas, fascinaria os Concretistas, dialogando de igual para igual e interpretando autores como Ezra Pound. Choca que tenha sido sugado pelo buraco negro dos loucos anos 60 e 70, que transformariam sua vida num coquetel de álcool, drogas e excessos dos quais ele jamais conseguiria se recuperar. Acontece que Paulo Leminski se misturou, de tal forma, a esse caos destrutivo que não há como separar ele, e sua produção, desse contexto alucinado: "tudo em mim / anda a mil / tudo assim / tudo por um fio / tudo feito / tudo estivesse no cio / tudo pisando macio / tudo psiu". Leminski era um homem de ambições desmesuradas e, na trilha da experimentação linguística de Guimarães Rosa, publicaria o joyceano e controverso "Catatau". Acabou, porém, mais reconhecido por suas intervenções na música popular, na televisão e nos haikais: "isso de querer / ser exatamente aquilo / que a gente é / ainda vai / nos levar além". O volume é ágil, leitura para uma sentada, e Toninho Vaz, malgrado sua subjetividade (nem um pouco isenta), conduz o leitor com a autoridade de testemunha ocular da história - e traz Leminski novamente à baila: "tudo o que passa / tudo o que dura / tudo o que duramente passa / tudo o que passageiramente dura / tudo, tudo, tudo / não passa de caricatura / de você, minha amargura / de ver que viver não tem cura". [Comente esta Nota]
>>> "Paulo Leminki: o bandido que sabia latim" - Toninho Vaz - 378 págs. - Ed. Record
 



Televisão >>> A History of America
Desde segunda-feira, está sendo transmitida, pelo GNT, a melhor série sobre Jazz até o momento: o documentário de Ken Burns, também editado em livro, em parceria com Geoffrey C. Ward. O especial varre desde as origens mais remotas do "Jass", com Buddy Bolden, Jelly Roll Morton, Sydney Bechet e Freddie Keppard até os dias de hoje, passando por iluminados como Louis Amstrong e Duke Ellington. São doze capítulos, abordando cada um seu período de cinco ou dez anos (desde 1907), intercalando comentários saboros do embaixador Wynton Marsalis, dos próprios protagonistas, e de outros estudiosos como Stanley Crouch, Gerald Early, Gary Giddins, Dan Morgenstern e Albert Murray. As imagens, as performances, as entrevistas, com as lendas e com os mitos mais importantes da música do século XX, são imperdíveis para qualquer ouvinte que se preze. O Jazz influenciou todos os ritmos, sem exceção, desde que surgiu, em New Orleans. O Jazz tem seus padrões, mas é tão infinitamente capaz de renovar-se que instaurou a primazia da interpretação, da versão, do improviso, eclodindo numa modernidade sem limites. É, sem dúvida, a maior herança cultural dos Estados Unidos da América para a Civilização Ocidental. No Brasil, foi sempre associado a um público "intelectualizado", com acesso às vanguardas sonoras, mas infiltrou-se de tal sorte na dita Música Popular que a Bossa Nova e João Gilberto (para ficar em dois exemplos) seriam outros sem ele. Ainda que se procure esclarecer as disputas e os mal-entendidos entre brancos e negros, durante a evolução do Jazz, continua inestimável a divída das Américas para com a África Negra. [Comente esta Nota]
>>> Amazon.com
 



Cinema >>> O homem é o menino perene
Está em cartaz, há mais de um mês, no Cinesesc, uma das mais belas obras de François Truffaut, Os Incompreendidos (Les quatrecents coups, 1959). Estréia do impiedoso crítico da Cahiers du Cinéma, Os Incompreendidos projetou Truffaut mundialmente, como cineasta, e garantiu-lhe vaga no panteão da Sétima Arte, calando a boca de seus desafetos e detratores. É uma obra-prima da criação humana, perceptível a olho nu, sem a necessidade de que se evoque todo o instrumental da nouvelle vague. Assim como nos chamados romances de formação, François Truffaut retrata a si mesmo, e é sempre instigante ouvir um grande autor falar sobre seu passado, de maneira honesta. Chama a atenção, 42 anos depois, a atuação de Jean-Pierre Léaud, uma estrela de brilho raro, afinal, é preciso garimpar muito até que se encontre um jovem que saiba interpretar a juventude, em 100 anos de cinema. A história é a do adolescente mal amado pelos pais, incompreendido pelos mestres, que se atira na vida urbana, e na delinqüência infantil, como se tudo não passasse de uma grande brincadeira. Acaba repreendido, aprisionado e levado para o reformatório (uma escola militar). É pungente a lealdade de seu melhor amigo (quase uma criança), a insensibilidade da mãe e do padrasto (ela, bonita e cruel; ele, bronco e pusilânime), a crueza dos cenários (a escola de paredes lascadas, a casa em forma de cubículo, a aridez das paisagens), o sofrimento da personagem principal (violentada pela realidade dos adultos, que só enxerga homens feitos, nunca imperfeitos ou "por fazer"). Qual não seria a dor de Truffaut, ao realizar um filme assim: autobriográfico. Certamente uma dor funda, que, ainda hoje, atinge o espectador e, em igual proporção, o encanta. [Comente esta Nota]
>>> O Estado de S. Paulo
 



Artes >>> Too young to die; too old to rock'n'roll
Angeli, o cartunista punk, o artista rock, o idealista hippie, é o centro das atenções na revista Caros Amigos, de maio de 2001. Junto com Toninho Mendes, foi o pai da publicação de história em quadrinhos mais marcante da década de 80: a Chiclete com Banana, cujo título homenageia Jackson do Pandeiro. Os tipos inesquecíveis que criou permaneceram no imaginário de uma geração que, nessa época, despontava para a idade dos hormônios. Como se não bastasse, financiou revistas como Circo, Piratas do Tietê, Geraldão e Níquel Náusea, que completavam o cenário de contestação e despertar orgiástico. Angeli se diz discípulo de Millôr Fernandes e Ziraldo, embora reconheça também algum pendor por Juarez Machado, no início da carreira. Estreou, em grande estilo, na revista Senhor, em 1970, aos 14 anos, e está há quase três décadas na Folha de S. Paulo. Por mérito, e até por falta de equivalentes "literários", Angeli acabou se fixando como um dos principais cronistas da metrópole paulistana. Dada a sua bagagem pop, de referências ao underground e à estética beat, desenvolveu uma produção que disseca o "submundo" de toda e qualquer grande cidade, universalmente. Seus personagens são incisivos e arquetípicos, correndo o risco de serem encontrados nas ruas, nos escritórios, na intimidade do lar, no circuito de bares. Para o bem ou para o mal, Angeli se asilou nesse labirinto que criou para si, desde os anos 70 até a aurora do século XXI, defendendo posições radicais, comercialmente desvantajosas, politicamente ingênuas (às vezes), mas resguardando sempre sua integridade. No país do faturo, é de se admirar. [Comente esta Nota]
>>> Caros Amigos
 
>>> MINHA PÁTRIA É MINHA LÍNGUA
"Na verdade, ele não é o dono da razão."
 
Julio Daio Borges
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